Ainda, o “pacote”:

No dia 22.10.07, por volta das nove horas (meu dia..., a primeira pessoa que veio me cumprimentar foi uma mulher que trabalhava na limpeza do prédio (Corregedoria da Polícia Civil), cujo nome  ainda desconhecia porque era novata. Pareceu ser um abraço sincero e que me tocou muito. Em seguida, também vieram a Escrivã Cleide, depois os Delegados Nilton Andrade e Hilton Vieira. Na sequência, ainda pela manhã, também fui procurado pelo  Delegado Gentil João Ramos que estampou  aquele seu sorriso contagiante e foi avisando  antes do abraço que era para que eu providenciasse “bolo”, salgadinhos, refrigerantes, porque as “mulheres” do prédio estavam com vergonha de virem conversar comigo.  Encontrei a policial Ieda na lanchonete “Doce Maria” (rua Felipe Schmidt) que pediu também para dar um abraço...  De retorno à Corregedoria, ainda pela manhã, fui até o gabinete da Escrivã Margarete que logo que me viu, antes que eu falasse qualquer coisa, aproveitou  para me cumprimentar...

Por volta das onze horas tinha terminado de fazer a revisão de texto do “pacote” que tratava sobre ooprojeto da “Procuradoria-Geral de Polícia”, porque havia encontrado  alguns problemas e havia  necessidade de um trato pontual. Não estava interessado se a cúpula da instituição havia aprovado ou desaprovado a idéia, mas a verdade era que trabalhei um pouco  no final de semana e estava com o material pronto para mandá-lo para o Delegado Moacir Bernardino (“Assistência Jurídica”) para que ele pudesse repassá-lo para ao Delegado-Geral Maurício Eskudlark. Chamei o policial “Zico” e pedi que levasse o "envelope saco” com a cópia impressa do documento e mais o diskete em anexo. Recomendei que “Zico” procurasse diretamente o Delegado Moacir Bernardino e se não o encontrasse que fizesse então o encaminhamento do material diretamente ao Delegado-Geral ou, em último caso, que deixasse com a sua secretária.

A “denguista” à vista:

Por volta das treze horas retornei a Corregedoria e soube  que a minha “secretária”, policial Patrícia Angélica, enfim havia retornado após férias de vinte e quatro dias, mas o pior veio depois quando soube que  voltou doente de Minas Gerais (Governador Valadares) apresentando um quadro de “dengue”. Procurei exercer a arte da tolerância, muito embora no caso de Patrícia não era  fácil, tinha que ter muito  fôlego, porém, mal com ela pior sem, triste realidade, um  futuro desolador à vista...!

Policiais Graziela e Nora em coro:

Por volta das quinze horas, estava na Corregedoria e encontrei as policiais Graziella e  Nora que me felicitaram com beijos e abraços. Perguntei se era preciso comprar alguma coisa, se o pessoal fazia questão... e elas em coro responderam com ênfase:

- “Simmmmm!!!!” 

Não era meu objetivo fazer nada, mas pensei no pessoal e na expectativa que criavam com a chegada dos aniversariantes, e no meu caso havia algo especial no ar...

A Escrivã Cleide:

Já batendo às dezesseis horas, aproximadamente, a Escrivã Cleide, que já havia dado entrada  com seu pedido de aposentadoria, veio me reiterar que pretendia fazer a sua plástica..Segundo me disse, seu objetivo era fazer uma lipoescultura, acertando a gordura abdominal, também, pretendia consertar um pouco a papada do pescoço...

Marilisa presente:

Às dezesseis horas e quinze minutos tinha percebido que havia uma ligação de Marilisa no meu celular. Pressenti que ela queria me dar os parabéns e no momento em que estava me preparando para ligar, foi ela que me surpreendeu com seu contato. Pareceu um  momento mágico. Sim, era convencionalmente um, mas mesmo nesse plano Marilisa conseguia passar uma energia muito boa e verdadeira, como antes fazíamos. Fiquei imaginando como seria se ela utilizasse aquela sua força interior para algo grandioso no plano institucional. Ela de imediato avisou que estava me ligando para me felicitar pela data. Tive que interromper para dizer que estava tentando ligar para ela naquele mesmo instante. Ela insistiu nos parabéns enquanto voltei à carga perguntando se tinha ouvido o que eu havia acabado de lhe dizer. Ela insistiu que sim: 

- “Estavas ligando para mim neste exato momento!” 

Depois dessa tirada pude mais uma vez constatar como Marilisa sabia se transformar num ser encantador, apesar das suas breguices,  suas convencionalidades no trato institucional,  seus desligamentos, desatinos...  Marilisa comentou  que desde o dia anterior  estava pensando em mim e no meu aniversário. Argumentei que era muito bom habitar seu coração e seus pensamentos. No final da conversa, Marilisa me surpreendeu quando perguntou o que eu gostava mais, se era de céu azul ou dos dias de chuva. Perguntei se ela queria uma resposta convencional ou quântica. Ela disse que queria uma resposta quântica. Respondi que em qualquer das duas circunstâncias poderia ser muito bom, pois o importante era  saber viver cada momento. Comentei que se soubéssemos  transformar um limão numa limonada poderíamos também transformar um dia de chuva num momento de felicidade e que nosso dia seria diferente. Lembrei a ela que tudo dependeria da nossa forma de ver as coisas, de como poderíamos baixar o quantum dos nossos desejos, impulsos..., com a certeza de que o essencial seria invisível, mas não...  Marilisa me interrompeu para confidenciar  que queria ser “quântica” e lembrou que ela, seu filho, sua filha e outras pessoas que conhecia possuíam muitas limitações na forma de ver as coisas, não conseguiam ter o equilíbrio necessário para  uma existência mais verdadeira. Para minha surpresa Marilisa me citou como um exemplo a ser seguido e mencionou meus “projetos” institucionais, esperando que eles se transformassem em algo realmente possível e que gerassem reconhecimento. Interrompi para dizer que disso eu não queria saber porque não buscava “reconhecimento”, somente pretendia que meus projetos viessem  a se transformar em realidade, trouxesse melhorias para os policiais e para a sociedade. Aproveite para comunicar sobre   o “projeto” que havia repassado para o  Delegado-Geral Maurício Eskudlatk e ela  externou uma certa felicidade  em saber dessa minha iniciativa. A seguir, desabafei que achava que  nossa ida até o Deputado Darci de Matos tinha sido uma perda de tempo. Marilisa comentou:

- “Sei, sei, foi nada vezes nada, zero vezes zero, nada mais que zero...”.

Concordei e disse  que só fui até o parlamentar por uma questão de desencargo de consciência e consideração a ela que se preocupou em agendar nosso contato. Ao encerrarmos, Marilisa comentou  que gostaria de tomar um vinho comigo e eu respondi que essa era a parte melhor. Fiquei   muito feliz por ela ter me telefonado naquela data, por ter lembrado de mim e, ao final, comentei  que teria que ouvi-la em dois procedimentos disciplinares como testemunha.

A policial Fátima, secretária do Delegado-Geral:

Às  dezesseis horas e trinta e cinco minutos foi a vez da Escrevente  Fátima da Delegacia-Geral me ligar para as felicitações... Fiquei pensando: “Puxa-vida, como é que até a Fátima foi lembrar disso? Quem lhe disse?” Agradeci.

Momento de confraternização:

Às  dezesseis horas e quarenta minutos a Escrevente Graziela ligou para avisar que estava na hora de descer para as festividades do meu aniversário (já tinha encomendado um bolo na “Doce Maria” e, também, fui até o Supermercado Imperatriz do Shopping Beira Mar comprar salgadinhos).  Fiquei impressionado com o número de pessoas que estavam presentes, era quase toda a Corregedoria-Geral em peso. Procurei me manter tranqüilo e aguardando o final dos cumprimentos... Os Delegados Gentil e Alber relataram que estiveram no Tribunal de Contas naquele dia  acompanhando o julgamento dos processos de aposentadoria do Delegado Valquir e da Escrivã Nádia, relatando que apenas uma Conselheira foi contra. Disseram que Salomão Ribas Junior havia feito uma defesa contundente e técnica a respeito do direito dos policiais de se aposentarem. O Delegado Feijó (Corregedor-Geral) ficou próximo e me perguntou se eu iria requerer aposentadoria já que o governo federal tinha um novo projeto de reforma da previdência que iria  elevar os limites de idades no país. Argumentei que não sabia ainda o que fazer, mas que não estava pensando em deixar o serviço ativo. O Corregedor-Geral da Segurança Pública (Delegado Feijó) argumentou que iria  requerer a aposentadoria para se garantir.

Delegado Ademar Rezende, sempre presente:

Às dezessete horas e cinqüenta cinco minutos me ligou o Delegado Ademar Rezende para dar as felicitações pelo meu aniversário. Pensei: “Como é que o Ademar também soube disso?” Retribuí os votos e Ademar aproveitou para afirmar que estava com os seus sessenta anos e que antigamente uma pessoa com a sua idade era considerada idosa, mas que agora isso mudou.  Aproveitei para comentar  que já me sentia  agradecido por constatar que muitas pessoas que conheci já tinham se ido, desde parentes, amigos... e que aquilo já era  grandioso.

Sabia que era importante abrir o coração, deixar as pessoas entrar... Também, era imperativo  superar minhas dificuldades quanto a encurtar distâncias, justamente quando tudo a volta denotava “carências” e ao mesmo tempo as pessoas pareciam tão distraídas dentro de seus mundos e, eu, inclusive! Voltei meus pensamentos para Patrícia presente, então "angélica"...

À noite, junto aos familiares.