Adriana Cláudia de Melo Nogueira e Schilze dos Santos Escola Estadual Bento Alexandre dos Santos Pedagogas: [email protected] e [email protected] Resumo O artigo aborda algumas dificuldades de aprendizagem com o objetivo de esclarecer mais sobre o assunto aos profissionais da educação e a família com objetivo de identificar ainda no início as dificuldades encontradas por alguns alunos devido alguns distúrbio de caráter psicológico ou neurológico para intervir em conjunto ( pais, professores, psicopedagogos entre outros) ,com o intuito de construir conhecimento de cada um em sua fase de desenvolvimento específica. Os alunos com dificuldade de aprendizagem são aqueles que apresentam bloqueios na aquisição do conhecimento, na audição, na fala, leitura, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas desordens são intrínsecas ao sujeito, presumidamente, devido a uma disfunção do sistema nervoso central, podendo ocorrer apenas por um período na vida. Para entendimento de tais dificuldades, foi pesquisado várias teorias acerca do tema abordado, no entanto, a fundamentação está calcada em: Fonseca, Vygotsky e Piaget, que trazem apontamentos referentes às questões apontadas acima. Pode-se perceber que através de metodologias diferenciadas e do atendimento adequado específico para cada dificuldade apontada ,os alunos com dificuldades irão avançar em sua aprendizagem, havendo um desenvolvimento significativo, onde o respeito prevaleça diante as diferenças existentes na história de vida de cada um . Palavras-chave: dificuldade, família, desenvolvimento. Dificuldades de aprendizagem O termo dificuldade de aprendizagem aparece em 1962, com o propósito de explicitar a problemática no contexto educacional, ou seja, alguma limitação apresentada por alguns indivíduos diante de novas situações, desencadeada por diversos fatores, assim são rotulados de dislexia pela própria família, professores e colegas. A Dificuldade de aprendizagem é uma desordem no desenvolvimento normal característico por algum déficit psicomotor que consequentemente afeta os processos receptivos, integrativos e expressivos na realização simbólica do cérebro. A criança com dificuldade de aprendizagem é uma criança que apresenta um rendimento lento aquém da faixa etária das crianças ditas como “normais”. Segundo Fonseca 1984, p.95 “A criança com dificuldade de aprendizagem não é uma criança deficiente, ela possui, no plano educacional um conjunto de condutas significativamente desviantes em relação à população escolar em geral”. As dificuldades de aprendizagem são representadas por determinados aspectos considerados frequentes, como: • Hiperatividade; • Problemas psicomotores; • Problemas gerais de orientação; • Labilidade emocional; • Desordem de atenção, memória e raciocínio; • Impulsividade; Dificuldades específicas de aprendizagem: dislexia (dificuldade de leitura), disgrafia (dificuldade de escrita), disortografia (dificuldade da formação de ideias e sua expressão ortográfica) e discalculia (dificuldade do cálculo ou aritmética), sendo fundamentalmente sociais. Crianças cujos desenvolvimentos educacional é retardatários podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia, que não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum. As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Não podemos desconsiderar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o professor atenda para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. É preciso que professor tenha consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos, através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos. (...)Tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo, quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar a desorientação.(Clarice Lispector). O professor deve diversificar sempre sua didática com metodologias diferentes como : observação, diálogo, DVDs; som; cartazes; pasta de leitura, cantinho da leitura, jornais, dinâmicas, cruzadinhas, caça-palavras, joguinhos, atividades mimeografadas, ditados e palestras , deixando claro ao aluno e aos pais (responsável) da importância da participação deles na escola e na vida escolar de seus filhos. Estas metodologias facilita a organização dos conteúdos a ser apresentado ao aluno de acordo com cada dificuldade e interesse às necessidades de sua classe, e cada vez exige mais originalidade, criatividade e imaginação para que os conteúdos possam ser desenvolvidos e absorvidos com êxito . É na infância que a criança expressa um mundo particular onde ela da significados as coisas que lhe cercam. No momento que o homem aprende as coisas que se expressam em seu mundo, revela-se no seu processo de alfabetização uma tarefa criadora e nessa perspectiva revela-se: A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra ... a leitura do mundo e a leitura da palavra está dominantemente juntos. O mundo da leitura e da escrita se dá a partir de palavras e temas significativos. (FREIRE 2001,p. 28) Numa criança “normal” e num processo de aprendizagem normal, desenvolvimento e aprendizagem ocorrem mais ou menos em simultâneo. As anomalias e dificuldades parecem verificar-se quando há um descasamento grande entre estes dois processos; as suas causas, a necessitar de diagnóstico, serão de procurar num ou noutro aspecto. Poderá haver um desenvolvimento anormal a dificultar a aprendizagem ou uma aprendizagem a contrariar as leis do desenvolvimento. A aprendizagem normal acontece de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo. Algumas crianças ao perceberem que os demais colegas aprendem os conteúdos com facilidade e eles não conseguem aprender na mesma sintonia, começam apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade e agressividade nas aulas. Estas dificuldades acarretaram sofrimentos, pois nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria. É preciso saber o aluno que tem e como ele aprende. Se ele construiu uma coisa, não pode destruí-la. O psicopedagogo ajuda a identificar dificuldades e a promover mudanças, intervindo diante das dificuldades que a escola nos coloca trabalhando com os equilíbrios desequilíbrios dos alunos, resgatando o seu desejo de aprender. Pois para acontecer uma aprendizagem significativa é preciso que os professores sejam comprometidos com a desmistificação das relações sociais, tenham clareza teórica e estimule a criança a preservar e a desenvolver sua criatividade, imaginação, a discussão, a pesquisa, o debate para que os discentes possam se tornar um ser ativo , pensante e crítico diante das transformações da sociedade. Alem do mais, que esse profissional seja reflexivo em sua prática pedagógica, deve ser sensível a apreensão de possibilidades alternativas, deve ter consciência que é passível de erros, esteja sempre se questionando no seu fazer em sala de aula, indo além das atividades do dia a dia, mudando sempre sua didática para ter sempre em mente o tipo de homem que quer formar. Cabe ao docente com um olhar cuidadoso tentar identificar o mais cedo possível a dificuldade que a criança tem e por meio deste diagnóstico ,fazer uma intervenção pedagógica para que a mesma possa desenvolver avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um indivíduo sobre outros como forma de promover a aprendizagem articula- se com um postulado básico de Vygotsky a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas. As dificuldades de aprendizagem não são problemas insolúveis, mas, antes disso, são desafios que fazem parte do processo da aprendizagem humana e do trabalho pedagógico do professor. Por isso, cada caso encontrado nas escolas deve ser avaliado pelo professor como um caso único, devendo ser concebido como processos implicadores no desenvolvimento da aprendizagem que requerem tratamento, não só voltado para a parte clínica, mas também para a avaliação pedagógica do aluno em desenvolvimento. Referências Alfabetização: Fundamentos, processos e métodos (2006) Fundação Universidade do Tocantins --- UNITINS. A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de Nove Anos- Minist FONSECA, Vitor da.;Uma Introdução às dificuldades de aprendizagem. Lisboa: editorial notícias, 1984. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas discussão/Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. – São Paulo: Summus, 1992.