DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA COMO FACTOR DE INCLUSÃO E DE PROMOÇÃO DAS APRENDIZAGENS EM SALAS DE AULAS DIVERSIFICADAS.

 

Ivo Ernesto Sempre[1]

 

Resumo 

Este artigo tem como tema “Diferenciação pedagógica como factor de inclusão e de promoção das aprendizagens em salas de aulas diversificadas”. A diferenciação pedagógicas em salas de aulas é uma abordagem inequívoca e indispensável no PEA porque cada caso é um caso, cada aluno é um aluno e cada um tem o seu ritmo de aprendizagem. Os professores que utilizam estratégias e métodos eficazes de ensino diversificados a aprendizagem torna-se cada vez mais significativa, holística e duradoira. As escolas e a educação do século XXI devem usar procedimentos didáctico-psicopedagógicos e infraestruturas inclusivas. O ser humano nasce, cresce e morre a aprender dai que há uma necessidade imperiosa de desaprender para aprender, aprender e aprender continuamente de novo. A escola é o lugar de reprodução e legitimação da ordem social e do conhecimento científico. É tarefa da escola moldar o Homem novo e construir o País com saberes científicos, tecnológicos, culturais, sociais, de promover a Paz, união, igualdade, equidade e inclusão social rumo a um desenvolvimento sustentável, inclusivo. 

Palavras-chave: Diferenciação pedagógica, inclusão, e  promoção das aprendizagens 

 

Abstract 

 

Summary This article has as its theme “Pedagogical differentiation as a factor of inclusion and promotion of learning in diversified classrooms”. Pedagogical differentiation in classrooms is an unequivocal and indispensable approach in the PEA because each case is different, each student is a student and each one has their own learning pace. Teachers who use diverse effective teaching strategies and methods, learning becomes increasingly meaningful, holistic and lasting. 21st century schools and education must use didactic-psychopedagogical procedures and inclusive infrastructures. The human being is born, grows and dies learning, hence there is an imperative need to unlearn in order to learn, learn and learn again and again. The school is the place of reproduction and legitimation of the social order and scientific knowledge. It is the school's task to shape the new Man and build the Country with scientific, technological, cultural, social knowledge, to promote Peace, unity, equality, equity and social inclusion towards sustainable, inclusive development.

 

 

Keywords: Pedagogical differentiation, inclusion, and learning promotion.

 

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

O presente artigo Científico intitulado “Diferenciação pedagógica como factor de inclusão e de promoção das aprendizagens em salas de aulas diversificadas”. Neste contexto foram abordados os seguintes conteúdos: Diferenciação pedagógica, práticas de diferenciação pedagógica,  escola inclusiva e educação inclusiva, inclusão e integração, promoção das aprendizagens em salas de aulas diversificadas.

O termo diferenciação pedagógica percebe-se como conjunto de medidas didácticas que visam adaptar o processo de aprendizagem às diferenças importantes intra-individuais dos alunos, a fim de permitir que cada aluno possa atingir o seu máximo na realização dos objectivos didácticos, cabendo ao professor enquanto gestor, orientar o seu trabalho segundo as especificidades dos seus alunos, recaindo sobre o professor responsabilidade para o sucesso e a melhoria do ensino e da própria função formativa da escola.

 Professor de hoje deve desenvolver competências suficientes e diferenciadoras para ensinar todos os alunos de forma a melhorarem as atitudes e expectativas face a alunos com dificuldades de aprendizagem, e desenvolverem conhecimentos sobre a diversidade do desenvolvimento humano e práticas de diferenciação pedagógica para uma perspectiva Inclusiva. É por este facto que os alunos possuem melhor desempenho pedagógico, outros ainda tornam-se mais fracos. Todavia, recomenda-se que o professor não deve dar mais atenção somente alunos sobredotados e talentosos, e despender mais tempo de ensino com elas, reprimindo o grupo com dificuldades de aprendizagem com mais frequência, isso constitui uma discriminação e pode afectar no rendimento didáctico psicopedagógico do aluno e na vida social de ambos.

Para a sua efectivação foi usado o método bibliográfico que consistiu na leitura e compilação de informações atinentes ao tema em estudo. Nele, tem como objectivo geral compreender  a diferenciação pedagógica como factor de inclusão e de promoção das aprendizagens em salas de aulas diversificadas. De forma específica pretendia-se identificar os factores de inclusão e de promoção das aprendizagens em salas de aulas, e definir estratégias de usar a diferenciação pedagógica como factor de inclusão em sala de aulas diversificadas sem ferir as sensibilidades. Este artigo científico orienta-se pelas normas APA 6ª edição e está estruturado em formato IDC (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão).

 

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
    1. Diferenciação Pedagógica

Diferenciação Pedagógica A diferenciação pedagógicas em salas de aulas é uma abordagem inequívoca e indispensável no processo de ensino-aprendizagem uma vez que cada caso é um caso, cada aluno é um aluno e cada um tem o seu ritmo de aprendizagem. No entanto, as diferenças não devem ser traduzidas em exclusão mas sim devem ser transformadas numa oportunidade de inclusão acima de tudo como um princípio de igualdade, equidade e heterogeneidade entre os alunos e a sociedade.

Sousa (2010) diz que a diferenciação curricular não se limita a uma simples diferenciação de ensino e o professor tenha um papel activo na selecção de alguns conteúdos e na gestão do currículo (pág. 17).

Segundo Perrenoud (2000) qualquer diferenciação de ensino requer uma avaliação formativa, ou seja, uma avaliação que ajude o aluno a aprender, ajudando-o na interpretação das normas escolares e no domínio dos métodos de trabalho, relação com o saber, identidade e projecto pessoal, condições de vida, ambiente familiar e itinerários de formação (pág. 117).

 Para Marchesi (2001) todos os alunos são diferentes no que respeita aos seus ritmos de aprendizagem, ao seu confronto pessoal com o processo de aprendizagem e ao processo de construção de conhecimentos (pág. 213).

Face as abordagens ora apresentadas subscreve-se em todas porque acredita-se que todas elas convergem para o mesmo foco e fim ao considerar que as diferenças são pela lei natural e devem ser respeitadas mas não devem ser vistas como um factor discriminatório.

Nesta ordem de ideias, a capacidade de responder adequadamente às necessidades curriculares de todos os alunos é uma tarefa claramente difícil e que exige um redobrar de esforços por parte dos intervenientes do processo de ensino-aprendizagem assim como uma reflexão cuidadosa durante a construção do conhecimento científico.

Neste contexto, cabe ao professor competente, definir melhores métodos, estratégias ou técnicas para mediar científica, técnica e competentemente o processo de ensino-aprendizagem face aos objectivos do currículo.

As diferenças individuais fazem parte das estratégias educativas que se baseiam no respeito da individualidade do aluno, a organização da escola para uma educação diferenciada que passa em particular pelo currículo, um caminho que se pretende que todos os alunos percorram.

Contudo, a diferenciação pedagógica que constitui um conjunto de medidas didácticas que visam adaptar o processo de ensino-aprendizagem às diferenças importantes inter e intra-individuais dos alunos, a fim de permitir a cada aluno atingir o seu máximo na realização dos objectivos didáctico-pedagógicos, ficando ao critério do professor enquanto gestor, orientar o seu trabalho segundo as especificidades dos seus alunos.

  1. Práticas de Diferenciação Pedagógica 

O processo de ensino-aprendizagem ocorre no meio social onde a comunidade pela natureza é diversificada e consequentemente sugere-se aos pedagogos o uso de diferentes formas didácticas para garantir que o processo de construção do conhecimento decorra sem sobressaltos.

Segundo Nielsen (1999) a criação de um ambiente positivo e confortável é essencial para que a experiência educativa tenha sucesso e seja gratificante para todos os alunos (pág. 19).

Para Ainscow (1998) refere que os professores que têm sucesso nas respostas para as crianças com Necessidade Educativas Especiais (NEE), utilizam em grande parte, estratégias que ajudam todos os alunos a ter sucesso (pág. 37).

 Nesta ordem de ideias, subscreve-se ao pensamento nieseniano ao considerar as práticas pedagógicas diversificadas como uma oportunidade de aquisição de experiencias educativas num ambiente positivo e confortável.

De certeza, os professores que utilizam estratégias e métodos ou estratégias eficazes de ensino diversificados, de domínio do professor e dos alunos e que adequam a realidade do aluno e da comunidade onde a escola está inserida, a aprendizagem torna-se cada vez mais significativa, holística e duradoira porque as dificuldades de aprendizagem podem resultar da interacção de um conjunto de factores e procedimentos didáctico-psicopedagógico complexos.

A definição de métodos e técnicas de ensino é de mera e extrema importância para o professor e o aluno acima de tudo para a sociedade em geral na superação das dificuldades da aprendizagem e muito em particular as crianças com NEE colocadas nas turmas inclusivas.

 

 

  1. Inclusão

A inclusão, é um processo que visa apoiar a sociedade com o objectivo de integrar/envolver em todas actividades e acções e evita a exclusão social que sofre influência de diversos factores (económicos, académicos, políticos, tribais, raça, religião, cor partidária, etc.).

  1. Inclusiva e Educação Inclusiva 

As escolas e a educação do século XXI são sujeitas a procedimentos didáctico-psicopedagógicos assim como infra-estruturas inclusivas com vista ao combate a discriminação social e da aprendizagem uma vez que a educação é um direito de todos cidadãos sem olhar pelas diferenças.

De acordo Delors (2005) diz que a definição de uma educação adaptada aos diferentes grupos minoritários, surge como uma prioridade (pág. 71).

Costa (2000) afirma que as tendências actuais em matéria de princípios, políticas e práticas educativas, vão claramente no sentido da promoção da escola para todos, no sentido da promoção da escola inclusiva.

Segundo Gaspar (2009) a educação inclusiva passa a ser o princípio orientador de políticas e estratégias que visam eliminar os obstáculos que se colocam no acesso à escola de todos os alunos, e nela encontrem as condições adequadas para realizar o seu processo de aprendizagem.

Face as abordagens acima, subscreve-se ao pensamento gaspariano ao considerar que a educação inclusiva é um princípio ou estratégias de eliminação da discriminação social e do processo de ensino-aprendizagem porque o acesso a escola é de todos e para todos.

Nesta ordem de ideias, nos dias de hoje recomenda-se que a educação reconheça o direito de todos os alunos para uma aprendizagem conjunta e integra, independentemente das dificuldades e diferenças sócio-económicas, políticas e financeiras que os alunos apresentam. Isto é, a educação deve ser inclusiva, democrática e que desenvolve igualdade e equidade para todos.

Assim a escola e a educação inclusiva implicam novas competências, novas atitudes e novos paradigmas dos profissionais que nela trabalham, sendo necessário “mudanças” comportamentais, conceptuais e estruturais, nas formas de abordagem e praticalidade de modo que a criança se sinta acolhida e segura durante as actividades didácticas-psicopedagógicas.

2.2.2. Inclusão e integração 

A inclusão e integração são termos de referência didáctico-psicopedagógico que interrelacionam-se no mundo contemporâneo ou na actual sociedade. Estes termos estão a ser fortemente aplicados como forma de combater a discriminação entre as massas sociais e a promoção da equidade e a igualdade de oportunidades.

Para melhor compreensão do conceito de inclusão é necessário fazer uma ligação com o conceito de integração.

Que segundo Costa (1999) a:

Integração é um processo através do qual as crianças consideradas especiais são apoiadas individualmente, de forma a poderem participar no programa vigente e inalterado da escola. Esta perspectiva é centrada no aluno e nas capacidades do mesmo. Em relação ao conceito de inclusão, a autora refere que inclusão é o empenhamento da escola em receber todas as crianças, reestruturando-se de forma a poder dar resposta adequada à diversidade dos alunos. Esta perspectiva é centrada no currículo e na intervenção pedagógica ajustada às capacidades de todos os alunos (p. 56).

 E na perspectiva de Houaiss (2007) integração é a incorporação de um elemento num conjunto.

Subscrevendo em Houaiss, a integração consiste no envolvimento das pessoas com diferentes necessidades educativas numa única sala formando assim uma sala heterogénea e um tratamento igualitário e equitativo para todos.

De acordo Booth e Ainscow (2002)

A inclusão é definida como um processo, produto, um processo interminável, um ideal ao qual se pode aspirar ainda que nunca se atinja por completo, que visa um aumento da participação e da aprendizagem de todos os estudantes. Este conceito complexo inclui a valorização igual de todos os estudantes (pág. 93).

Para Correia (2001)

A Escola Inclusiva terá de se adaptar e responder às necessidades e ritmos de aprendizagens dos seus alunos, assumindo a heterogeneidade das características dos alunos como factor enriquecedor da escola, contribuindo para o desenvolvimento harmonioso de uma comunidade escolar, onde as capacidades de cada aluno se usam para a promoção do sucesso (pág. 79).

 Para Rodrigues (2006) a educação inclusiva assenta em três pilares; rejeição da exclusão, educação conjunta de todos os alunos e eliminação de barreiras à aprendizagem.

Segundo Hegarty (2006) sustenta que promover a inclusão através da educação básica para todos é o cumprimento de um direito inalienável da pessoa humana e um investimento no desenvolvimento social e económico.

Subscrevendo no pensamento hegartyano, a escola inclusiva é um imperativo categórico no mundo de hoje onde somos chamados a desenvolver métodos e instrumentos íntegros a diversidade social em processos de ensino-aprendizagem de modo que se torne significativo. Igualmente, a avaliação deve centrar-se nos processos de aprendizagem e nos objectivos do currículo adequando as características e realidade individual do aluno apoiando-o na resolução de problemas e na negociação de competências.

É deste modo que a escola inclusiva terá de aceitar que podem existir outras práticas de ensinoaprendizagem e avaliação que reforçam a inclusão, melhorando os resultados da aprendizagem e reduzindo as desigualdades sociais.

Falar de educação inclusiva é falar de um novo paradigmático em termos de educação de uma nova concepção pedagógico e de escola, onde a igualdade de oportunidades, a equidade educativa, a diversidade cultural, a cultura de cooperação e de entreajuda estão subjacentes a todas as práticas da escola.

E se considerar-se que os alunos são protagonistas e intervenientes activos do processo de ensinoaprendizagem então existe a necessidade de reestruturar das escolas que tínhamos e temos hoje para que estejam à altura de satisfazer as necessidades de todos em de uma educação inclusiva.

No entanto, na escola tradicional, as diferenças sociais eram submetidas a uma escolas especiais e isso criava discriminação social. No decorrer do tempo, a escola integrativa procurou responder as diferenças sociais através da criação de escolas inclusivas eliminando a segregação

  1. Promoção das aprendizagens

Pretendemos elucidar os procedimentos didácticos de ensino e aprendizagem considerando-os que é uma acção de reciprocidade entre o professor e aluno, mas no contexto educacional.

  1. Educação

Segundo Durkheim (2007)

A educação é a acção exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão maduras para a vida social. Tem por objecto suscitar e desenvolver na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais que lhe exigem a sociedade política no seu conjunto e o meio ao qual se destina particularmente (p. 53).

Segundo HAYDT (2011) “educação vem do latim educare que significa fazer sair, conduzir para fora”. Neste contexto, refere-se ao desenvolvimento das aptidões e potencialidades de cada indivíduo, tendo em vista o aprimoramento de sua personalidade (p.12).

HAYDT (2011) Educação no sentido social: “é a acção que as gerações adultas exercem sobre as gerações jovens, orientando sua conduta, por meio da transmissão do conjunto de conhecimentos, normas, valores, crenças, usos e costumes aceitos pelo grupo social”(p. 12).

LIBÂNEO (2013) Educação no sentido amplo: “compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples facto de existirem socialmente”(p. 15).

LIBÂNEO (2006) Educação no sentido estrito: “ocorre em instituições específica, escolares ou não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma acção consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais” (p. 15).

A educação escolar serve de suporte, requisito e pivete de todas formas de educação e inter-relacionam-se, sejam elas: escolar e extra-escolar, política, cultural, religiosa, social, económica, etc. na praxis intencional e não intencional, formal e não formal de âmbito prático ou teórico.

Podemos classificar a educação em três vertentes: educação formal (instituições de certificação); informal (instituições de certificação, mas de curta duração) e não formal (qualquer sitio), a educação é feita de acordo o definido por Martinez. E Através da herança cultural que consiste na transmissão de hábitos, costumes e valores (contos, cultos africanos, a superstição, a gastronomia, a indumentaria, entre outras formas). As escolas promovem a socialização, o conhecimento científico, o respeito ao próximo, a Pátria e aos símbolos nacionais e protegem a identidade cultural mas não interferem nas questões tradicionais em particular os ritos de iniciação por serem aspectos meramente da liderança tradicional.

  1. Instrução 

LIBÂNEO (2013) “Instrução é a formação intelectual, formação e desenvolvimento das capacidades cognitivas e mediante de certo nível de conhecimentos sistematizados” (p.22).

Para CHAMON e SALES (2012) “instrução são os conteúdos que devem ser transmitidos. Trata-se de transmitir informações a fim de desenvolver o espírito e o intelecto. É nesse sentido que falamos de que uma pessoa instruída e educada é esclarecida” (p.169).

  1. Ensino 

LIBÂNEO (2013) “Corresponde a acções, meios e condições para realização da instrução. É o principal meio e factor da educação – ainda que não o único” (p. 22).

CHAMON e SALES (2012,) “ensino é principalmente ligado ao lado operacional do método e ao aspecto institucional da actividade. O ensino ocorre num quadro institucional, com métodos bem definidos e profissionais qualificados. Ensinar está ligado a aprender, a explicar, a mostrar e demonstrar” (p.169).

Para HAYDT (2011) “ensino é uma acção deliberada e organizada. Ensinar é a actividade pela qual o professor, através de métodos adequados, orienta a aprendizagem dos alunos” (p.13).

  1. ESCOLA 

Na perspectiva de Óscar (2007) escola é o lugar onde se reproduz e se legitima a ordem social; Ou um mediador dum sistema de formação de saberes disciplinares e  de “estruturação” das condutas (dos actores sociais em presença) em torno de valores referenciados a campos mais vastos da realidade social.

 Segundo Varela (2011)

“A escola é uma organização peculiar constituída por um conjunto de agentes educativos, integrados em órgãos e estruturas apropriados, que, sob a direcção dos respectivos líderes, actuam de forma coordenada e utilizam de modo eficiente e eficaz os recursos e meios disponíveis, com vista à prestação de um determinado serviço educativo que corresponda à sua missão e satisfaça, em cada contexto, às demandas da sociedade em que se encontra inserida” (P.34).

Nas escolas verifica-se uma inter-relação entre os intervenientes do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA), isto é, existe uma relação entre Escola, comunidade, Alunos, Professor, direcção, e vice-versa. Isto, é notório a participação comunitária nas actividades curriculares e cocurriculares através dos conselhos de escolas e outros intervenientes do PEA nos concernentes a assiduidade e pontualidade nas actividades da escola, como nos remete Óscar ao considerar que a escola é o lugar de socialização e troca de culturas. No entanto verifica-se a fraca colaboração dos pais e ou encarregados da Educação com domínio de artes e ofícios no PEA de conteúdos do currículo local que os professores menos dominam.

 

  1. CONCLUSÃO

Este artigo tem como tema a diferenciação pedagógica como factor de inclusão e de promoção das aprendizagens em salas de aulas diversificadas. A diferenciação pedagógicas em salas de aulas é uma abordagem inequívoca e indispensável no processo de ensinoaprendizagem uma vez que cada caso é um caso, cada aluno é um aluno e cada um tem o seu ritmo de aprendizagem. No entanto, as diferenças não devem ser traduzidas em exclusão mas sim devem ser transformadas numa oportunidade de inclusão acima de tudo como um princípio de igualdade, equidade e heterogeneidade entre os alunos e a comunidade escolar. Neste contexto cabe ao professor competente, definir melhores métodos, estratégias ou técnicas para mediar científica, técnica e competentemente o processo de ensino-aprendizagem face aos objectivos do currículo. De certeza, os professores que utilizam estratégias e métodos ou estratégias eficazes de ensino diversificados, de domínio do professor e dos alunos e que adequam a realidade do aluno e da comunidade onde a escola está inserida, a aprendizagem torna-se cada vez mais significativa, holística e duradoira porque as dificuldades de aprendizagem podem resultar da interacção de um conjunto de factores e procedimentos didáctico-psicopedagógico complexos. No entanto, as escolas e a educação do século XXI são sujeitas a procedimentos didáctico-psicopedagógicos assim como infra-estruturas inclusivas com vista ao combate a discriminação social e da aprendizagem uma vez que a educação é um direito de todos cidadãos sem olhar pelas diferenças individuais. A inclusão e integração são termos de referencia didáctico-psicopedagógico que inter-relacionam-se no mundo contemporâneo ou na actual sociedade. Estes termos estão a ser fortemente aplicados como forma de combater a discriminação entre as massas sociais e a promoção da equidade e a igualdade de oportunidades. O ser humano nasce, cresce e morre a aprender, daí que há uma necessidade imperiosa de desaprender para aprender, aprender e aprender continuamente de novo. Isto é, desaprender o “velho” e aprender o “arcaico” e este processo é de mera reciprocidade entre o professor e aluno num contexto de desenvolvimento dos processos e das competências cognitivos. É tarefa da escola de moldar o Homem novo e construir o País com saberes científicos, tecnológicos, culturais, sociais e de promover a Paz, união, igualdade, equidade e inclusão social rumo a um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

  1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 

Booth, Tony; Ainscow, (2002) Mel. Index for inclusion: developing participation and learning in school. Centre for Studies in Inclusive Education.

Correia, L. M. (2001). Educação inclusiva ou educação apropriada. A educação e a diferença: valores e práticas para uma educação inclusiva. Porto Editora.

Costa, A. B. (1999). Uma educação inclusiva a partir da escola que temos. Lisboa: conselho nacional de educação.

Costa, A. B. (2000). Currículos funcionais – conjunto de materiais para a formação de professores. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.

Delors, J. (2005). A educação para o século XXI: questões e perspectivas: Porto Açegre: Artmed.

Gaspar, T. (2009). Educação para a inclusão a caminho do futuro. Artigo publicado na Revista Noesis, Nº 76.

Hegarty, S. (2006). Inclusão e educação para todos: Parceiros necessários.

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Marchesi, A. (2001). A prática das escolas inclusivas. Educação e diferença - valores e práticas para uma educação inclusiva. Colecção Educação Especial. Porto Editora.

Nielsen, L. B. (1999). Necessidades educativas especiais na sala de aula: um guia para professores. Colecção Educação Especial.Porto editora.

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Perrenoud, P. (2000). Pedagogia diferenciada: das intenções à acção. Porto Alegre: Artes Médicas.

Rodrigues, D. (2006). Educação inclusiva. Estamos a fazer progressosLisboa: Faculdade Motricidade Humana.

Rodrigues, D. (Ed) educação inclusiva. Estamos a fazer progressosLisboa: FMH , Edições.

Sousa, F. R. (2010). Diferenciação curricular e deliberação docente. Porto: Porto Editora.

 

[1] Licenciado em Informática com habilidades em manutenção de equipamentos informático pela Universidade Pedagogica- Nampula, professor de TIC, actualmente exercendo as funções de planificador no Serviço Distrital de Planeamento e Infra- estruturas de Muecate. Email: [email protected].