Delegado Maurício Eskudlark surge no cenário: 

“Encontro – O secretário de Administração do Estado, Celestino Secco, esteve ontem em Joinville. À tarde, conversou com a delegada regional de Polícia, Marilisa Boehm, que havia entrado de férias”  (A Notícia, 20.10.2001).

“Assaltos à luz do dia em Joinville – Ultimamente, vários assaltos têm sido cometido em Joinville contra bancos, postos de gasolina e supermercados. Além desta cidade, os assaltantes de bancos estão agora agindo na região. Detalhes em plena luz do dia. Muito  embora o novo delegado regional tenha assumido, Maurício Eskudlark, oficialmente em substituição ‘a delegado Marilisa Boehm, que está em férias, o crime continuou a sua escalada. Ontem, dois bancos foram assaltados. Em Joinville, foi o posto do Banco Real, junto ao prédio da Unimed, que recebeu a indigesta visita de uma das quadrilhas que vêm praticando esse tipo de assalto no município. Em São Francisco do Sul, foi o Besc, o rei dos bancos assaltados em Santa Catarina, que teve prejuízo com a ação dos assaltantes. A Polícia Militar e a Civil foram mobilizados, cercos aconteceram nas imediações da saída de São Francisco do Sul. O fato é que os assaltos agora, nas mais diversas modalidades, acontecem em plena luz do dia (...)”  (A Notícia, Antônio Neves – Alça de Mira, 26.10.2001). 

Portaria n. 0638/GEARHDIAF/SSP, de 18.10.2001, designou Maurício Eskudlark, matrícula n. 167.405-6, Diretor da Polícia do Litoral e do Interior, para exercer em substituição o cargo em comissão de Delegado Regional de Polícia de Joinville, durante o impedimento  da titular  Marilisa Bolhm de Lima, que se encontra em gozo de férias, no período de 22.10.2001 a 20.11.2001 – Antenor Chinato Ribeiro – SSP`(DOE n. 16.775, de 29.10.2001). 

A patuléia policial de vigília: 

Dia 29.10.2001, por volta de dezessete horas deixei meu carro no estacionamento do Supermercado Angeloni e resolvi ir a pé até o Ceisa Center (centro de Florianópolis) para tomar um café. Quando estava próximo ao prédio da Secretaria da Segurança Pública alguém que vinha em sentido contrário tocou no meu braço. Eu que estava tão absorvido nos meus pensamentos logo me virei para trás para identificar a pessoa que certamente era conhecida. Não deu outra, era “Marquinhos” (Investigador Marcos Antonio Cordeiro) que  fazia  gestos (mostra o relógio e batia com a palma direita da mão aberta no estômago) querendo dizer que estava com muita pressa e  com fome:

 "Eu estou com pressa. Estou indo ali fazer um lanche. olha o pessoal lá voltou atrás naquele negócio...”.

Marquinhos estava se referindo a contabilização dos períodos de licenças-médicas para fins de aquisição de períodos de férias. 

Comentei:

- “...É, é aquilo que eu te disse, eles não têm como negar...”. 

Marquinhos esboçou que iria embora, mas resolver ficar mais um pouco:

- “Eu tenho uma prá falar sobre aquela Delegada Regional lá de Joinville, só que agora estou com pressa, depois eu conto, agora não dá...”.

Como vi que ele deveria estar mesmo com pressa argumentei:

- “Então tá, mas vê se conta mesmo, não fica só fazendo onda!.

Marquinhos resolveu permanecer e contar tudo nos mínimos detalhes:

- “Não tem aquela Delegada lá de ...? ...todo mundo sabe que ela é uma “v.”, o pessoal fala horrores, diz que está tudo uma esculhambação lá´.  Outro dia eu recebi a averbação dela, para voltar ao nome de solteira, ela é separada, não gosta de “h.”, dizem que vive com outra “m.”, e que o negócio dela é mesmo “m.”, sabe como é que é esse pessoal.  Mas eu procurei o Anselmo e perguntei para ele se era para tirar o sobrenome do marido, deixar o nome dela de solteira.  o Anselmo ainda disse rindo: ‘tira, tira, Marquinhos, essa daí não gosta de “h.”.  Todo mundo sabe, aí resolveram dar férias para ela, só que ela me ligou para saber como é que estava a situação das férias, ela queria entrar...  Eu olhei lá no sistema, sou eu que cuido disso na Secretaria, olha só, eu puxei no sistema e ela já tinha gozado dois meses de férias. Ela insistiu e eu olhei bem. Ela não tinha mais direito a férias nenhuma. Eu disse para ela que no ano de 1999 ela gozou em 2000 e o de 2000 ela gozou em maio de 2001. Ela não tinha mais nada. Então eu disse: ‘doutora a senhora não tem mais direito a férias, já gastou tudo’. Ela agradeceu. Esse assunto é reservado, heim, ó não vai...  Bom, aí aquele Delegado que está lá em cima no lugar do Paulo Koerich, como é mesmo o nome dele, não sabe? Ele é alto, usa óculos, veio lá do sul,  ele está no lugar do Paulo Koerich, veio falar comigo, eu dei a mesma informação que ela não tinha mais direito a férias.  Passou uns dias e esse Delegado que está lá no lugar do Paulo Koerich desceu e foi falar com o Anselmo, se trancaram lá no gabinete dele e ficaram conversando sobre a situação das férias dela. Não tem quando a gente sente quando estão fazendo alguma coisa errada, todo mundo viu, sabia do que eles estavam conversando, não tem, a gente sabe e todo mundo lá estava ligado, a Raquel, todo mundo no setor já sabia,   por isso que eu não acredito em mais ninguém, eu que ainda achava que tinha algumas pessoas sérias nesta administração.  Sabe o que o Anselmo fez? Eu não sei como, .... tinha gozado as férias dela de 2000 em maio de 2001 e o Anselmo puxou no sistema a pasta dela, mexeu em alguma coisa lá, algum código que eu não conheço e ela ficou como se não tivesse gozado  férias ainda, ora eu tinha certeza que ela já tinha gozado, fui eu que digitei as férias dela na época.  Olha, eu não sei o que ele fez, todo mundo lá no setor ficou sabendo, o pessoal ficou de olho para ver se ela vai receber um terço das férias novamente,  eu acho que não. Eu não sei se colocaram como se as férias de maio dela foram interrompidas,  e agora ela vai gozá-las integralmente, não entendi ainda o que eles fizeram, só sei que fui verificar e não aparece mais as férias dela como gozadas...”. 

Fiquei ouvindo atentamente a narrativa do Marquinhos, deixei-o falar à vontade e apenas procurei registrar os  fatos para a posteridade, muito embora não acreditasse que fosse verdade o que me relatou...

Enquanto isso: Tal como fênix, uma Delegada de Joinville conseguiu voltar à cena: 

A Frase – ‘A delegada regional  de Polícia de Joinville, Marilisa Boehm, vai retornar ao seu cargo por ser merecedora da admiração de toda a comunidade, pela dedicação à causa da segurança’ – João Rosa (PTB), deputado estadual, comentando as férias tiradas pela delegada e alguns comentários dando conta que ela não retornaria ao posto”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 4.11.2001). 

“Confirmado – O delegado regional em exercício de Joinville, Maurício Eskudlark (PPB) é candidato a deputado estadual. Vai  concorrer por uma cidade do Oeste, mas já está fincando bases em Joinville para garantir votos por aqui. Tem gente pedindo a volta urgente da titular Marilisa Boehm”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 10.11.2001).

“Segurança – Conforme havia a expectativa da comunidade, a Delegada Marilisa Boehm reassumiu seu cargo no dia 22 de novembro, mas algumas mudanças estão acontecendo na polícia local. Por decisão do secretário de segurança, Antenor Chinato, os diretores Ademir Serafim (Detran) e Maurício Eskudlark (do litoral)  vão trabalhar em Joinville e para ajudar no combate à criminalidade”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 24.11.2001).

"’Não posso concordar com esse sistema de comando dividido na Polícia Civil de Joinville’ - João Rosa, deputado estadual e ex-delegado de Polícia, criticando a fórmula adotada na Polícia Civil de Joinville, onde a delegada Marilisa Boehm dirige o setor burocrático e o diretor Maurício Eskudlark as ações de investigação” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 05.12.2001).

Crise na polícia - Do jeito que a coisa vai em Joinville com vários comandos na Policia Civil, cabe urgentemente uma intervenção do governador do Estado. Os assaltos continuam na ordem do dia e a população já não sabe mais a quem recorrer. Consta que agora também tem mais um delegado só para o Detran local. Além disso, continua o comando bipartite da delegada Marilisa Boehm e do diretor de Policia do Litoral, Maurício Eskudlark, este candidato a deputado estadual” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 7.12.2001).

“Denúncias - Enquanto dava entrevista para o SBT Meio Dia ontem, alguns telespectadores ligaram para a televisão, denunciando para a delegada Marilisa Boehm, roubo de motos e desmanches no Bairro Boehmewaldt. Ouvinte queixou-se também que a polícia prende e a Justiça solta o acusado, que geralmente retorna ao crime. Delegacias fechadas - O vereador Wilson ‘Dentinho’ Vieira (PT) reclamou que o governador tem sido surdo diante da necessidade de novos efetivos e condições técnicas de trabalho para o combate a criminalidade em Joinville. ‘Fechar delegacias, como fez um diretor da Polícia civil que estagiou por um período nesta cidade, deve ter tido aval do governo’, disse o vereador, referindo-se à curta gestão do delegado Maurício Eskudlark, que substituiu temporariamente a delegada Marilisa Boehm, e seu destaque especial foi fechar duas delegacias no município, sem aumentar o número de policiais”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 23.02.2002).

Governador visita - Com a delegada regional de Polícia de Joinville, Marilisa Boehm, como anfitriã, o governador Esperidião Amin visitou o terreno onde está sendo construída a nova sede da 2ª Delegacia Regional de Polícia (DRT) de Joinville. Com 2.746,01 metros quadrados de área, o terreno foi doado pelo Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Ipesc) à Secretaria de Estado da Segurança Pública. Nele, irá funcionar, além da DRT, a sede da Circunscricional Regional de Trânsito (Ciretran) e o galpão de vistoria de veículos. As obras, iniciadas no mês de fevereiro, têm prazo total de 240 dias para serem concluídas, e estão sendo realizadas pela Salver Empreiteira de Mão de Obra Ltda, vencedora de licitação. Vão implicar em investimentos da ordem R$ 1,5 milhão, sendo os recursos provenientes do Fundo de Melhoria da Segurança. Acredita a delegada Marilisa ,que a obra poderá ser inaugurada no segundo semestre deste ano”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 3.3.2002). 

 Delegacia-Geral e as investigações na área de trânsito da DRP de Joinville:

“Joinville vai periciar 10 mil CNHs emitidas este ano - Polícia suspeita da participação de estagiários do Ciretran no crime de falsificação - Joinville - Mais de 10 mil Carteiras Nacional de Habilitação (CNHs), expedidas desde o início do ano em Joinville, serão periciadas para tentar identificar o tamanho de um golpe de falsificação de documentos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ontem, com mandado de prisão preventiva, Laércio Sebastião Leite Martins, de 30 anos, e João dos Santos, 34 anos, foram presos acusados de vender por até R$ 700,00 as licenças para dirigir O chefe do setor de CNH do Detran de Joinville, Ivaldo José da Silva, já havia recebido denúncias sobre as carteiras frias em outubro do ano passado. Passou a investigar o caso em sigilo. Constatou que um erro de procedimento facilitava a ação de golpistas. ‘É um problema de sistema e de procedimento. Para solicitar uma segunda via ou a renovação é preciso deixar cópias dos documentos, não é necessário mostrar o original. Além disso, ninguém confere o número do registro", reconhece (...). Inquérito - A delegada regional Marilisa Boehm irá afastar a funcionária supostamente envolvida no crime. Porém, ela não descartou que outros funcionários, estagiários do setor, possam estar envolvidos. "Teremos 30 dias para concluir o inquérito e muita coisa pode acontecer. O primeiro passo é checar todas as habilitações expedidas deste janeiro deste ano", disse ontem. Pelo registro do Ciretran, somente este ano os procedimentos de renovação e segunda via ultrapassam a 10 mil. Em 2002, o órgão expediu um pouco mais de 15,3 mil documentos. O delegado da DIC, Marco Aurélio Marcucci, irá comandar as investigações e pode indiciar os acusados por estelionato (...). Detran confirma emissão irregular - Florianópolis - O Departamento estadual de Trânsito (Detran) contabilizou ontem, oficialmente, 644 Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) concedidas irregularmente pelas circunscrições regionais de trânsito (Ciretran) no período de agosto de 2001 e fevereiro deste ano. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, João Manoel Lipinski, o departamento já está aplicando medidas para descobrir operações fraudulentas em outras Ciretrans (...). Devassa em escola do Oeste - São Miguel do Oeste - O Departamento de Trânsito (Detran) de Santa Catarina abriu investigação para apurar denúncias contra o Centro de Formação de Condutores de Veículos (CFCV) Cometa, de propriedade do vereador de São Miguel do Oeste Eneido Fontana (PPB). A denúncia foi formulada pelo ex-delegado regional Eliomar Beber. Fontana é acusado de aliciamento de alunos, falsificação de atestado de residência, de atuar fora de sua área de abrangência e de não cumprir a legislação na questão de horas/aula de volante ministradas aos alunos que postulam a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O Detran nomeou uma comissão para investigar a denúncia, conforme publicado no "Diário Oficial do Estado", mas o primeiro prazo para apresentação de relatório já venceu (...)”  (A Notícia, 16.5.2002).

A nova sede da Delegacia Regional e os desafios na área de segurança de Joinville:

Modelito – A delegada regional de Polícia de Joinville, Marilisa Boehm estava ontem procurando definir as cores e o tipo de azulejos da futura sede da segurança pública do município. Marilisa acredita que a nova delegacia regional será inaugurada no mês de setembro”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 13.6.2002).

“Furto - A policial civil Sueli Maria Navroski, 41 anos, foi presa em flagrante na tarde de domingo, suspeita de furtar dois pares de botas, uma calça jeans e um cinto de couro das Lojas Renner, no Shopping Mueller, no centro de Joinville. Os produtos do furto estavam acondicionados em uma bolsa. A policial é investigadora na 1ª DP e fazia compras sozinha na loja. Conforme a polícia, a investigadora colocou os dois pares de botas, o cinto e a calça jeans dentro da bolsa, mas estava sendo monitorada pelo sistema de vigilância eletrônica e foi presa em flagrante pelo segurança da loja. Sueli foi autuada em flagrante na 2ª DP pelo crime de furto. Segundo a delegada regional de polícia, Marilisa Boehm de Lima, a Justiça é quem vai decidir o paradeiro da policial. A investigadora não quis se manifestar sobre o caso”  (A Notícia, 18.6.02).

“Estrago - Candidato que já foi diretor da Polícia Civil no Estado e chegou a ocupar a cadeira de Marilisa Boehm como delegado regional em Joinville e hoje é candidato a deputado estadual, na prática deixou a situação da segurança pública da cidade pior do que estava. Mauricio Eskudlark foi o responsável pela desativação da 4ª Delegacia Policial, no bairro do Iririú, medida que só conseguiu angariar críticas e antipatias ao sistema adotado, deixando uma região com mais de 100 mil habitantes sem um local para procedimento tão simples como um registro de ocorrência. Sua nomeação como delegado regional de Joinville teve simplesmente objetivo político” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 5.7.2002).

“O trabalho da delegada Marilisa Desde que assumiu na segurança pública de Joinville - foi a primeira a comandar uma delegacia da mulher em Santa Catarina - a delegada Marilisa Boehm sempre deu o melhor de si no combate à violência e à criminalidade. É notória a falta de melhor estrutura na Polícia Civil e também na Militar. Falta maior número de policiais e de equipamentos. Circula a informação, por exemplo, que as câmeras monitoras existentes no centro da cidade estão desativadas. Também uma delegacia de polícia foi desativada quando comandou a segurança da cidade o diretor da Polícia Civil, Maurício Eskudlark. E, segundo consta, até agora não foi ativada. Quem não sabe que é flagrante a falta de maior número de delegados na segurança pública local? Mesmo com reduzido efetivo policial, a delegada regional tem procurado corresponder, mantendo a cidade sob controle, com o apoio da Polícia Militar. Há necessidade de maior combatividade ao tráfico de drogas na cidade e, neste item, é bom lembrar que esse papel cabe à Polícia Federal. A revelação de que existem mais de 120 pontos de distribuição de drogas no município, feita por um comandante da PM que já não está mais em Joinville, revela o grau do avanço do narcotráfico na maior cidade de Santa Catarina. Nestes tempos de político pedindo votos, é preciso que o eleitor fique atento sobre quem efetivamente tem compromisso com a melhoria da segurança pública de Joinville, ponto de chegada de políticos de todas as regiões do Estado” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 30.7.2002).