Dia 29.06.07, por volta das vinte horas de trinta e cinco minutos, estava ainda na companhia da Delegada Marilisa num café no interior do Supermercado Angeloni de Joinville (frente para Rua João Colin) e quando nos demos conta já era hora de sairmos para ir até a  Pizzaria Baggio. Antes me informei que o “Angeloni” permaneceria aberto até vinte três horas, portanto teríamos que estar de volta até esse horário para apanhar o seu carro que ali permaneceria estacionado. 

No trajeto até a pizzaria coloquei aquele CD do Chat Baker e disse:

- “Olha só, esse é um dos CDs que eu comprei ontem...”.

Marilisa:

- “Puxa que orquestra, olha só, que lindo. O meu pai que gosta disso, ele tocava pistão, isso já faz tempo...”. 

Coloquei canções mais lentas e fomos naquele embalo até nosso destino. Ao chegarmos pude observar que o movimento era grande, com fila de espera. Marilisa comentou:

- “Se a gente tivesse vindo antes não teria pego fila, viu?”

Argumentei:

- “Não tem problema, a gente espera, se tivessemos vindo antes a gente não teria conversado sobre todos aqueles assuntos tão importantes...”.

Marilisa:

- “A gente espera!” 

Entramos no hall de entrada, onde havia um balcão com várias pessoas aguardando serem chamadas. Marilisa foi direto até o balcão enquanto permanecia mais atrás atento a seus movimentos, pois sabia que ela teria ido apanhar uma senha. Em seguida Marilisa veio ao meu encontro e com um sorriso disse:

- “Eu tenho essa mania de ser direta, vou logo na frente para resolver tudo na hora...”. 

Comentei que não tinha problema, que entendia que tinha agido muito bem. Tomamos um aperitivo daqueles de copinho de plástico e ficamos aguardando a chamada. Conversamos sobre amenidades, pizzas, gente..., até que alguém gritou: 

- “Marilisa!”

Sim, era nossa vez e fomos encaminhados para uma mesinha de canto, junto a parede, ao lado de uma janela onde havia um “fícus” com galhos que  penetranvam a parte das nossas mesas  (estava plantado num vaso). Marilisa ficou sentada bem ao lado da parede, quase embaixo dos galhos com folhas, de frente para mim, próximos de um volume de pessoas que falavam  bem alto. Agradeci a Deus porque aquele dia "vinte nove' parecia bem marcante. Lembrei novamente de Carlos Santana e sua “Canção do Vento”, já era tão presente e poderia nos trazer respostas aos enigmas que ligavam nossas existências e buscas interiores.  Alguns fragmentos de nossos diálogos: 

“(...)

- “...Nossos olhos são muito parecidos...”; 

- “...O Masson (Delegado) esteve me visitando na semana passada e me convidou para ir para Piçarras...” (Marilisa); 

“...A ‘energia quântica’ é importante porque poderá nos ajuda a compreender melhor o mundo. Quando dois seres se encontram no nível quântico, não importa se são novos, velhos, barrigudos, carecas, doentes, não importa nada, apenas a energia que cada um produz e interage é o que conta...”; 

- “...Eu acho que vou para Piçarras. Fico mais próxima de Balneário Camboriú, Florianópolis...” (Marilisa); 

- “...Hoje foi um dia especial. Consegui conversar contigo sobre tantas coisas que há tempos queria conversar. São coisas da alma, do coração...”; 

- “...Eu odiava tanto o meu nome. Há uns tempos atrás eu pegava a minha mãe e cobrava isso dela, por que colocou o meu nome de... Todo mundo me chama de ‘Mari’. Mas agora que sei que ‘Marilisa’ é deusa do mar, e então passei a gostar. Eu adoro o mar, acho que é por isso...  Ando na areia descalça, adoro caminhar à noite...” (Marilisa); 

- “Tá bom, vou me acostumar a te chamar de ‘Mari’. É que eu conheço uma outra ‘Mari’...”. 

Marilisa me interrompeu:

- “Ah, não, isso não vale...”.

Continuei:

- “Sim, mas a outra é parente, é da família, não tem nada haver...”.

Marilisa ficou mais aliviada e eu continuei:

- “...A minha vontade hoje era ter te convidado para gente ir a Balneário Camboriú...”; 

- “...Quando? Hoje? Agora? Eu sou direta nas coisas...” (Marilisa); 

- “...Não, mas eu só disse que queria ir...”

- “...Eu sou muito selvagem. Sou muito primitiva..” (Marilisa); 

- “...Ah, sim, entendo. Eu sinto essa tua energia. Consigo sentir bem quem és assim, é como naquela música, lembra?” 

- “...Lembro, sim. É por isso que eu quero distância deste mundo tecnológico...” (Marilisa); 

- “...Eu também sou selvagem, por isso que entendo essa energia no ser humano, todo mundo tem isso, para mais ou para menos, olha a nossa estrutura mandibular...”; 

- “...Não! Não, tu não tens nada de selvagem...! Tu és tecnologia, tu és científico...” (Marilisa); 

- “Não, você não me conhece. Em nível quântico até pode ser, aliás, você pode ser tanto selvagem, como pode transitar no científico. É por isso que eu consigo captar toda essa energia. Por exemplo, eu sei que existem duas ‘Marilisas’  aí dentro de ti. Duas ‘Marilisas’ que se digladiam o tempo todo. Uma que tem que ser convencional, atender convenções, interpretar papéis e outro que precisa se alimentar, triturar alimentos, que possuí dentro de si raiva, ódios, que reage, protesta, protege, luta...”;  

- “...Mas qual é a Marilisa que tu preferes?  Qual das duas?” (Marilisa);

- “...Claro que eu prefiro a segunda. A convencional que é uma pessoa normal para nós humanos, é mais verdadeira, selvagem  na totalidade...(risos)”; 

- “... Eu quis dizer ‘selvagem’ porque sou a moda antiga, não gosto da tecnologia, sou tipo das cavernas... (risos)” (Marilisa); 

- “...Sim, eu entendi bem essa tua preferência...”;

- “...Você me disse que não saia com qualquer pessoa, somente com pessoas especiais, lembra? Bom, eu também não saio há  muito tempo com ninguém. Fico feliz por essa consideração...” (Marilisa); 

- “...Com certeza, é bem verdade. Eu estou num estágio na minha vida que só quero conviver com pessoas com bom astral, boas energias, com quem haja sintonia, identidade, afinidade... Pessoas que não sejam assim é claro que eu as quero muito bem, mas a gente tem que manter uma certa distância...”; 

- “...Eu já pensei em morrer. Sabe, eu planejei a minha morte todinha, já tinha tudo certo...” (Marilisa); 

- “...Ah, essa é a Marilisa selvagem, mas se tu morreres eu morro contigo...” (risos); 

- “...Eu pensei em morrer, pensei muito, sério...” (Marilisa); 

- “...Pois é, estais vendo, passasses por tantas decepções, tantas frustrações, fosses tão machucada. Por exemplo, a tua separação foi uma coisa que te abalou muito, mas não esqueces, quando precisares tu sabes que podes contar comigo infinitamente, não esqueces por favor... ”;

- “Eu sei disso, obrigado querido. Bom, até o filho dele eu tive que ajudar a criar sabia?” (Marilisa).

Pedimos um vinho da “Casa Valduga”, foram duas taças e antes de brindarmos eu lancei uma provocação:

- “Faça um pedido! Sabes que quando a gente brinda a gente pensa em alguma coisa importante, lança um desejo comum ou pessoal...”.

Marilisa tomou a taça nas mãos, parou um pouco, pensou, sorriu e disse:

- “Já fiz, fizestes o teu?” 

Confirmei que sim. Na verdade o meu desejo envolvia a velha “Canção do Vento”, ou seja, queria que ela falasse, abrisse seu coração e compreendesse melhor nossas energias: a melhor coisa do mundo para que pudéssemos evoluir, nos fortalecer, superar...  Não ousei perguntar seus desejos e muito menos revelei os meus, se bem que já estava tudo implícito.  As mãos de Marilisa estavam estendidas sobre a mesa e resolvi tocá-las com suavidade  ao mesmo tempo que disse:

- “...Lembra aquela noite que a gente se abraçou lá em Chapecó? Pois é,  uma hora que eu te segurei forte você quis se desvencilhar e eu não deixei, lembra?  Bom, agora eu estou segurando as tuas mãos e quero ver quanto tempo tu vais permanecer assim...?” 

Nesse momento cheguei a sentir um certo movimento, um certo impulso, como se ela quisesse se libertar, mas ouvindo minhas palavras pareceu que ficou sem saída, sem jeito de se desvencilhar de minhas mãos.  Perguntei para se aquele barulho todo (muita gente conversando em voz alta) não a incomodava e ela mostrou sinceridade  ao perguntar parecendo desconectada do ambiente:

- “Que barulho? Não estou ouvindo nada, só estou te ouvindo. Só agora que tu falasses que passei a prestar a atenção. Estais ouvindo algum barulho? Eu só consigo prestar a atenção em nós...”.

Achei que aquela foi uma das frases mais belas que pude ouvir naquela noite, um sonho vê-la falar daquele jeito, valorizar nosso momento mágico, nosso silêncio.  Ao me dar conta ainda estava segurando suas mãos e em determinado momento perguntei se ela podia sentir a energia  fluir através das mãos, a minha força... Marlisa, sem esconder um pouco a sua insegurança foi dizendo:

- “Eu me preocupo contigo, Joinville não é fácil, as pessoas aqui são muito difíceis. Por exemplo, ali naquela mesa tem a ‘Cissa’, ela é da Central de Polícia, amanhã vão dizer por aí que nós temos um caso...”; (Marilisa). 

Argumentei meio que arrepiado, parodiando o que ela tinha me dito anteriormente sobre o barulho no ambiente:

- “Mas eu não estou vendo ninguém aqui, estais vendo alguém?  Isso é convencional...”.

Marilisa ficou meio sem saber o que dizer, e quando nos demos contas ainda estávamos com as nossas mãos jungidas, numa atitude digna de um quadro descrevendo o paraíso, uma cena linda, só nossa, do fundo de nossas “almas”. Esse era o meu sentimento, essa era a minha impressão, contudo, não saberia dizer o que se passava na sua “cabecinha”. Em alguns momentos (acho que dois ou três segundos) Marilisa deu uma olhada panorâmica meio que relâmpago pelo interior do restaurante, como se quisesse avistar algum conhecido que pudesse se constituir uma periguete ou bisbilhoteira de plantão nos espionando ou que precisasse ser cumprimentada com um simples aceno.  Devido a minha atenção a impressão que tive foi que Marilisa procurou ser elegante e breve nessa “diligência”, como se quisesse por em prática um misto de “farejo” temperado com “lampejos”, porém, tudo com muita naturalidade. As mãos de Marilisa pareciam frágeis, pequenas, e chamava a atenção a sua pele macia. Permanecemos mais algum tempo naquela condição, com os minutos passando a galope, aliás, a gente nem sentia o tempo passar, muito embora soubesse que ela parecia continuar preocupada em inspecionar o que me fez insistir em prosseguir segurando suas mãos. Senti que o seu “eu convencional” estava tomando vulto, parecia um pouco tensa pelo fato de ser vista naquela condição, muito embora conseguisse disfarçar um pouco. Já sentido certa “peninha” dela, argumentei:

- “A gente vive num mundo muito convencional, as pessoas são julgadoras e a gente acaba refletindo a energia do ambiente, como aqui onde estamos, muito embora em estou tentando te levar para uma outra dimensão, mas não estou sentindo...”. 

A certa altura a policial “Cissa” (acho que era isso) se levantou e se foi. Olhei e ela já estava de costas, não a reconhecendo. Perguntei:

- “Será que nos viu?”

Marilisa disse que achava que sim, estávamos muito próximos. Acabei largando suas mãos e arrematei:

- “Puxa, então, imagina que momento, nós poderíamos nos transportar para tantas outras dimensões, como temos força para fazer isso acontecer. Imagina quanto coisa foi necessário para que estivéssemos aqui frente a frente, só nós dois? Tivemos que deixar tantas coisas para trás, não sei quando isso será possível novamente. Marilisa, se sentindo mais aliviada, pareceu despertar, quis interagir e concordou que aquele momento era muito significativo,  enquanto pensava: “o que seria ‘significativo’ para ela?  Será que disse com habilidade para me agradar? Dois seres, duas mentes, dois universos, duas existências, duas vidas poderiam fazer coisas maravilhosas acontecerem em suas vidas, mas para isso seria necessário os ‘portais estelares’, a presença dos ‘neurônios espelhos’...”. No meu silêncio me peguei com Marilisa dizendo:

- “Vamos, está na hora, meu carro está lá no estacionamento do Angeloni e fecha às vinte e três horas”.

No plano convencional foi um retorno à realidade, um despertar carreado de pragmatismo e que me fez brincar:

- “Mas quem disse que nós temos que ir? Não estou ouvindo nada, absolutamente nada, e se o carro ficar lá esta noite, qual é o problema?”

Marilisa percebendo as circunstâncias e a força de  meus pensamentos nas entrelinhas sublimou:

- “É mesmo, se preocupar para quê?” 

Passados mais alguns minutos foi eu quem tomou a iniciativa:

- “Bom, agora é prá valer, vamos, temos que pegar o teu carro lá no estacionamento do Angeloni”.

Marilisa sintomaticamente deixou escapar um bocejo e concordou. Antes quis ir ao banheiro olhou seu casaco de couro em xadrez no encosto da cadeira e foi dizendo:

- “Vou colocar o casaco aqui (em cima da mesa) junto da bolsa porque senão acabo esquecendo...”.

Argumentei:

- “Não, eu não deixaria você esquecer, por nada deste mundo, fique tranqüila...”.

Depois de uns minutos ela retornou do banheiro e saímos. Antes insistiu para pagar a conta dizendo que eu era seu convidado e que nas outras vezes fui eu quem pagou. Procurei não entrar numa discussão barata, acreditando em novas oportunidades.  No interior do meu carro não poderia perder a oportunidade de colocar o CD de Santana com a “Canção do Vento” para que ela ouvisse o meu ritmo dos últimos tempos com ela em meus pensamentos. Marilisa afundou-se no assento da minha caminhonete enquanto procurei a quinta faixa. Logo que a música começou a tocar me debrucei com o cotovelo em cima do console existente na divisa entre nossos assentos, quedando meu corpo levemente para ficar mais próximo dela e fui dizendo:

- “Olha só, nesses últimos dias que eu pensei em ti essa canção sempre me acompanhava. É a canção do vento...”.

Marilisa me interrompeu:

- “Eu já ouvi, ela é linda!” 

Enquanto a música tocava aproveitei para comentar:

- “É como o vento! Eu quero conversar contigo, mas como tenho dificuldades de chegar até o teu interior, então o jeito é conversar com o vento. Você tem dificuldades de se abrir, de falar de coisas que não são convencionais. É aquela outra Marilisa que permanece longe, presa a terra...”.

Marilisa me interrompeu:

- “Ela está tão longe, tão esquecida, tão apagada...”.  (risos)

Continuei:

- “Sim, mas ela pode voltar, ela é a verdadeira mulher que vai te fortalecer, te fazer bem. Ela é que pode ser a Marilisa feliz. A outra convencional, presa ao mundo cheio de formalidades, sujeita aos julgamentos das pessoas, totalmente afetada, cobrada, chamada, influenciada... Então, é por isso que essa música nos inspira a fazer parte de uma trama capaz de nos transportar para uma outra dimensão que poderá funcionar como um gatilho capaz de nos despertar nossos espírito num sentido cósmico, que poderá nos ajudar a colocar para fora uma outra existência, sentimentos mais nobres, puros, verdadeiros... E como eu não consigo estabelecer esse contato contido acabo estabelecendo um paralelo com o “vento”,  é como se tudo fosse chegado e varrido, provocativo, aplicativo, retroativo, replicativo, modulativo, iterativo... e sem retorno”.

A música acabou e eu dei um “replay”, fazendo mais algumas considerações abstratas e provocativas, tinha esperado muito aquele nosso momento, tinha me preparado para externar aqueles pensamentos, mas descobri que ela não....  Me fixei nos olhos de Marilisa, bem próximos e pude notar que parecia exaurida,  deixando escapar um sorriso tímido, quase que encabulado, que talvez pretendesse conhecer minhas intenções dentro do convencional imaginário, porém, muito distante do real. Sim, era verdade, poderia ter àquela altura arriscado um beijo, mas na verdade isso não seria possível da minha parte, a não ser se me transportasse para o mundo convencional, mas aí cairia na vala comum, no vulgar... De outra parte, não sentia seu corpo quente, e como era uma pessoa “prática” em tudo, sentia que seus pensamentos estavam direcionados a resolver o problema do seu carro e, depois, se retirar de cena para descansar.

E, como minha mente tentava ainda captar sua energia, fitei-a mais uma vez nos seus olhos e logo que terminou a segunda rodada da mesma melodia arrematei:

- “Vamos, está na hora, acorda!” 

Marilisa de pronto se recompôs e seguimos de volta ao “Angeloni”.  Logo que cheguei fui até à garagem onde estava seu carro e ela manifestou preocupação com minha “viagem” até São Francisco. Argumentei que não se tratava de uma viagem e sim um passeio, pois era logo ali.  Marilisa pediu que quando chegasse ao meu destino era para ligar dizendo que estava tudo bem, que eu havia chegado em segurança. Concordei. Por volta das vinte e três horas, já estava em casa, resolvi dar o referido retorno:

- “Alô, Marilisa, olha só, já que você pediu estou informando que estou em minha casa e que cheguei bem”.

Ela respondeu:

- “Ah, que bom. A noite foi ótima, que coisa boa!”

Interrompi:

- “Ué, achei que estavas com sono, sinceramente...”.

Ela do outro lado:

- “Sim, mas agora já passou... (risos) estou esperando o meu filho”.

Pensei: “Tem que se dar um desconto muito grande para uma mãe tão preocupada com sua prole, com tantos assuntos familiares...” Acabamos nos despedindo com nosso boa-noite e agradecimentos. Depois, durante meu trajeto até São Francisco do Sul fiquei relembrando nossos momentos juntos, as nossas trocas de energias, não éramos irmãos, nem parentes, tampouco um casal, afinal o que éramos? Energia em sintonia, buscando fusão em termos quânticos. Onde poderíamos chegar com esse processo? Além do fortalecimento, a cura das nossas frustrações, o resgate da alegria de viver, a evolução em termos espirituais, uma amizade para sempre, as trocas de energias, a cumplicidade em termos profissionais para fazer o bem, buscar projetos que pudessem melhorar a vida de nossos policiais... Seria possível? Marilisa estaria preparada para tudo isso? Talvez nem ela, nem ninguém, também, nem eu próprio, mas valia a pena tentar, pelo menos dessa liquidificação sobraria nossa amizade sincera para o todo sempre!