Desejei de súbito o teu corpo
Publicado em 28 de dezembro de 2011 por Claudio Cordeiro
Desejei de súbito o teu corpo
e senti afundar em viva chama
o limitado horizonte de uma fraqueza humana.
Chegou cedo a tortura
que beija a sombra
em que treme um desejo.
À noite, o teu rosto iluminado
murmura a imprudente adolescência
sem te afogar na sonolência de sonhos.
As noites lentas
encandearam de súbito
a tua figura despedaçada.
A minha vida cerra os olhos a tudo o que fui.
O mar lembra-me uma criança incestosa
Num rumor de perdição...