Dia Da Mãe
Por Conceicao B | 16/05/2008 | FamíliaInicio com uma saudação muito especial para todas as Mães do Mundo.
Para as que neste momento têm os filhos ao colo e para aquelas que
gostariam de os ter ao alcance dos seus braços mas que a vida os
afastou para bem longe.
Hoje celebra-se aqui, na América do Norte, e em mais alguns países,
o Dia da Mãe e como sempre faço neste dia penso na origem desta data.
De todas as versões a que gosto mais é a da autoria de Julia Ward Howe,
activista Norte Americana, que, em 1872 durante a guerra civil nos
Estados Unidos, escreveu uma proclamação propondo a celebração do Dia
da Mãe, como uma frente unitária entre todas as mães a favor da Paz. O
que não teve aceitação, por parte dos governantes nessa altura, mas sim
muitos anos depois, infelizmente, fazendo deste dia uma ocasião para
fins comerciais.
Por todo o lado que se festeja esta data penso que muita gente deve
pensar se a celebração de ser-se Mãe não devia de ser diária,
constante.
E eu, sem fugir á regra, também faço a mesma pergunta a mim
própria. E todas as vezes que tenho ponderado no assunto chego sempre á
mesma conclusão, que ser Mãe não é, unicamente, o nosso destino de
Mulheres, nem é uma glória, nem um martírio.
Não posso aceitar a maternidade como uma missão, como um fardo que custa a carregar, ou como obrigação social.
Ser Mãe deve ser, para cada uma de nós, uma forma de realização pessoal uma opção conscientemente assumida.
A criança que nasce deve de ser desejada e deve caber á sociedade
muito mais do que enaltecer a maternidade. É preciso criar condições
para que esta se efective plenamente.
É que esta sociedade, no Dia da Celebração, reconhece e enaltece
todas as qualidades de Mãe - o amor aos filhos - o carinho dado - e os
sacrifícios, muitas vezes não partilhados. Mas durante o resto do tempo
não se lembra do valor social que tem a maternidade.
E deixo aqui, como levantamento deste tão importante assunto a
flagrante falta da sociedade no apoio ás mães solteiras. Mães como
todas as outras mães mas que por estarem sós criando os filhos deviam
receber mais apoio e ajuda.
Essas mães são quase sempre muito jovens, sem ajuda de ninguém, até
por vezes abandonadas e desprezadas pelas próprias famílias.
O amor sublime de Mãe não nada tem a ver com a condição social da
Mulher e muitas vezes essas jovens mães, com os filhos nos braços,
sofrem indignações na vida para assegurar a sobrevivência dos seus
filhos.
E tudo isso, porque esta sociedade que enaltece o amor de Mãe (um
dia em cada ano) não apresenta programas de acesso ao planeamento
familiar.
Por isso digo que a maternidade de ser uma opção conscientemente assumida.
A informação deve começar cedo, em casa e nas escolas, em programas educativos, que o governo não tem interesse em subsidiar.
Mas no Dia da Mãe, uma vez por ano, esses mesmos políticos fazem
discursos amáveis, ás mesmas mães que durante o ano inteiro têm grandes
dificuldades em obter uma licença de maternidade dos seus empregos.
Vendem-se flores, perfumes, dão-se parabéns e sorrisos e não se estuda um meio de ajudar a quem precisa.
Claro que me refiro á sociedade, aos governantes e não aos filhos, familiares e amigos que homenageiam as Mães nesta data.
Desses queremos receber carinho, amor e amizade.
Queremos também receber respeito, pela nossa dedicação aos nossos filhos.
Queremos ser vistas como mulheres lutadoras pelo bem nas suas vidas e não como vítimas de uma responsabilidade que assumimos.
Esta é a parte que compete á sociedade rectificar.
Quanto ao Amor de Mãe, esse é o único amor incondicional.
Esse Amor é o que perdoa sempre, mesmo á custa da separação escolhe a felicidade dos filhos.
E como cantou Zeca Afonso:
“Aquele que tem a Mãe,
Lá tem no meio da luta,
Ternos afagos de alguém"
Por:
Conceição Baptista
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