Um encontro com a Delegada Maria de Fátima:

Data: 05.02.09. Horário: 10:00h. Havia acabado de chegar na  residência da Delegada Maria de Fátima Ignácio, na cidade de Navegantes e o propósito era  colher seu depoimento, considerando que estava afastada do exercício das funções em decorrência de uma licença medica. Durante o curso da nossa amistosa conversa, isso após concluir os trabalhos correcionais,  tratamos sobre assuntos de interesse institucional e a anfitriã num determinado momento mencionou o  nome do Delegado Ademir Serafim como um dos ícones da Policia Civil e que teria feito muito pela Polícia Civil do Estado. Diante daquele julgamento e me sentindo um tanto sem chão  resolvi argumentar:

- “Bom, até acredito que ele possa estar sendo  um bom Delegado Regional em Balneário Camboriu, mas acontece Fátima que ele sendo um dos homens mais importantes no momento na Policia Civil o que de fato tem feito pela instituição? Acho que ele e o Mauricio estão devendo muito para os policiais, mas olha só como estão neste momento?”

Nisso, a Escrivã Silvane Vettori precisou se ausentar para ir até a Delegacia da Comarca imprimir o depoimento, enquanto isso aproveitei para mostrar as fotos da festa de cinqüenta anos do Delegado Mauricio Eskudlark, em cujo evento Maurício Eskudlark e Ademir Serafim apareciam  aos risos entre o Vice-Governador Leonel Pavan, além da presença também da  Delegada Magali Ignácio (sobrinha de Maria de Fátima). Abri meu pendrive onde também constavam arquivos contendo fotos do sesquicentenário do Delegado-Geral, alguma delas com o Vice-Governador Leonel Pavan abraçado com Mauricio, Ademir Serafim e Magali Ignácio, todos felizes e aos risos escancarados... Ao final comentei  sob o olhar da colega  que deveriam estar sob estado de quem viu as “fichas que caíram”:

- “Olha só, quem são as pessoas que tem poder na instituição? Quem são as pessoas que externam visibilidade de poder? Quem é que tem acesso ao governo? Bom, Maria de Fátima, não existem argumentos contra tais evidências, todos comentam...”.

Maria de Fátima quando viu o que tais fotos revelavam parece que estava vendo  imagens fantasmagóricas, ficou pálida, cerrou os lábios, seus olhos pareciam não piscar atrás dos óculos, dos seus lábios nada foi pronunciado, ajeitou-se na poltrona balançando o corpo de um lado para o outro..., sem que pudesse identificar se seriam sinais de algo muito triste, funesto, catastrófico...

 “Boas novas” do Delegado Alber Rosa?

Dia 10.02.09, horário: dezoito horas e trinta minutos, estava na Corregedoria da Policia Civil e o Delegado Alber veio até minha sala para trazer a boa nova, ou seja, que  a dupla de  Delegados Mario César Martins e Ricardo Thomé seriam candidatos à presidência da “Adpesc”. Alber comentou que era quase improvável que a Delegada Sonêa se lançasse  candidata à reeleição porque estaria  encontrado muita resistência. 

De volta à Elisa:

Data: 09.07.09. Horário:  14:30h. Estava na cidade de  Pomerode (a cidade mais alemã do Brasil) tratando de uma sindicância disciplinar e  lembrei de dar um telefonema para Marilisa que há tempos estava desaparecida. Durante o curso da nossa conversa procurei ser  um tanto impessoal, porém, sem perder a ternura e a sensibilidade. O objetivo da conversa foi lembrar que o plano de carreira da Policia Civil estava tramitando na Assembléia Legislativa e a frustração era grande entre os policiais, que estávamos nos defrontando com mais um grande estelionato classista... A bem da verdade, os responsáveis por mais esse “plano” para a instituição, sob os auspícios principalmente de Delegados como Neves, Sonêa, Gross, Stang, Adriano, Thomé...(e mais André Mendes da Silveira... da Academia da Policia Civil), enfim...,  daqueles que buscavam  impor transformações de um jeito muito peculiar...  (adequação dos sistema de entrâncias com o atual sistema adotado pelo Judiciário e Ministério Publico), pagamento de gratificação para os detentores de cursos de pós-graduação e nos casos de substituições ou acumulação de comarcas. Com essa perspectiva,  os iluminados pretendiam evitar que o governo procedesse a reposição  de perdas salariais históricas para todos os  policiais civis, considerando que no passado detinham isonomia com os membros do Ministério Publico e o escalonamento vertical de salários. Durante nossa conversa  Marilisa  se mostrava doce, simpática... e eu procurei retribuir, fazendo de conta que tudo estava devida e maravilhosamente bem, a começar por nossa instituição, nossas qualidades de vida, nossas ocorrências próximas... Argumentei que o objetivo do telefonema foi para que ela conversasse com o Deputado Darci de Mattos e aproveitasse o momento para que o mesmo apresentasse nosso projeto de “fundo de garantia” como emenda em plenário ao plano de carreira. Mariisa fez as anotações sobre o meu pedido se comprometendo a conversar com o parlamentar, com as recomendações de sempre (o governo concedeu esse benefício para os policiais militares  no ano passado, a Adpesc/Sinttrasp permaneceram dormindo enquanto a PM aprovava o projeto silenciosamente, no entanto,  quando a Policia Civil apresentava o seu plano de carreira eles não dormiam em serviço, queriam participar sem tréguas...). Marilisa concordou com meus argumentos, dizendo que há tempos tentava falar comigo, havia telefonado, que um parente seu estava com suspeita de leucemia e que ela sabia que meu irmão era especialista em sangue... e por ai terminou nossa conversa com muitas promessas como até os confins da  terra do nunca... Silenciosamente  lembrei a ela que minha missão era permanecer invisível, naquele momento mais do que nunca. Depois deste nosso contato telefônico fiquei pensando no que Silvane Vettori havia me dito, isto e, de que havia sonhado que Marilisa estaria querendo conversar  comigo, razão porque eu não resisti em ligar.

Nas entranhas?:

Data: 26.02.10. Horário:  14:30h. Nesse momento me encontrava sozinho na sala da Corregedoria da DRP de Joinville,  (Silvane Vettori estava na Secretaria do órgão resolvendo outros assuntos) e aproveitei para  coletar o depoimento do Delegado Dirceu Silveira numa sindicância disciplinar. Na sequência  chegou   Marilisa, logo que a vi chegar por meio da porta de vidro  e imediatamente fui ao seu encontro pedindo que entrasse e se sentasse do lado de Dirceu Silveira e que aguardasse  a conclusão do seu depoimento. Pude notar que Marilisa parecia mais “fofa” e inchada, apesar de estar usando um vestido preto. Depois que conclui a ouvida  fiquei a sós com Marilisa e pude observar que ela estava muito simpática do que nunca. Antes de conversarmos  sobre seu depoimento tratamos do nosso “projeto” (Fundo de Aposentadoria) e ela  ligou  na minha presença  para o Deputado Mattos (DEM) mostrando que possuía um canal aberto com o parlamentar  e relatou  que o mesmo agora era membro da Comissão de Constituição e Justiça na Assembléia Legislativa. Marilisa me convidou para  irmos até o gabinete de Darci de Mattos, para tanto, pediu  meu número de telefone celular. Pude observar uma certa  preocupação dela em obter meu  número do  celular porque ela já teria tentando antes falar comigo diversas vezes, porém, não sem êxito. Feito isso, Marilisa  me advertiu:

- “Vê se atende, né!”

Depois Marilisa me perguntou se eu estava ainda com aquelas “gripes”  anuais e respondi que estava  ingerindo  “GinkgoBiloba”, “Ginseng”... e minha imunidade havia aumentando  consideravelmente. Estava sentado no computador do outro lado da mesa e pude notar que quando fiz aquele comentário Marilisa irradiou uma energia mística permeada com o  canto das vestais, sob os aromas da rainha do Nilo... e repetiu com a voz entoando um cântico:

- “Ginseng, hummm, ginseng, huhummm, ginseng, então…”.

Achei engraçado como aquela palavrinha mágica mexeu com ela, liberando algum sentido, o que era muito bom considerando os seus dramas interiores, e procurei ficar focado no que estava digitando, sem olhar na sua direção. Marilisa se levantou e veio para próximo de mim, deu uma circulada por trás e acabou se sentando numa cadeira bem do meu lado, ficando de frente para o computador, enquanto que  permaneci focado. Como a porta estava fechada e Marilisa estava a um palmo, procurei manter toda a discrição possível sem me passar até nas brincadeiras, continuando meus afazeres  como se ela estivesse a mil milhas. No meu íntimo fiquei pensando: “Meu Deus, será que ela está bem de saúde mental, será que ainda está ingerindo aqueles remédios “tarja-preta”, será que está ainda em depressão, sentiu a minha ausência, repensou…, ou será que quer apenas me provocar para me ver nas suas entranhas...? Muitos ‘serás’, coitadinha, ela sempre terá um lugar especial nos meus pensamentos, talvez um dia venha saber disso …?” Acabei pensando na Escrivã  que estava me aguardando na sala ao lado e que propositalmente havia me deixado solito com  Dirceu Silveira e Marilisa Bohem...?” Marilisa agora parecia outra mulher, como se o mundo estivesse fora do  seu controle e isso parecia entoar na sua aura  um certo misto de quase ansiedade-desespero…  Lamentei, rezando interiormente para vê-la melhor e que pudesse  evoluir como ser, passar por um processo de superação... Quando terminamos a audiência Marilisa me avisou que me ligaria e que era para atender o telefone.