ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

 

SERGIO SODRE PEREIRA

 

 

 

 

 

 

 

 

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E  A FALTA DE MOTIVAÇÃO

O psicopedagogo como modificador desta realidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                

  

     Santana do livramento

 2014

SERGIO SODRE PEREIRA

 

 

 

 

 

 

 

 

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A FALTA DE MOTIVAÇÃO

O psicopedagogo como modificador desta realidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trabalho de conclusão de curso apresentado à UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia.

 

Orientador: Prof. Aline Olchaneski Chociai Vici

 

 

 

 

 

 

                                                

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santana do livramento

2014

SERGIO SODRE PEREIRA

 

 

 

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A FALTA DE MOTIVAÇÃO

O psicopedagogo como modificador desta realidade

 

 

                           

 

 

 

 

Trabalho de conclusão aprovado, apresentado à Universidade do Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia, com nota final igual a _____ confirmada pela banca examinadora formada pelos professores:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                      

                                                            Ao meu filho, Hiago Jacobs Sodre Pereira,

                                                                       um menino de doze anos que está imerso

                                                                       neste universo escolar ao qual, neste traba

                                                                       lho procuro colaborar.

                                                                   

 

AGRADECIMENTOS

 

                            Em primeiro lugar a Deus, por ter permitido o intelecto perfeito e por ter me soprado o fôlego de vida a cada dia, possibilitando que eu chegasse até aqui.

 

                            Ao meu filho, por compreender minhas horas de ausência, leitura e estudo. Vosso carinho foi estimulante e propulsor para esta vitória.

 

                            A meus pais, irmã e sobrinhos por sempre estarem por perto.

 

                            Aos cinquenta alunos que fizeram parte deste estudo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O Senhor pelejará por vós e vós vos calareis”

                                                                      Êxodo, 14;14

PEREIRA, Sergio Sodre. Dificuldades de aprendizagem e a falta de motivação. O psicopedagogo como modificador desta realidade. 2014. Trabalho de conclusão da Especialização em Psicopedagogia – Polo presencial da Universidade do Norte do Paraná em Santana do Livramento, 2014.

 

                                                                 

 

 

RESUMO

 

Infelizmente a falta de interesse pelos estudos entre os jovens em muitos casos é confundida com dificuldades de aprendizagem. Os métodos de ensino entre outros fatores têm afastado esta faixa etária das salas de aulas do ensino regular e chamado a atenção dos educadores que pouco sabem como proceder frente ao problema. Neste cenário surge a figura do psicopedagogo que pode e deve auxiliar o corpo docente na preparação de aulas interessantes, inclusive com a possibilidade de situações de aprendizagens multidisciplinares, aproximando os jovens de situações reais e tornando útil o aprendizado de alguns conteúdos considerados desnecessários por estes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Palavras-chave: Dificuldade, motivação, aprendizagem, psicopedagogo.

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9

 

2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................10

2.1 CAUSAS..............................................................................................................11

2.2 EXISTEM ALUNOS COM BOM RENDIMENTO................................................. 12

2.3 ESTUDO DE CASO.............................................................................................12

2.4 O PROFESSOR...................................................................................................12

2.5 O PSICOPEDAGOGO COMO MODIFICADOR.................................................. 13

2.5.1 Ação Preventiva................................................................................................14

2.5.2 Ação Corretiva...................................................................................................15

2.5.2.1 Desmotivação individual ................................................................................15

2.5.2.2 Desmotivação de um grupo............................................................................16

2.5.2.3 Desmotiação do professor..............................................................................16

 

FIGURAS....................................................................................................................17

 

3 CONCLUSÃO..........................................................................................................18

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................19

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1 INTRUDUÇÃO

 

                            Teóricos e pesquisadores apontam as práticas que devem ser inseridas no contexto escolar para despertar nos jovens o interesse pelos conteúdos programados e ao invés disto o que se vê são estudos que apontam que alguns dos principais problemas da escola é a desmotivação e o desconhecimento do motivo de alguns conteúdos serem aprendidos.

                            Nos seminários, encontros técnicos e fóruns sobre educação são debatidas mudanças necessárias na forma de ensinar e nos currículos, são apresentados artigos que explanam sobre técnicas motivacionais e sobre processos de ensino e aprendizagem que podem e devem ser utilizados para atrair o jovem para o cenário da educação formal.

                            Porém, basta uma conversa despretenciosa com um aluno ou um olhar mais acurado pela vidraça de uma sala de aula para percebermos que todas essas informações não chegam aos professores e jovens que ainda, na sua maioria,  estão a mercê de formas arcaicas de ensinar e aprender.

                            Neste contexto o psicopedagogo é a ponte entre os dois mundos: o do excelente e do real. E traz consigo novas possibilidades e esperanças, novos olhares e persepções no ambiente escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

                           A falta de interesse pela escola é um problema crescente entre os jovens do ensino público no país. Métodos ultrapassados, como os questionários com respostas retiradas de textos já ditados pelo professor, figuram entre as principais causas.        

                           Um estudo recente realizado no Distrito Federal relatou que “a escola não consegue mais atrair o jovem brasileiro” também porque este não percebe a relação entre as matérias e o próprio futuro pessoal e profissional :

 

“...os jovens não percebem utilidade no conteúdo das aulas...

                                   Geografia, história, biologia e física são consideradas descar

                                   táveis para 36% dos entrevistados.”

 

                           O estudo demonstrou ainda que os alunos desejam atividades práticas que tragam situações cotidianas, facilitando o aprendizado e que cerca de 20% só frequenta a escola para conseguir o diploma e poder ingressar no mercado de trabalho.

                           O Fato é que o ensino médio é a etapa da vida estudantil com maior índice de evasão, segundo os dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC), muito pelo fato da escola não corresponder aos anseios dos educandos, pois muitas vezes o professor fica sem saber como agir diante da falta de vontade dos adolescentes e isso se deve a falta de treinamento, desconhecimento de ferramentas pedagógicas e até mesmo ele  também não encontra motivação para ensinar.

 

                           Segundo Jussara Hoffmann (2000), “O professor tende a culpar o aluno pela não aprendizagem”. Porém, são vários os fatores que levam a não aprendizagem e para detectá-la com precisão é preciso uma complexa avaliação diagnóstica. Compreende- se que não existe uma única resposta pronta que justifique o “por que” de o aluno não aprender.

 

                           Stipek (1998) ressalta ainda que à medida que o aluno sobe de série seu interesse diminui e ele começa a duvidar de sua real capacidade para aprender determinadas matérias, ele não tem escolha sobre os conteúdos e, se possuir uma autoconfiança baixa, acaba por abandonar a escola, uma vez que, sem motivos reais para aprender, surgem outras prioridades, como por exemplo os amigos e a liberdade que o tempo “perdido” em sala de aula o tirava.

 

                           Cavenaghi e Bzuneck (2009)  afirmam que o que acontece muitas vezes é que alguns adolescentes passam mais tempo nas ruas do que na escola ou em casa, pois não conseguem ver relação entre o que é aprendido na escola com melhores condiçoes da vida no futuo.

 

                          

           

           

 

2.1 AS CAUSAS

 

                            A tecnologia a cada dia oferece novas formas da informação ser alcançada no menor tempo, porém, tratando-se de sala de aula, a maioria dos educadores ainda utiliza os métodos tradicionais, como: confecção de cartazes, seminários com apresentação oral, conteúdo no quadro, ou ainda, a transferência para o caderno, de textos tirados de livros e da internet. Uma parcela faz isso por falta de outras ferramentas e outra parte passa conteúdos desta maneira por simples falta de motivação para ensinar.

                            Questões importantes podem ser  sinalizada nesse enfoque: O que existe de interessante em copiar de um livro para o caderno quando  o livro está ao alcance no acervo da escola? Propor à classe a confecção de cartazes sobre desmatamento não será, no mínimo, uma contradição? muitas vezes o professor solicita uma atividade realizada pelo aluno simplesmente pela falta de vontade em dar aula?

                            Realmente não existe nada de entusiasmador nisso para uma geração que em muitos momentos é auto didata frente à velocidade da tecnologia e somado ao fato de que  o que é aprendido não ter inserção imediata, não “desequilibrar”, o estar em aula e o estudar algo simplesmente para obter uma boa nota, torna-se um ato massante.

 

“Em sala de aula os efeitos imediatos da motivação do aluno consistem em ele envolver-se ativamente nas tarefas pertinentes ao processo de aprendizagem, o que implica em ele ter escolhido esse curso de ação, entre outros possíveis ao seu alcance” (Bzuneck, 2002 p. 11).

 

                            Segundo Coll (1998, p.134) “o aluno aprende um conteúdo qualquer: um conceito, a explicação de um fenômeno físico ou social, o procedimento para resolver um determinado tipo de problema, uma norma de comportamento, um valor que deve ser respeitado, etc., quando é capaz de atribuir-lhe um significado...” , desta forma, um conteúdo simplesmente passado, copiado e avaliado é estudado para um teste e, na maioria das vezes, cai no esquecimento.

 

 

2.2 EXISTEM ALUNOS COM BOM RENDIMENTO

 

                            Mesmo em uma turma visivelmente desmotivada é comum encontrármos alunos com bom e até elevado rendimento escolar. Estes, alcançam boas notas, entregam os trabalhos dentro do período estipulado e não raro, participam das aulas mostrando um entusiasmo que distoa dos demais, inclusive debatendo com os professores sobre alguns assuntos e isso deve-se a motivação intrínseca ou mesmo o estímulo oferecido pela família, onde este adolescente receba atenção e reconhecimento.

                            Por outro lado Bzuneck (2001;2009) menciona que alguns alunos são motivados a fazer rápido uma tarefa para ficar livre, mesmo que esta apresente baixa qualidade; outros porque desejam ser os melhores da turma ou até mesmo por medo de reprovar e que esta distorção prejudica a qualidade da aprendizagem.

                            O fato é que esta falsa motivação pode ser comprovada quando dias após uma prova o aluno já não lembra da matéria estudada, pois na verdade não passou do ato de decorar um texto naquele momento de avaliação e, portanto, não configurou aprendizado.

 

 

 

2.3 ESTUDO DE CASO

 

                            Para comprovar os tópicos anteriores foi aplicado um questionário em cinquenta alunos da rede pública local. O documento foi formado por duas perguntas fechadas com  níveis de escolha e uma questão aberta onde o aluno pôde comentar seus reais objetivos na escola.

 

                            Na primeira questão fechada aplicada aos alunos, foi questionado se os mesmos saberiam informar onde aplicarão os conteúdos estudados em sala de aula, sendo que apenas 8% responderam que sim, 60% responderam que não e 32% julgaram que alguns conteúdos teriam aplicação nas suas atividades futuras ( figura 1).

 

                            A segunda questão fechada referiu-se aos métodos de ensino utilizados pelos professores para garantir a aprendizagem. Para este questionamento 68% apontaram que os métodos são ruins, 12% classificaram como bons e 20% consideraram muito bons (figura 2).

 

                            Na terceira questão – aberta- os alunos foram convidados para dissertar sobre sua motivação para ir à escola; neste ponto a variação de respostas foi do simples aprender até “para ter um futuro melhor”, demonstrando que não existe um objetivo concreto para estes.

 

 

 

2.4 O PROFESSOR

 

                            É praticamente impossível que alguns problemas deixem de existir no ambiente escolar e um deles é a desmotivação. O professor precisa estar atento ao comportamento da turma e essa observação deve ser capaz de não confundir a falta de entusiasmo para aprender com dificuldade de aprendizagem, inclusive este profissional deve ter a sensibilidade de solicitar o apoio de um outro mais capacitado que possa diagnosticar a real situação de um aluno ou mesmo de um grupo. Quanto a este último, é praticamente também impossível que um grande grupo, como é uma classe escolar, apresente dificuldade de aprendizagem  generalizada. O que pode existir mais próximo disto é uma desmotivação geral, quer seja devido ao conteúdo, à forma deste ser apresentado, ou até mesmo de relacionamento com o professor. Sobre essa situação Bassedas instiga:

 

                                                                  Por isso, é necessária uma prática pedagógica flexível                                              e adaptada às características e conhecimentos dos                          alunos. Uma prática que não deixe de buscar e usar                                     todos os meios possíveis ao seu alcance (apresentar                                             os conteúdos de forma mais organizada, usar incentivos                              de atenção e motivação, oferecer modelos para a imi                        tação, ajudar a corrigir erros, etc).( BASSEDAS, p.20.                                           1996).

                           

                            Com isso, o professor precisa ter em mãos formas de ministrar o conteúdo instigando o aluno com tarefas que tenham objetivos que sejam ao mesmo tempo desafiadores e possíveis de serem alcançados, pois o fato de não conseguir chegar a um resultado já é por si só um ponto desmotivador para quem aprende.

 

                            Tollefson (2000) comenta que para que ocorra mudança nos comportamentos será necessário que o professor, muitas vezes, mude a sua forma de ensinar e que isso pode acarretar mudanças na escola.                           

 

                            Lens, Matos e Vanteenkiste (2008) acrescentam que a motivação dos alunos pode ser modificada atraves de mudanças nos mesmos, mas também através de mudança no seu ambiente de aprendizagem escolar.

 

                            Por outro lado,  Stipek (1998) alerta sobre a dificuldade de ser identificado um aluno desmotivado e que certas atitudes consideradas positivas, podem na verdade encobrir uma desmotivação, assim como atitudes negativas não precisam ser necessariamente configurar esta. Desta maneira, os reais problemas requerem um conhecimento mais detalhado, pois não será possível diagnosticar desmotivação apenas por observação.

 

                            Neste dois últimos contextos fica latente a necessidade de um profissional capacitado para propor e implementar as mudanças necessárias e para elaborar tal diagnóstico: o psicopedagogo.

 

2.5 O PSICOPEDAGOGO COMO MODIFICADOR

 

É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no "tratamento" do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. (FREIRE,p.14).

 

 

                           

                            Nesta visão, o papel do psicopedagogo, quando solicitada sua intervenção, será o de municiar os professores com estratégias educacionais capazes de modificar um cenário de desmotivação e falta de vontade e tratar nos educandos pontoa ponto suas dificuldades. Criar e dissiminar mecanismos estimuladores da aprendizagem certamente não será uma tarefa fácil, mas, com certeza, inspiradora, pois, se aplicada dentro de parâmetros previamente estimados, poderá ter resultados positivos na comunidade escolar.

 

                            Levantada a hipótese da dificuldade da aprendizagem, o psicopedagogo deve implementar o processo investigatório levando este até o ponto onde esta seja confirmada, ou que os estudos do caso tragam a tona uma situação de falta de motivação. No primeiro caso as ações não são objetos deste estudo e, sendo assim, não serão estruturadas.

                           

                            Quando for evidenciado a falta de motivação, cabe ao psicopedagogo incentivar o professor a modificar os processos de ensino existentes ou sugerir a tomada de outras técnicas, já que o psicopedagogo tem:

“Por objetivo compreender, estudar e pesquisar a aprendizagem nos aspectos relacionados com o desenvolvimento e ou problemas de aprendizagem. A aprendizagem é entendida aqui como decorrente de uma construção, de um processo o qual implica em questionamentos, hipóteses, reformulações, enfim, implica um dinamismo. A psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos neste processo.” (Rubenstein apud Fermino, 1996 p. 127).

 

                            Já com o aluno alguns tópicos deverão ser observados para que sejam promovidas melhorias no processo.

 

2.5.1 – Ação Preventiva

                            Como o trabalho do psicopedagogo deve ser antes do corretivo, agindo de maneira preventiva nos modelos de ensino da escola, uma ação possível de ser tomada é a preparação de Situações de aprendizagem multidisciplinares. Isso pode ser feito por áreas do conhecimento, como na área das competências exatas, por exemplo, onde sejam envolvidos os professores de Matemática, física e química que, junto ao psicopedagogo, criam uma situação problema onde os alunos necessitem obter conhecimento ( que façam parte do currículo ) nas três áreas para resolver uma situação ou desenvolver um projeto na escola. Importante que o corpo docente tenha em mente uma situação possível de gerar um produto que pode ser uma melhoria e até mesmo um novo objeto ou processo tornando mais motivadora a aprendizagem.

                            Quando falamos de ação preventiva sugerimos que esta ação geral seja implementada a partir de um determinado ano escolar na unidade, pois assim será possível que tenhamos a seguinte situação favorável: os alunos já são desafiados no começo do ano letivo, não sendo uma ação paliativa e aos alunos dos anos anteriores ficará a expectativa de chegarem logo aquele sistema de ensino, pois conseguem ver os produtos daquele que ele gera. Isto, além de criar um quadro dinâmico na aprendizagem, incentivará outros educandos ao ponto que seja possível e necessário que todos os níveis de ensino da escola sejam alcançados por este processo.

                            Esse processo deve ser levado ao conhecimento e ter o consentimento da direção da instituição, mesmo se for inserido em uma turma como parte de um projeto pedagógico, pois, segundo Bassedas (1993. p.38):

                                                                  “Para iniciar um trabalho de colaboração, é necessário                                   também estabelecer relações construtivas com os profes                            sores e outras pessoas com as quais trabalharemos”

 

2.5.2 – Ação Corretiva

                            A desmotivação pode ser devida às dificuldades que um conteúdo apresenta, os métodos utilizados pelo professor, ou ainda, por problemas pessoais da turma com o professor, entre componentes da turma ou individuais, incluindo-se a esta lista as dificuldades ambientais que a instituição possa apresentar.

                            Nesse momento passaremos a tratar das possibilidades do psicopedagogo frente a desmotivação de alunos e professores, uma vez que as questões estruturais e ambientais da escola, na maioria das vezes, ficam a cargo de outros indivíduos, podendo o psicopedagogo apenas opinar sobre algumas dificuldades.

2.5.2.1 – Desmotivação individual

                            Se a desmotivação for individual, segundo Bassedas (p.40) é necessário que o psicopedagogo esteja mais afastado da situação; que possa observar e analisar o aluno a partir de contextos diferentes (aula, recreio, família, etc.) e que possa ver as relações e interações que estabelecem com uns e outros (professor, colegas, pais, irmãos, etc.) sem estar tão influenciado pela situação e condução do grupo-aula. Desta forma o profissional poderá observar os aspectos positivos e situar o conflito dentro de um contexto mais amplo que leve em consideração a sua globalidade.

                            A partir daí, será possível pensar e procurar em conjunto, instrumentos e estratégias para auxiliar este aluno no seu desenvolvimento.

 

 

2.5.2.2 – Desmotivação de um grupo

                            Quanto às dificuldades que um grupo possa encontrar frente à complexidade de um conteúdo, o papel do psicopedagogo pode ser realizado com esse grupo e com o professor, oferecendo outras maneiras que promovam e confirmem o aprendizado, como visita a outros ambientes, montagem de peças teatrais entre outras.

                            Em muitos casos uma boa prática é identificar no grupo um possível líder que possa auxiliar nas atividades, pois, por este estar mais próximo aos demais, pode ser um bom canal de aproximação e, também, esta posição de liderança poderá motivar tanto este como entusiasmar os demais a também ter tal oportunidade.

2.5.2.3 – Desmotivação do professor

                            “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. ” (FREIRE, p.22)

                            Convidar o professor a uma reflexão sobre os métodos que estão sendo utilizados, muitas vezes há vários anos e dando errado com a mesma frequência, é um dos papéis do psicopedagogo em um quadro de desmotivação de um ou mais educandos que acaba por desmotivar o educador que, imerso neste problema, muitas vezes não percebe uma saída, uma possibilidade, uma ação a ser tomada, mesmo que o resultado não seja plenamente satisfatório em um primeiro momento.

                            O Psicopedagogo deve ter em mãos ferramentas que auxiliem a modificar este quadro que muitas vezes nasce de uma deficiência profissional do professor.

                            Dessa forma, é importante ressaltar que a formação que os professores vêm recebendo em cursos de graduação ou de aperfeiçoamento parece não satisfazer a necessidade desses profissionais em saberem lidar com situações de motivação de alunos na fase da adolescência. (CAVENAGHI e BZUNEK, 2009).

                            Oferecer ao professor a possibilidade de dividir a angustia e a responsabilidade que sente diante de determinados alunos com problemas. O fato de poder falar sobre isto, de saber que outro profissional está buscando e apresentando soluções com ele é importante e, em certos casos, indispensável para continuar o trabalho diário, enfrentando o seu grupo e esses alunos, acrescenta BASSEDAS (p.40).

                            “Para concluir esta parte, poderíamos resumir que a finalidade básica do nosso trabalho consiste em ajudar a promover mudanças, tanto quando intervimos diante de problemas que a escola nos coloca, como também quando colaboramos para melhorar as condições, os recursos e o ensino...” (BASSEDAS, p.40).

 

 

 

 

 

 

 

 

3 CONCLUSÃO

                            A presença do psicopedagogo dentro da escola, se bem aproveitada por esta, tornará possível algumas das tão desejadas modificação na sua estrutura de ensino. O treinamento dos professores, seu acompanhamento e apoio poderão destapar novos horizontes na forma de ensinar, de mediar individuos que desejem o “desequilíbrio, o aprender com fundamento e uso.

 

                            O objetivo deste estudo foi ofertar maneiras da escola recuperar a disponibilidade dos principais personagens do processo de ensino aprendizagem para suas funções e objetivos como membros deste universo do apreender o conhecimento. Foi também, dispertar a persepção para a importância do terceiro elemento: o psicopedagogo, que neste contexto tem a função de “aparar as arestas” deste relacionamento.

 

                            Por ser um assunto amplo, convida à permanência da pesquisa, do acompanhamento e da disseminação dos conhecimentos nesta área que é formadora do individuo por não ter  a pretenção de ser a palavra final no seu enfoque.
 

                            De outra forma, como seu conteúdo mesmo aponta, convida que novas práticas sejam abordadas na comunidade escolar, na tentativa de resgatar o prazer do conhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Teresa; MARRODÁN, Maite; OLIVÁN, Marta; PLANAS, Mireia; ROSSELL, Montserrat; SEGUER, MANUEL; VILELLA, Maria. INTERVENÇÃO EDUCATIVA E DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO. 3 ed. Porto Alegre, 1996.

BORUCHOVITCH, Evely, BZUNECK, José A. A Motivação do Aluno. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

BZUNECK, José A. A motivação do aluno: aspectos introdutórios. In: BUROCHOVITCH, Evely ; BZUNECK, José A. (orgs). A motivação do aluno: Contribuições da psicologia contemporânea. 4. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. P. 9-36.

CAVENAGHI,  Ana Raquel Abelha; BZUNECK, José Aloyseo. A MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS ENQUANTO DESAFIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR. Paraná: Formação de professores e profissionalização, 2009.

COLL, C. Significado y sentido em el aprendizaje escolar. Reflexiones em torno al concepto de aprendizaje significativo. Infancia y Aprendizaje. 1998, 42, 132-142.

Fermino Fernandes Sisto... (ET AL). Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar Petrópolis, RJ; Vozes, 1996.

FREIRE, Paulo  A psicopedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 16 edição, 1996.

HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora; Uma Pratica da Construção da Pré- escola a Universidade. 17.ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

LENS, W.; MATOS, L.; WANSTEENSKITE, M. Professores como fonte de motivação dos alunos: O quê e o porquê da aprendizagem do aluno. Educação, Porto Alegre, v.31, n.1, p.17-20, jan./abr. 2008.

STIPEK, D. Motivation to learn: From theory top ratice. 3. Ed. Englewood Cliffs, N.J: Prentice Hall, 1998.

TOLLEFSON, N. Classroom applications of cognitive theories of motivation. Educational Psychology Review, v. 12, n.1, p. 63-83, 2000.

 

 

 

WEBGRAFIA

 

 Estudo revela motivos para o desinteresse de estudantes pelo ensino médio. www.correiobraziliense.com.br, Publicado em 25/06/2013, acesso em 10/10/2014.