Plantar é imperativo:

No dia 06.11.07, horário: dezesseis horas, cheguei na Delegacia Regional de Joinville e fui direto para o gabinete do Delegado Dirceu Silveira. Ninguém pode negar que Dirceu Silveirra não era um Delegado, digamos, um “CDF” (ou haveria outros interesses escusos, tipo Presidente do “Jari”, com direito a “jetons”...?), pois sempre estava presente e acompanhando tudo que acontecia na sua região. Depois de alguns atendimentos, quando ficamos a sós,  reiterei a mensagem de que os Delegados iriam ter uma oportunidade ímpar quando o Vice-Governador Leonel Pavan viesse a assumir o governo do Estado e que isso sim era muito importante, dando ênfase que não poderíamos mais uma vez perdermos  esse “bonde da história”. Argumentei que em dois mil e dez Esperidião Amin ou Ângela poderia  assumir o governo do Estado e se nós não plantássemos  nada em dois mil e nove, durante o breve governo Pavan  à frente do governo do Estado, fatalmente estaríamos perdidos e  sem rumo. Dirceu Silveira deu a impressão que  concordou com prognóstico e aproveitei par argumentar  que era possível que também o Senador Raimundo Colombo viesse a  ser o governador, mas para tanto os “Democratas” teriam que cair fora do governo “Luiz Henrique”. Dirceu Silveira  deu a impressão que concordava também como essa minha  lógica e chegou a dizer que no final do governo Luiz Henrique o pessoal do “DEM” abandonaria o barco do “PMDB” (leia-se: governo Luiz Henrique da Silveira), pois já era uma velha estratégia. Argumentei que não acreditava muito nisso, mas Dirceu Silveira parecia ter uma certeza, ou seja, que no final das contas todo mundo iria  apoiar por causa do dinheiro dos empresários...

Por volta das dezenove horas  estava no meu sítio em São Francisco do Sul e tocou meu celular tocou, era Marilisa dando o ar da sua graça. Atendi a ligação e ela foi perguntando se eu ainda estava em audiência e dei a minha localização, inclusive, que estava debaixo  de uma árvore frondosa  comendo jabuticabas. Marilisa pareceu estar cheia de vontade de comer o fruto  e foi perguntando:

- ‘Sim, tem uma jabuticabeira aí?”

Respondi afirmativamente e ela quis saber se era de enxerto. Respondi que era nativa, um pé bem grandão, muito alto e ela comentou:

- “Eu adoro jabuticaba, uma geléia, é muito gostoso. Qualquer hora eu vou aí comer jabuticaba contigo...”.

Interrompi:

- “Xi, mas é muito rápido, são mais umas duas semanas só!”

Marilisa se deu conta e argumentou:

- “Tens razão, é muito rápido, começa e logo acaba”.

Conversamos sobre a viagem do dia seguinte  e eu relatei que a nossa saída ocorreria  às dez horas da manhã. Marilisa pediu que eu a apanhasse na sua residência e que já às nove horas e trinta minutos já estaria pronta. Pude observar um fato animador, Marilisa queria conversar comigo, não estava muito afim de encerrar nossa ligação e logo imaginei que ela estava com um tempo vago na sua repartição e cheia de vontades. Cheguei a pensar em perguntar que “assunto sério que ela queria conversar comigo”, mas desisti, preferindo deixar para o momento oportuno, ou seja, quando estivéssemos viajando. Marilisa relatou  que estava preparando o Natal na 6ª DP, envolvida com os preparativos, pintura do prédio. Depois revelou que já estava em casa e que prepararia sua mala para a nossa viagem. Também, disse que já tinha ido a sua cabeleireira, preparou seus cremes para a viagem e eu interrompi:

- “Ah, sim, e esqueceu de pintar as unhas, não é?”

Marilisa respondeu:

- “Não, já pintei sim, e advinha qual é a cor?”

Respondi:

- “Claro que sei, tu gostas de um vermelho forte, heim?”

Marilisa continuou energizada e ansiosa:

- “Claro, vermelho é a minha cor. Eu me amo”. 

Aproveitei para emendar:

- “Sim, que bom, tu te amas e eu te adoro, viu?”

Marilisa perguntou:

- “Como é que é?”

Insisti:

- “Tu te amas e eu te adoro, assim que é bom!”

O  “ontem”:

Marilisa deu uma gargalhada e eu entrei na sua onda. Acabamos conversando ainda sobre vinhos e ela chegou a me perguntar se existia vinho de jabuticaba. Respondi que não, mas era possível, apesar de que vinho era de uva. Marilisa ainda me perguntou se eu havia tomado o vinho que ela tinha presenteado no meu aniversário. Respondi que  não e ela perguntou o que eu havia achado do “Arinac”. Argumentei que era um vinho tipo “c” e que havia vinhos tipo “b”, “a” e para as classes “a”, “aa” e “aaa” e que nas nossas condições um vinho tipo “c” ou até “b”, de vez enquanto ainda passava muitíssimo bem. Marilisa aproveitou para comentar  que o Delegado Gilberto Cervi e Silva foi dispensado da Delegacia Regional de Polícia de Balneário Camboriú e se eu estava sabendo. Acabei relatando o almoço que tive com Gilberto e a dona de uma fábrica de placas num restaurante “Chaplin” localizado na Av. Atlântica, em Balneário Camboriú, e que me senti muito mal por causa do pagamento da conta, afinal, foi a mulher que pagou... A conversa foi encerrada meio que a toque de caixa, por iniciativa minha porque já estávamos há muito tempo conversando e a despesa com os custos da ligação poderiam pesar para ela. Antes de desligar Marilisa desejou que “Deus” abençoasse nossos passos e eu recomendei o mesmo.  Depois que encerramos nossa ligação  fiquei pensando: “Puxa, como Marilisa parecia bem, como ela estava solta, alegre, super disposta, empolgada e como era bom vê-la daquela maneira,  e fiquei contente por ser naquele momento uma “molher” bem mais próxima do que já tinha sido “no ontem” que não mais mais existe em nós, nem o presente que se foi, brindemos o agora, pois!