INTRODUÇÃO

 As questões debatidas neste trabalho acadêmico apontam as condições desfavoráveis em relação à existência da diversidade, aonde devemos conhecer, refletir, respeitar e integrar este ser diferente para melhor condição de vida na sociedade. No primeiro momento se discute sobre a homofobia e a diversidade sexual que envolve representações socialmente estabelecidas pela sociedade. No segundo momento, discuti sobre a afrodescendência interligando o preconceito, racismo e suas construções culturais estabelecidas. No terceiro momento, discutimos sobre a deficiência, que abrange desde os termos e seus conceitos, até a acessibilidade para melhor locomoção e integração deste diferente na educação, segurança e mercado de trabalho.

Sendo de grande relevância para o estudo do futuro e profissional da área de ciência social, pois lidam com a realidade e suas interpretações em interação deste ser ao meio em que vive.

2. DESENVOLVIMENTO

 

2.1 Questão da Homofobia e Diversidade Sexual 

Segundo Lionço & Diniz (2008), a heteronormatividade é fundamentada na biologia humana, de modo a naturalizar os corpos e a relação sexual com o objetivo da fecundação e reprodução humana. A sexualidade humana engloba as multiplicidades de experiências, aspirações e identidades que são adotados pelos os heterossexuais, que são completamente aceitos e assimilados pela sociedade.  Os demais gêneros são considerados transviados pela sociedade como os gays, as lésbicas, os bissexuais, e os travestis.

A homofobia é proibida no Brasil, desde a Constituição de 1988, que protege as diversidades sexuais deste país, onde também relaciona ao seu projeto o termo orientação sexual, que rege questões da erradicação do preconceito. Sendo a homofobia uma conseqüência da heternormatividade, que está estritamente associação ao sexismo e, uma expressão de desconforto moral causado pela ruptura do alinhamento, na provocação da suposta naturalização do desejo, onde impõe uma experiência de solidão ao sujeito vítima de opressão. A homofobia passa a ser vista como fator de conhecimento, orientação e reflexão no fator de direito da cidadania, educação, saúde, trabalho, segurança e aos direitos humanos para propor prevenção contra a criminalização da homofobia.

            Diante dos estudos e reflexões foi observado que desde o ano de 1980 no Brasil, ocorreram contribuições diante das construções relacionais e sócias históricas dos gêneros, pois não se trata de negar as diferenças biológicas e anatômicas, mas suas atribuições simbólicas e a vivência sobre os papéis de ser masculino e feminino. As relações de poder e sociais são socialmente construídas e corporifica a sexualidade, que é um ponto de apoio da desigualdade de gênero (GUERRA, 2009).

Prevenindo contra o preconceito e discriminação referente à homofobia é necessária romper o silêncio dos livros didáticos, onde se deve ressaltar sobre a diversidade sexual, orientando a todos de forma clara, sucinta e discursiva que deve ser apresentada em uma matriz de promoção da igualdade e da diversidade (LIONÇO & DINIZ, 2008).

                       

A expressão diversidade sexual e gênero estão sendo analisados e discutidos nas escolas e, debatidos em rádios, programas televisionados, novelas, revistas e jornais, sempre em destaques os avanços dessas discussões trazendo diminuição nas discriminações em relação ao sexismo e homofobia e, para melhor compreensão e elaboração de fundamentos e normas para interação das diferenças. Não se limitando apenas no exercício do sexo, mas sobre como se configura a sexualidade e, as suas experiências, emoções, modo de agir e forma como as pessoas são vistas pelos outros ao longo da sua existência (GUERRA, 2009).  A construção de categorias políticas de tolerâncias é um desafio incômodo para os educadores e pais, que desde muito tempo, eram contra o homossexualismo, por uma questão cultura e religiosa.

2.2. A Questão dos Afrodescendentes

O Brasil, no período colonial e no século XIX, recebeu muitos africanos pelos portugueses e espanhóis que foram escravizados e, por último abolido a escravidão. Afro descendência ou negro sãotermos oficiais do Brasil que designam de acordo com a cor de pele das pessoas classificando-as a esse grupo. A inclusão da cultura africana nos currículos do ensino público e privado brasileiro, significa uma amostra de amadurecimento político do Estado, diante do preconceito decorrente de sua condição de por ser negro é escravo. E, desde quando foram trazidos para alguns territórios da América Latina, ocorreu à miscigenação (mistura de raças). Apesar de muitas dificuldades os afros descendentes e, por meio de muitas lutas, organização e resistências, conseguiram afirmar sua identidade cultural e racial (BACKES, 2006).

 A cultura é o campo das identidades, das diferenças que é negociado e construído diante de ações moldadas e influenciadas, as quais são reguladas pelos significados culturais, apesar de ser um campo de luta e contestação que são estabelecidos pela relação de poder.

Jurandir Freire Costa (1983) muito nos esclarece sobre a construção da identidade negativa do negro.Todo indivíduo ao formar sua identidade adquire um perfil que será delineado a partir de algumas regras estruturantes que serão criadas através de “relações físico-emocionais surgidas dentro da família e através do estoque de significados que a cultura põe à disposição dos sujeitos”. (Costa, 1983, p. 3).

          O preconceito é uma opinião preestabelecida, que é imposta pela cultura, sociedade e educação, sendo a própria sociedade que media as relações humanas. O indivíduo preconceituoso é aquele que se prende a uma determinada opinião e, posição dogmática que o impede de ter acesso a um conhecimento mais fundamentado da questão que o levaria, talvez, a uma nova avaliação de suas opiniões.

Segundo Backes (2006) Atualmente a prática do racismo na Constituição de 1988 é um crime, sujeito a pena de prisão, inafiançável e imprescritível. O racismo consiste no modo de pensar da superioridade das raças humanas distintas de culturas e características hereditárias físicas e biológicas.

O reconhecimento desta identidade e desta história é fundamental para compreendermos a diversidade de vidas e de necessidades educacionais destes determinados territórios. O racismo brasileiro se executa principalmente pelas tentativas de tornar estas realidades socialmente invisíveis e desqualificadas, sem evidenciar os determinantes de raça, impondo-se de forma aparentemente silenciosa: para quem não está atendo ao cotidiano da sociedade aparenta estar dissimulado. O racismo brasileiro é concreto nas situações históricas impostas aos africanos e a seus descendentes, fazendo parte de uma constante imposição de dominação econômica, cultural, social e política. Não se restringe apenas a um problema de classe social clássica, da relação entre possuidores de capitais e despossuídos (JUNIOR, 2008, p.03).

 

Os movimentos negros no Brasil, está cada vez mais se consolidando diante de suas reivindicações políticas em relação o respeito a cultura e identidade negra, transmitindo suas experiências e conquistas que vão moldando as militâncias negras.

 

 

2.3. A Questão da Pessoa com Deficiência

A atenção a pessoa com deficiência é uma trajetória que vem desde o século XX, e que ocorrem grandes mudanças em termos e significados. Segunda Sassaki (2005), no início do século XX o termo em destaque era os inválidos, que era destinado a pessoas que era tido como inútil, um fado para a família e um peso para sociedade. Após a I e II Guerras Mundiais, a guerra produziu incapacitada que necessitavam de reabilitação física e, que após os avanços da sociedade o mesmo poderia ter capacidade residual, apesar de que reduzida. E, com o passar das décadas a sociedade focalizou as deficiências em três termos os dos defeituosos que são indivíduos com deformidade; os deficientes, que engloba deficiência física, intelectual, auditiva, visual ou múltipla e, que mesmo com sua debilidade realizava as funções básicas da vida (andar, sentar-se, correr, escrever, tomar banho, etc). Só que de uma maneira diferente de uma pessoa sem deficiência. E, os excepcionais, que são os que possuem deficiência intelectual, onde ocorreu modificação, pois as pessoas que tinha superdotação também são excepcionais, apesar de ser um diferente em toda humanidade.

Segundo Sassaki (2005), a inclusão social é um processo de respeito às diferenças e, o favorecimento de compreensão e significação social, na garantia do acesso a provimento de espaço da vida em sociedade, provendo suportes físicos, pessoais, materiais, técnicos e sociais. A garantia de providências e suporte junto à sociedade viabiliza a inclusão nas áreas da educação e trabalho, delineando uma relação com mais amplo processo de integração, direito a igualdade e responsabilidade por sua segregação.

 CONCLUSÃO

 Considero as questões em destaque de grande importância para o exercício do profissional em ciências sociais, ressaltando que a ciência social tem como objetivo estudar os aspectos sociais da humanidade, ou seja, a vida do homem em grupo e individual. Ampliando o conhecimento sobre o ser humano e suas interações sociais. A educação inclusiva abrange desde as questões de homofobia, afrodescendentes e deficientes, ressaltando que se deve integrar o diferente sem destratar, mais sim respeitar de forma dinâmica e flexível em relação as suas mudanças e seus significados.

O preconceito é uma atitude discriminatória em um juízo preconcebido, onde é comum em relação ao: social, racial e sexual.

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, Maria S. F. PARADIGMAS DA RELAÇÃO DA SOCIEDADE COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Revista do Ministério Público do Trabalho, Ano XI, n. 21, março, 2001, pp.160-173.

BACKES, José L. Articulando Raça e Classe: Efeitos para a Construção da Identidade Afrodescendentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 95, p.429-443, maio/ago. 2006.

 COSTA, J.F. A ética e o espelho da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

____________,Prefácio. In: SOUZA, NeusaSantos. Tornar-se Negro. 2.ed. Rio  de Janeiro: Editora Graal. Coleção Tendências. Vol.4. 1983.

DINIS, Nilson F. Educação, Relação de Gêneros e Diversidade Sexual. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 103, p. 477-492, maio / ago. 2008.

 JUNIOR, Henrique C. Abolição inacabada e a educação dos afrodescendentes. Revista Espaço Acadêmico, n. 8, v. 9, outubro de 2008.

 LIONÇO, Tatiana. DINIZ, Débora. Homofobia, Silêncio e Naturalização: por uma narrativa da diversidade sexual. Psicologia Política. Vol. 8. Nº 16. PP.307-324,jul – Dez 2008.

 SASSAKI, Romeu. Como Chamar as pessoas que têm deficiência? São Paulo: RNR, 2005.