As articulações do Delegado Sérgio Maus: 

No dia 21.09.07, por volta das onze horas e trinta minutos havia retornado para Delegacia Regional de Joinville para ouvir a Escrevente Elizete Quirino (testemunha da defesa). No horário das doze horas e quarenta minutos, juntamente com o Investigador “Zico”, a Escrivã Margarete (Secretária da Comissão) e o Delegado Gentil João Ramos (substituiu o Delegado Alves como vogal)  fomos almoçar num restaurante próximo do Shopping Muller, no centro de Joinville. Durante o almoço, Margarete relatou que foi elogiada pelo Secretário da Segurança Pública (Deputado Ronaldo Benedet) como destaque na Corregedoria durante o ano de 2006, e que isso se deveu a uma votação no órgão. Fiquei feliz por Margarete, posto que ela estava pretendendo ser promovida (e tinha merecimento para isso). Em seguida, Margarete completou:

- “Além de mim, também a Giselda foi elogiada. Mas advinha quem foi o Delegado elogiado na Corregedoria? Vamos ver se o senhor acerta, diz um nome, doutor Felipe?”

Pensei um pouco, refleti e fui direto na mosca:

- “Claro que só poderia ser o Sérgio Maus”.

Margarete olhou para mim e respondeu:

- “Foi ele mesmo, o senhor acertou!” 

Acabei relatando como se processou a votação:

- “Bom, no dia em que foi feita a votação eu estava no gabinete do Sérgio Maus. Era mais ou menos unas vinte horas e ele estava com as planilhas de votação na frente dele. O Sérgio começou dizendo: ‘tu vê Felipe, . eu trabalho que nem um cachorro, chego cedo e sou um dos últimos a sair e só ganhei dois votos na eleição do destaque da Corregedoria. Enquanto isso, esse outro aqui..., um vadio que não trabalha, não faz nada, foi o eleito. Tu achas, Felipe, que eu posso aceitar um resultado desses aqui?’ Bom eu olhei para o Sérgio e como o Seu Orlando estava no gabinete fui dizendo: ‘Tudo bem, por que tu não colocas o nome do Seu Orlando como o destaque da Corregedoria? Ah, Sérgio, dá  licença, eu nunca concordei com votações para destaque em lugar algum, bota o nome do Seu Orlando e pronto, tá acabado”.

O Delegado Gentil, a Escrivã Margarete e o Investigador “Zico” ficaram me ouvindo atentamente e pareciam atônitos com o meu relato:

- “Bom, o Sérgio olhou para mim e perguntou: ‘Sim, Felipe, se eu colocar o nome do Seu Orlando aqui e mandar para eles lá tu vais ajudar a aprovar isso?’ Respondi que não tive dúvidas e que ele poderia  botar o nome dele. Bom, eu não vou citar o nome do Delegado mais votado, mas o Sérgio estava puto da cara que só teve dois votos...”. 

“Zico” comentou

-  “Brincadeira, então ele só teve os votos da Delci, da Marisete e do Seu Orlando, foram três votos”.

Respondi:

- “Bom, eu não lembro bem se ele teve dois ou três votos, mas foi isso aí, me parece que foram só dois votos...”.

Margarete interrompeu:

- “Eu não sei, essa votação me surpreendeu, eu realmente não esperava. Eu não me dava bem com o doutor Sérgio, tinha dificuldades de relacionamento com ele, mas...”. 

No final, dei uma deixa para fazer um comentário:

- “Imagina, o nome do doutor Gentil aparece como o mais votado, justamente o maior inimigo do Sérgio Maus dentro da Corregedoria, nunquinha que ele iria aceitar...”.

A filha do Delegado Sérgio Maus:

Margarete e “Zico” entenderam o meu recado.  Quando já tínhamos terminado de almoçar e fomos para frente do restaurante, Gentil relatou que recentemente uma filha do Delegado Sérgio Maus foi num programa de televisão, à tarde, tipo “César Souza” da vida, e fez um desabafo afirmando que o seu pai que era Delegado e Corregedor da Polícia Civil não estava pagando pensão alimentícia há vários anos. Gentil perguntou se eu sabia quem era o Delegado, chegaram a pensar que poderia ser o Delegado Alber, Douglas ou outro, porém, descobriram que era a filha do Sérgio Maus que foi denunciá-lo no programa de televisão. Lamentei o fato e Gentil disse que a filha de Sérgio foi resultado de um caso que ele teve no oeste com uma mulher há muitos anos atrás e que a garota estaria com vinte e seis anos...

O grande teste de Marcucci:

No horário das 14:00 horas estava no andar superior da DRP de Joinville enquanto aguardava o início da audiência e esperava Marilisa porque queria ter uma conversa preliminar logo que ela chegasse. Enquanto isso, o Delegado Marcucci e mais se assessor vieram conversar comigo. Aproveitei para matar tempo:

“Olha, outro dia estava falando com um eleitor aí e ele me disse que vota no ‘Marcucci’ para qualquer coisa. Ele me disse que ficou com pena de ti, que foi um excesso o que fizeram...”.

Marcucci e seu assessor se olharam externando um ar de satisfação, enquanto eu procurava captar com minha lente o estava no ar. Marcucci me perguntou:

- “Sim, esse eleitor é aqui de Joinville?”

Respondi meio que afirmativamente porque na verdade era de São Francisco do Sul (dono da Imobiliária Rocha – na praia da Enseada). Marcucci comentou que iriam fazer uma pesquisa em Joinville para ver como é que estava a sua aceitação, porque uns condenavam  e outros defendiam, então teria que ver como iria ficar. Argumentei que as eleições do ano seguinte seria reservado para um julgamento popular, isto é, se encerraria um grande teste eleitoral para Marcucci. 

Marilisa show:

Em seguida vi que Marilisa estava se aproximando e fui direto ao seu encontro. Começamos a conversar  e fui dizendo:

- “Puxa, dia sete de setembro dei uma passada lá na tua casa, na praia da Enseada, só que eu estava com muita pressa...”.

Marilisa interrompeu:

- “Dia sete? Eu fui para lá só no sábado, dia sete foi sexta, não é?” 

Continuei:

- “Foi, mas eu fui na sexta. Passei na frente da tua casa e tinha um rapaz lá. Mas na casa do lado, na esquina havia uma mulher muito parecida contigo, de bermudas, fazendo faxina...”.

Marilisa interrompeu:

- “Ah, sei, era a minha vizinha. Mas eu gosto de fazer faxina...”.

Interrompi:

- “Mas a mulher era muito parecida contigo. Tu precisavas ver, fiquei em dúvida, só que aparentava ser um pouco mais alta e tinha mais cabelos. Mas era muito parecida. Eu passei e como não fez nenhum sinal para mim eu achei que não fosse tu...”.

Marilisa:

- “Era a filha da minha vizinha, ela tem os cabelos parecidos com os meus...”.

Argumentei:

- “Bom, eu nem quis parar, porque estava com muita pressa...”.

Marilisa insistiu que gostava de fazer faxinas como forma de relaxar, baixar a tensão. Depois desses esclarecimentos, fomos para a audiência e eu não me conformava, cheguei a pensar que aquela mulher fosse sua mãe.