Um almoço com o Deputado Federal Vieira:

Dia 25.08.07, por volta de meio dia, estava almoçando no restaurante Portella de São Francisco e resolvi mandar um “torpedinho” para Marilisa. Tinha lembrando que dias atrás  havia dito para ela que estava  passando em frente a 6ª DP de Joinville e quase parei  para dar um alô. Marilisa tinha lamentado dizendo:

- “Puxa, deverias ter passado lá. Estávamos tomando café na cozinha. Se tu tivesse vontade deverias ter parado e ficado um pouquinho  lá com a gente...”.

Pensei muito lembrando como era possível se amar uma pessoa amiga, dedicar tanto carinho...: “Sim, é a questão da impulsividade, num flash surge o desejo  e o se deixa levar...”.  Bom, agora estava tendo um impulso, ouvindo o músico e cantava: “...Quando a gente ama, é claro que a gente cuida, onde  está vc agora?” Nesse clima resolvi mandar uma mensagem para Marilisa – via torpedo – com a seguinte frase: “...Qdo a gente ama, é claro q. a gente cuida... onde está vc agora? A música lembrou vc e nossos bons momentos. Ah, estou almo... Obrigado pelo carinho”.  Em seguida veio o retorno rasante: “Estou almoçando com meu filho. BJS”.

Dia 27.08.07, por volta das treze horas, cheguei na Corregedoria e verifiquei que havia uma ligação no meu celular, era Marilisa. Por volta das quinze horas consegui falar com ela que logo foi me dizendo:

- “Eu já conversei com o pessoal aqui, eles ficaram bastante motivados com o ‘projeto’. Eles disseram que vão junto com a gente falar com o Darci, é só marcar...”. 

Percebendo um estado de euforia, interrompi:

- “Marilisa, mas tu não citasses o meu nome?”

Marilisa fez um segundo de silêncio e respondeu:

- “Claro que sim. O que quê tem?  A gente tem que mencionar o teu nome, claro que tem...!”

Interrompi:

- “Ai, Marilisa, lembra que eu te disse que  quero ser invisível. Lembra,  invisível, invisível, lembra!”

Os invisíveis?

Marilisa respondeu:

- “Sei, a Ivonete aqui também quer ser invisível”.

Perguntei, já sabendo a resposta:

- “Quem é a Ivonete?”

Marilisa respondeu:

- “É a minha Escrivã aqui, ela também quer ser invisível”.

Continuei:

- “Tudo bem, podes contar comigo. É só marcar que eu chego aí. Se tu marcares às quatro da tarde eu me mando...”.

Marilisa interrompeu:

- “Pode deixar que eu te encontro. Eu ligo aí para a Corregedoria, ligo para o teu celular, pode deixar que eu te acho...”.

Interrompi:

- “Sim, podes mandar um ‘torpedinho’ para mim, ou liga. Mas, Marilisa, vocês podem entregar o ‘projeto’ independentemente da minha presença, por favor.”.

Marilisa:

- “Não, não! Tu tens que estar junto, o que é isso?”

Interrompi:

- “Tá, tudo bem, eu vou estar  junto, só que não vai fazer muita diferença”.

Em seguida comentei a mensagem do meu torpedo:

- “Ah, não esqueces que quem ama cuida, lembras?”

Marilisa:

- “Ah, eu achei tão linda a tua mensagem. Eu estava almoçando com o meu filho e com o Vieira (Deputado). Mas por telefone a gente não pode conversar, tem que ser pessoalmente...”.

Fiquei pensando:

- “Mas o que ela gostaria de conversar comigo? Ah, já sei, é o impulso. Sim, a distância trás a saudade, a falta das pessoas que gostamos, que se fazem importantes em nossas vidas. Sei, Marilisa é assim, depois ela processa tudo, as fichas caem e vem o paraíso...”.  Resolvi completar, dizendo:

- “Bom, foi uma forma de agradecer todo o teu carinho”.

Um mix de fascinação:

Marilisa:

- “Outra hora a gente conversa, mas por telefone fica difícil, né!”

Concordei, muito embora quisesse dizer para ela não me interpretar mal,  era cuidar num sentido da nossa grande amizade e que o Delegado Masson, se ela estivesse  disponível, poderia ser um grande par para formar um casal noutro sentido e se cuidarem para sempre, e que essa poderia ser uma grande opção na sua vida. Também queria dizer para ela lembrar do nosso aperto de mão naquela pizzaria, depois... e de como nossa energia nos unia, como tínhamos  afinidades em comum, potencialidades a desenvolver, riquezas interiores para dividir, pontos de convergência e junções e, ao mesmo tempo, como nos distanciávamos, coisas do destino ou até de outras vidas, não desta, mesmo porque milagres não aconteciam por acaso, talvez fossem até invenções, mas poderiam fazer parte das nossas vidas. Nossa conversa ficou naquele estágio, como sempre foi: propositiva, casual, sem amanhã ou passado, sensível à superfície, instável no curso, e com avanços e retrocessos e recessos. Talvez fosse esse mix que nos fascinava e nos tornava ao mesmo tempo tão próximos, porque nunca tínhamos  certeza de nada,  talvez nunca tivéssemos..., mas era importante navegar, mesmo que de  forma imprecisa. Dialogar nessa dimensão parecia  também desafiar nossos limites, respirar vida e poder acreditar no futuro, mesmo que todo esse processo fosse resultado de  causas e concausas, importasse em  feridas, não trouxesse alegrias duradouras, impusesse ausências amargas, sofreguidão intermitente..., porque sempre havia um amanhã para nós.