Resumo

Com este tema pretendemos reflectir sobre a distinção das propriedades das Relações Gramaticais: O caso da confusão entre o OD Preposicionado e os Constituintes Oblíquos, tendo como foco  a análise sintáctica feita pelos estudantes do 1º ano do curso de Ensino de Português na UP Maxixe.  No que diz respeito à metodologia de pesquisa, tendo em conta as características dos dados recolhidos e o seu tratamento, desenvolvemos uma pesquisa quanti-qualitativa, uma vez que discutimos e correlacionamos dados obtidos estatisticamente; não só, mas também analisamos, criticamos e avaliamos um grupo de estudantes, uma amostra, gerando um perfil colectivo e qualitativo acerca da variável analisada. Para a recolha de dados usamos o questionário e o método de pesquisa bibliográfica. Através desta pesquisa esperamos que o leitor amplie o seu conhecimento sobre as relações gramaticais.

Palavras-chave: Relações gramaticais, Objecto Directo e Complementos Oblíquos.

1.Introdução

O objecto directo é o complemento verbal dos verbos transitivos directos e indica o alvo, o paciente ou o elemento sobre o qual recai a acção verbal. Este pode ser formado por um pronome substantivo, por um substantivo ou por qualquer palavra substantivada (núcleo do objecto). Também pode ser constituído por uma oração inteira que complementa o verbo transitivo directo da oração principal. Por seu turno, o complemento oblíquo é uma função sintáctica que integra o predicado, seleccionado pelo verbo, podendo assumir a forma de um grupo adverbial ou preposicional com diferentes valores semânticos.

É em torno da dificuldade na distinção das propriedades acima vincadas que surge o presente trabalho de pesquisa, com o objectivo central de reflectir em torno da análise sintáctica feita pelos estudantes do 1º ano do curso de Ensino de Português na UP Maxixe. Objectivamos ainda descrever as causas que originam a confusão na distinção das relações gramaticais, tipicamente o OD, OI e Complementos oblíquos, bem como propor algumas leituras aos estudantes para minimizar ou mesmo ultrapassar o défice em causa.

A nossa análise e interpretação de dados será sustentada por um corpus constituído por 10 frases retiradas em obras e outras resultados da criatividade nossa, que serão analisadas sintacticamente por uma amostra de 10 estudantes, equivalentes a 25% da população (estudantes do 1º ano do curso de Ensino de Português). A escolha desta turma fundamenta-se pelo facto de termos trabalhado com a mesma numa das cadeiras curriculares e abordada a matéria referente à frase e seus constituintes.

No que diz respeito à metodologia de pesquisa, desenvolvemos uma pesquisa quanti-qualitativa, pois na análise e tratamento das informações combinamos os dados estatísticos e não estatísticos, concretamente a forma como os estudantes descrevem os constituintes sintácticos. Para a recolha de dados sublinhamos a importância do método bibliográfico, através da leitura de livros e artigos de linguística e a técnica de questionário submetido aos 10 estudantes para acima de tudo mostrarem o seu conhecimento referente às relações gramaticais, e para análise e interpretação de dados foram úteis os métodos descritivo, estatístico e analítico.

Tal como vincamos no título, o problema que norteia esta reflexão fundamenta-se na confusão na distinção das relações gramaticais, concretamente o OD preposicionado e as relações gramaticais Obliquas. Só para elucidar a nossa indagação, apresentamos a seguir duas frases que foram objecto de análise pelos estudantes:

 (1) "São Paulo não conheceu pessoalmente a Jesus Cristo.”

(2) Passos Coelho sempre aspirou ao cargo que ocupa."

No caso da frase em 1, os estudantes afirmaram que o constituinte sublinhado é um OI, o que não constitui a verdade mas sim um OD preposicionado e no caso da frase em 2, os mesmos consideraram o constituinte sublinhado como OI, sendo que o mesmo constitui um complemento Obliquo. Por via destas constatações feitas, pretendemos responder com este trabalho, a seguinte questão: Que factores influenciam na dificuldade da distinção das relações gramaticais aos estudantes do ensino s de Português?

E como respostas precipitadas ao problema acima avançado, julgamos que a o desconhecimento de regras gramaticais e o facto de o OD, OI e Constituintes Oblíquos serem introduzidos por uma preposição são as causas desta confusão. [...]