DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CLXXX): O METAFÓRICO E EUFÓRICO DELEGADO JÚLIO TEIXEIRA. DELEGADO MARCOS GHIZZONI NA ACADEPOL? ENTRE PANELAS E BALELAS!   

Por Felipe Genovez | 08/03/2023 | História

Negociações sobre o Adicional de Permanência:

Dia 12.02.2012, horário: dez horas e vinte minutos, estava viajando para Navegantes e resolvi no trajeto ligar para a Delegada Marilisa a fim de tratar do projeto do governo Colombo sobre a incorporação do adicional permanência. Aproveitei para comentar que seria bastante oportuno o Deputado Darci de Matos apresentar uma emenda pelo menos que tratasse também da promoçào automática. Marilisa concordou com meu raciocídio e se prontificou a localizar o parlamentar. Reiterei que o momento exigia proatividade e que a abertura de negociações entre o governo e Delegados não poderia ficar restrita apenas à incorporação do adicional... Marilisa endossou e se dispôs a ir atrás do Deputado Darci.

Delegado Renato Hendges e um certo Delegado Diego: 

Dia 14.02.2012, horário: dezesseis horas, estava na Diretoria de Polícia do Litoral de Itajaí realizando audiência juntamente com os Delegados Darolt e Ivo Otto Kleine. Aproveitei para fazer um relato sobre a conversa que tive com Marilisa e pedi para Darolt que entrasse em contato com o Delegado Renato Hendges da Adepol a fim de solicitar que o mesmo fosse até o Deputado Darci para reiterar apoio a emenda da promoção automática. Darolt inicialmente conversou com o Delegado Renato que passou a ligação para o vice (Delegado Diego). Durante a conversa pude ouvir Darolt tratar do projeto do Deputado Darci... Depois da ligação o Delegado Darolt comentou que Diego havia dito que o governo era contra a promoção automática para os policiais civis e que era mais fácil então derrubarem o benefício que os policiais miliates já haviam conquistado. Aproveitei para argumentar que aquilo era conversa “fiada” e que os Delegados tinham que fazer frente para que a emenda fosse apresentada porque do contrário iriamos ficar só no adicional permanência.

O otimismo do Delegado Júlio Teixeira (e ex-Deputado): Entraria no jogo (incorporação do adicional de permanência, indenização aposentatória e promoção automática)?

Horário: vinte e duas horas e trinta minutos, recebi uma ligação do Delegado Júlio Teixeira (tinha ligado para ele antes, mas não pôde atender). Logo de início comecei a relatar o contato que tive com a Delegada Marilisa no dia anterior, quando tratamos da necessidade de se conversar com o Deputado Darci de Matos para que o parlamentar apresentasse uma emenda ao projeto do governo que tratava da incorporação do adicional permanência. Fiz um breve relato para Júlio a respeito do projeto que juntamente com a Delegada Marilisa apresentamos ao Deputado Darci no ano de 2007 e que ainda tramitava na Assembléia Legislativa sobre a indenização aposentatória e promoção automática para os finais de carreira quando se aposentassem. Júlio primeiramente relatou que havia recebido um telefonema do Governador Colombo com quem esteve conversando cerca de quarenta minutos, juntamente com o Escrivão Nilton, em cuja ocasião trataram da necessidade de se mandar um projeto para a Alesc sobre o “adicional de permanência”. Júlio relatou que o governador se sensibilizou e resolveu conversar com o Secretário Martini da Administração para viabilizar o projeto. Argumentei que com a greve dos policiais na Bahia e do Rio de Janeiro certamente que o momento afigurava-se bastante propício para negociar, ainda mais que o governo do Estado havia se comprometido no mês de fevereiro/2012 a retomar as negociações com os policiais civis... Júlio comentou que tratou do assunto com o Governador Colombo que também se mostrou receptivo a idéia de acertar o “adicional permanência”. Interrompi para argumentar:

- Pois é, mais isso é muito pouco. O governo havia se comprometido de voltar a negociar com a classe em fevereiro e estamos trocando uma ‘negociação’ por um adicional de permanência que a PM já incorpora há tempos, os Agentes Prisionais também... Tu sabes Júlio que esse adicional fomos nós que criamos lá em 1992 e a PM copiou. E agora estamos nessa, corrigindo uma situação  que a Sonêa’ e o ‘Neves’  deixaram correr no governo passado, lembra? Então, agora estão eles lá em Brasília trabalhando com o Deputado Ronaldo Benedet e nós aqui peleando. Mas, Júlio, eu queria saber a tua opinião, vamos pedir para o Darci apresentar pelo menos a emenda da promoção automática agora nesse pacote do governo?”

Júlio respondeu com otimismo que sim, menos a indenização aposentatória que segundo ele era um assunto polêmico para o governo. Diante da metafórica e eufórica manifestação perguntei para Júlio se ele sabia como o Delegado Ghizzoni havia sido nomeado para o cargo de Diretor da Academia da Polícia Civil? Júlio respondeu que foi uma indicaçào política do Deputado Juarez Ponticceli de Tubarão. Relatei que soube que meu nome estava dentre os indicados e se ele sabia de alguma coisa. Júlio confirmou que meu nome circulou bem, inclusive, partindo do Delegado Marlus, mas que preponderou uma decisão política. Depois disso, parti para o terceiro e último assunto que foi sobre a escolha dos nomes dos membros da comissão de processo disciplinar do Delegado Ademir Serafim. Acabei comentando que o Delegado-Geral Aldo e o Corregedor Nilton Andrade queriam que presidisse o processo, mas que havia arguido minha suspeição em razão dos impropérios de Ademir que chamou meus “projetos” (leia-se: criação da Procuradoria-Geral de Polícia e independência institucional)  de “balelas do Felipe”, também de “mais um projeto fantasia do Felipe” (segundo relato da Delegada Magali Nunes Ignácio, ex-DRP de Balneário Camboriú). Júlio registrou que a situação do Delegado Ademir era bastante complicada porque o Ministério Público havia feito um bom trabalho... Depois disso me pus a destilar um misto de indignação e barulhos interiores ao lembrar do "irônico" Ademir Serafim...