REFLEXÕES SOBRE O NATAL – Parte I 

Professor Me. Ciro José Toaldo 

 

            A chegada do final de ano, regada com os sabores e encantos do natal, proporcionam ao ser humano, momentos de profunda reflexão e de rememoração.

            Ao olhar para a folhinha na parede ou estampada na geladeira da cozinha, verifica-se sua última folha, ou seja, o mês de dezembro evidenciando a conclusão de um ciclo e a chegada de outro, neste espaço de tempo nos aproximamos do nascimento de um ‘Ser Iluminado’. Este recém-nascido revolucionou o mundo e demonstra que ‘aparência’ nada representa. Ao nascer numa manjedoura, tendo o calor dos animais e de seus pais, presenciamos um dos maiores ensinamentos de humildade em todo o universo.

            Este episódio do presépio vivo foi representado pela primeira vez, em 1223, século XIII, por São Francisco de Assis, buscando demonstrar a grandeza do Salvador. O fundador da Ordem Franciscana foi um ser iluminado trazendo luzes, tanto para a Igreja, como o mundo.

            O natal precisa ser focado neste acontecimento, ocorrido em Belém, a mais de dois mil anos, sendo reportado pela Bíblia em Lc 2,8-20. Lucas narra a forma como Jesus-menino nasce, sendo o Salvador do mundo, o prometido por Deus, mas seu nascimento ocorre de forma simples e foi aos humildes que Ele se manifesta, estes são os pastores. Na época, os pastores eram desprezados, porque não tinham possibilidades de cumprir todas as exigências da Lei. É para eles que nasceu o Salvador, o Messias e o Senhor. Jesus traz a libertação definitiva e convoca o ser humano para viver o verdadeiro amor fraterno.

            O sentido do natal está em Jesus Cristo, desde seu nascimento revoluciona tudo e todos. Este acontecimento em Belém tornou-se importantíssimo para a História do Ocidente, pois, ela se divide em Antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.).

Seguir Jesus Cristo e tornar-se cristão, não é tarefa fácil, pois seus seguidores precisam ter em mente a origem de seu fundador e a sua doutrina. Como pode um cristão vangloriar-se no luxo, ostentação, pompa e opulência quando nos deparamos com o presépio franciscano?

Em pleno século XXI, o ser humano ainda não conseguiu assimilar a grande mensagem cristã do natal: a vida não pode ser moldada em aparências ou no faz de contas. Guardo em meus princípios cristãos, o ensinamento de Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, 1Cor 13,1-13, acima de tudo deve prevalecer o amor, este é o grande presente que Jesus nos ensina em sua data natalina. Temos que nos inspirar no amor, pois Deus é amor (1Jo 4,8).

Como seria maravilhoso se entendêssemos o verdadeiro amor como fonte de qualquer comportamento humano, pois leva a pessoa a discernir as situações e a criar gestos oportunos, capazes de responder adequadamente aos problemas.

Que o natal de 2021 seja, de fato, um momento de luz, reflexão e de encaminhamento de nova oportunidade para viver o amor em toda sua dimensão.