Depois de termos os resultados consolidados das urnas no segundo turno, das eleições de 2022, podemos fazer algumas considerações. Obviamente não serei minucioso em detalhes ou em relação à composição dos dois importantes poderes de nossa nação: o Legislativo e o Executivo.

Primeiro, destacar que somos um país democrático, onde o povo ainda pode expressar a sua vontade e o seu desejo por meio do voto. Este é um princípio importante e deve ser enaltecido!

O segundo aspecto é em relação ao resultado geral da composição do legislativo federal, ou seja, aqueles que deverão estar em Brasília, legislando, tanto na Câmara dos Deputados Federais ou no Senado da República e que irão compor o novo Congresso Nacional. Como sabemos do resultado para o cargo de presidente da República, podemos afirmar que este deverá governar sob a égide de uma forte oposição, fato importante para a consolidação da democracia.

Terceiro aspecto diz respeito ao resultado do segundo turno para o cargo de presidente da República, onde se observa claramente o quanto nosso país tem tendências absurdamente opostas, até dando a impressão que vivemos em dois tipos de país: os que estão no centro-sul (regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e os que estão no norte-nordeste!

Este terceiro tópico evidencia a dinamização do entorno politico e ideológico criado em nossa nação, desde os tempos do período colonial. Não quero que minha interpretação seja levada para o lado da dimensão do trabalho ou da questão de sobrevivência, apenas enfatizo que as concepções de mundo, vida e de outros setores complexos, fazem com destes dois tipos de país ver a política em ângulos e interesses totalmente diferentes.

Nem adentrando na perspectiva de esquerda ou direita, este é um assunto perplexo, enfadonho e onde muito ainda sequer os compreendem, mas, a dimensão maior que me causa perplexidade é o invólucro do vencedor ao cargo majoritário do executivo federal, sobretudo no que diz respeito à questão da justiça. Este é um fato altamente questionável, aja visto que para os cidadãos comuns a tal ‘justiça’ sempre é levada ao pé da letra. Talvez no tangente a essa dimensão de ‘justiça’ ao viés brasileiro, fica cada vez mais evidenciada a célebre máxima do filósofo Maquiavel: “aos amigos os favores da lei; aos inimigos os rigores da lei”.   

Para quem gosta da boa leitura e do aprofundamento político e filosófico, Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu um livro, O Príncipe (1513) onde apontou as diretrizes de como os reis deveriam governar seus países e obter o pleno controle do poder, isto quando os Estados europeus modernos estavam sendo criados.

Neste imbróglio de poder para usufruí-lo em benefício de alguns grupos, seja na Idade Moderna ou na Idade Contemporânea, vamos encontrar os meros e simples cidadãos mortais que precisam trabalhar como ‘cavalos’ para manter toda uma máquina, ou melhor, todo um sistema, muitas vezes mergulhado em falcatruas, corrupção e dentro de um jogo de interesse impressionante.

Por isso, como o título do artigo menciona: ‘Deus salve este país’, pois para os que desejam cumprir seus compromissos, especialmente em relação a tal de justiça, não está nada, mas, nada fácil mesmo!    

Avante! Até o próximo!