Mais um encontro com a Delegada Jurema Wulf (e o espírito da Escrivã Ivone Francio): 

Data: 10.07.08. Horário: 14:00h. Já havia chegado na “DRP” de Jaraguá do Sul, quando fui encaminhado pela Secretária Dilva até onde deveria se encontrar a Delegada Regional Jurema Wolf. Depois das apresentações, na companhia de Jurema Wulf, fui até a salinha do Escrivão de Polícia que ficava ao lado do gabinete da “DRP” (andar superior do prédio) e pedi licença para usar o seu computador e fazer uma pesquisa no “site” da Alesc, com o objetivo de conseguir imprimir o projeto que tratava da “Indenização Aposentatória dos Policiais Civis”. Aproveitei para fazer um breve relato a respeito do assunto e Jurema Wulf deu a entender que já tinha conhecimento do nosso projeto, especialmente, que a PM já havia aprovado uma legislação no ano anterior tratando do assunto, conforme já vínhamos divulgando o assunto. Lembrei que já tinha conversado em outra ocasião com Jurema Wulf e havia relatado a conquista dos policiais militares e que segundo comentavam o governador Luiz Henrique da Silveira tinha sancionado o projeto de lei sem se dar conta do que estaria assinando, talvez, por “manobras” ocultas  dentro do Palácio do Governo bastante permeado por militares. Jurema Wulf parecia cansada, estressada, e durante o curso da conversa pude observar que parecia envelhecida e seus cabelos me fizeram recordar a Escrivã Ivone Francio, só que esta era um misto de “exotiquè” com intrepidez, enquanto aquela transpirava foco nos serviços, excesso de responsabilidades, desgastes emocionais, cobranças... Não que Ivone não fosse afeita e comprometida com o trabalho policial, muito pelo contrário, mas tinha que considerar o fato que quando maior o escalão hierárquico maiores são as cobranças, os desgastes... Jurema Wulf interrompeu meus pensamentos e foi comentando que ainda estaria acumulando a Delegacia de Comarca de Guaramirim, com quase mil procedimentos policiais, além disso havia uma Juíza de Direito novinha que resolveu pegar no seu pé, o que me fez questionar:

- “Mas você não é Delegada Regional? Eu acho que deverias permanecer somente à frente da DRP e designar um dos Delegados mais novos aqui de Jaraguá do Sul para responder por Guaramirim, não achas?”

Jurema Wulf argumentou que havia um volume muito grande de serviços na Delegacia da Comarca de Jaraguá do Sul e que os Delegados se encontram muito estressados,, o que me fez insistir:

- “Mas Jurema, você é o comando, o teu lugar é aqui na ‘Regional’. Imagina, você tem que estar aqui pensando. Além disso, como podem os Delegados novos estarem reclamando de estresse? Sinceramente, eu tenho dito sempre que nós temos três vias de poder: a cúpula, os Delegados Regionais e nossas lideranças classistas...”.

Não deu outra, acabamos falando da Delegada Sonêa que elegeu Brasília como o seu refúgio, concentrando toda a sua atenção e da classe dos Delegados para o discurso da ‘PEC 549’. Expliquei o projeto do fundo aposentatório, mencionei o trabalho desenvolvido pela Delegada Marilisa em Joinville e com o Deputado Darci de Matos, e argumentei que não era meu dever estar defendendo um projeto como esse pois quem deveria estar a frente disso deveria ser a direção da “Adpesc”, porém, a impressão era que a Delegada Sonêa estava com o foco só em Brasília, levando a tiracolo o fiel escudeiro Delegado Artur Régis.

A seguir, conversamos sobre o projeto da Polícia Militar que havia tramitado recentemente na Assembleia Legislativa e que havia sido aprovado, elevando o efetivo da PM em mais sete mil policiais militares... Comentei que era triste ver Jurema Wulf daquele jeito quando  ela interrompeu meus pensamentos:

- “Eu acho que vou responder sindicância, essa Juíza aqui em Guaramirim resolveu pegar pesado comigo, não sabe como é que eu estou sozinha lá naquela comarca...”.

Percebendo a obstinação da “DRP” em acumular a Delegacia de Comarca de Guaramirim, procurei retomar o projeto do “fundo aposentatório” e fiz um breve histórico sobre a minha união com a Delegada Marilisa para viabilizar a tramitação na Alesc por meio do Deputado Darci de Matos. Jurema Wulf argumentou que conhecia todos os Delegados da sua região, entretanto, não poderia fazer muito porque não havia um parlamentar que representasse Jaraguá do Sul. Orientei que ela poderia fazer contatos com a direção da “Adpesc” e com a cúpula da instituição, tendo ela se comprometido a ajudar no que fosse possível. Também relatei que fiquei muito impressionado com o estado em que encontrei a Delegada Cristine pela manhã, durante o seu depoimento, pois apresentava manchas vermelhas pelo pescoço, o que demonstrava visível estresse, inclusive, que durante a audiência sobre que havia deixado um plantão onde lavrou seis ou sete autos de prisão em flagrante, virando a madrugada trabalhando... Jurema Wulf me interrompeu para dizer que a Delegada Cristine encontra-se tão frustrada e estressada com o volume de serviços que estava pensando em pedir exoneração. Reiterei o que na parte da manhã já havia comentado com os Delegados Uriel e Cristine para que durante a assembleia itinerante da “Adpesc” que ocorreria nos próximos dias que providenciassem um documento contendo as principais reivindicações dos policiais daquela região, inclusive, das suas frustrações e aspirações, evitando que a coisa se dispersasse, que ficasse só no campo de “prestações de contas”, relatos das viagens à Brasília, dos discursos com carga emocional..., dos bate-bocas... e acabariam  dando em nada, absolutamente nada. Depois da conversa que tive com Jurema Wulf fiquei  meditando sobre o peso da responsabilidade em se gerir uma instituição com tantos problemas, sobre a questão do “capital humano”, o respeito aos sentimentos dos profissionais de polícia, das pessoas... e, também, da cúpula da instituição tão distante, a serviço dos governantes...

A visita da nova Corregedora (Delegada Isabel Bez Batti): 

Data: 14.07.07. Horário: 08:20h. Neste momento estava no meu gabinete (Corregedoria da Polícia Civil) e recebi uma visita surpresa, era a Delegada Isabel Bez Batti, nova Delegada Corregedora que passou a ocupar o gabinete do Delegado Douglas Marreiros (mudou de sala), no mesmo segundo andar, no final do corredor. Acabamos entrando numa conversa de maneira que pudesse lhe dar a devida atenção e as boas-vindas. Isabel comentou que havia sido convidada pelo Delegado Nilton Andrade para atuar nessa nova função e que por isso estaria muito contente. Na sequência Isabel relatou que numa das inspeções que Nilton Andrade fez na Central de Polícia de São José ficou com pena da sua situação, ou seja, percebeu que estava sozinha e com quase mil procedimentos policiais sob sua presidência, quase entrando em depressão, chegando a ficar doente, à beira de uma licença médica. Argumentei que ela estava iniciando uma nova vida na Corregedoria, e que se daria bem com as novas atividades.