Nesta semana, foi publicada uma reportagem na revista Época Negócios (https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/01/5-bilionarios-brasileiros-tem-mais-dinheiro-que-metade-mais-pobre-do-pais.html), informando que 5 bilionários brasileiros têm mais dinheiro que a metade mais pobre do país. Além disso, o relatório da Oxfam de 2018, mostra que 82% da riqueza mundial gerada em 2017 ficou com 1% da população.

Uma das maiores bandeiras da era politicamente correta, é afirmar que o maior problema do mundo é a desigualdade social ou econômica. Os maiores “especialistas” no assunto, majoritariamente de vieses políticos esquerdistas, insistem em dizer que uma “melhor distribuição de renda” seria a grande panaceia da sociedade contemporânea, e que em outras palavras, haveria muita riqueza concentrada nas mãos de poucas pessoas, enquanto a grande maioria pouco possui. De fato isto ocorre (desigualdade), ao verificarmos estudos como a reportagem mencionada. Porém, o que devemos questionar é se isso seria ou não um problema.

Suponhamos que Maria possua 10 iates e Carla apenas 2. Há uma grande desigualdade entre as duas, pois Maria possui o quíntuplo do patrimônio de Carla. Porém, o que cabe questionar é: Carla é pobre por ter apenas 2 iates? Ela está enfrentando dificuldades pelo fato de ter um patrimônio 5 vezes menor que Carla?

Um segundo ponto a considerarmos é: Para uma pessoa ser rica, uma outra pessoa tem que necessariamente ser pobre?

Reportagens como essa da Oxfam (confederação de ONGs presente em 94 países, que trabalha para a redução da desigualdade) induzem o leitor a acreditar que para João ser rico, José precisa ser pobre. Ou seja, a riqueza precisa ser retirada de um e entregue a outro, caracterizando-se assim como um “jogo de soma zero”.

As principais leis econômicas demonstram que isso não passa de uma falácia. Economia não se trata de um simples toma-lá-dá-cá, no qual um perde para o outro ganhar. A geração de riqueza não é algo estático, e que uma vez “pronta”, deve ser repartida ou dividida como um simples pedaço de bolo. Como já citava o economista austríaco Carl Menger,: “para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa”.

A história mostra como o capitalismo e sua geração de riqueza possibilitou que centenas de milhares de povos e pessoas do mundo inteiro, conseguissem obter progresso econômico em épocas e locais diferentes, desfazendo a teoria de viés estático, tão defendida pela esquerda.  Conforme Leandro Marcondes escreve em seu artigo: “Há dois séculos, o mundo possuía sete vezemos menos habitantes do que atualmente, praticamente toda a população vivia na pobreza. Em 2015, de acordo com o Banco Mundial, tivemos menos de 10% das população mundial vivendo na extrema pobreza, sendo este um fato inédito na história da humanidade. Isso é a maior prova de que a riqueza é gerada e não “tomada do outros”...Uma melhor forma de visualizar isso é quando um indivíduo utiliza matérias-primas, aplica seu trabalho no processo de transformação e obtém um produto novo. Esse produto foi criado e não tomado de outra pessoa...”

Uma vez que o verdadeiro problema a ser enfrentado no Brasil e no mundo é a redução da pobreza absoluta, não cabe esse processo obsessivo em reduzir a desigualdade. Grande parte dos recursos que estão “concentrados nos tais bilionários” aumentam de forma exponencial, justamente por estarem sendo aplicados em investimentos, empresas e empreendimentos que empregam pessoas, gerando renda e a consequente a multiplicação de riqueza. Se hoje temos uma pobreza de X com estes bilionários, é provável que sem eles, a pobreza fosse de 2X.

Reduzir a desigualdade não significa reduzir a pobreza. Não nos esqueçamos que os USA são mais desiguais que o Iraque ou que o Cazaquistão, e no entanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos americanos ocupa a 8ª colocação no ranking mundial, contra as posições 121ª e 56ª, respectivamente destes dois países.

Preocupar-se com desigualdade é deixar transparecer a ideologia marxista da inveja, o que é completamente diferente do que desejar que o pobre deixe a pobreza.

Portanto, desconfie quando alguém lhe informar que está preocupado em combater a “desigualdade econômica”, e não a pobreza, pois certamente há um discurso tendencioso e autoritário por trás desta ideia.

Referências bibliográficas:

https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/o-capitalismo-nao-gera-pobreza/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_igualdade_de_riqueza

https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idh-global.html