Gean karla Dias Pimentel[1]

Jucelma Lima Pereira Fernandes[2]

Raquel Rocha Drews Valadares[3]

Ruth Rocha Drews Rodrigues[4]

Valquíria Rodrigues Dias[5]

Fala-se muito atualmente sobre a deficiência auditiva/surdez que muitos anos atrás se acreditavam que estava ligada a algum tipo de déficit de inteligência. No entanto, com o passar dos anos e com a inclusão da pessoa surda no sistema educacional percebeu-se que não se progrediam as habilidades e competências cognitivas pela ausência de estímulos gerados pela dificuldade existente entre surdos e ouvintes para se comunicar.

Pode-se dizer que, Rinaldi (1997, p.31), a deficiência auditiva consiste na “diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado desprovido de audição o indivíduo cuja surdez não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva”. Ou seja, a surdez que identificada como hipoacusia, consiste na perda total ou parcial da efeitos sensoriais.

Compreende-se, então, que pelo menos mil crianças que nascem, uma delas é profundamente surda. Embora, a maioria desenvolve dificuldades auditivas no decorrer da vida, devido a doenças e acidentes e incidentes. Destaca-se, assim, que com o surgimento e desenvolvimento  da educação em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), o processo de ensino da linguagem oral permiti a pessoa com deficiência auditiva desenvolver as suas habilidades e competências.

Nesta perspectiva reflexiva,  entende-se que a pessoa com surdez se desempenhe ainda mais na busca pela sua autonomia no meio social e espaço em que vive, Lima (2006, p.12). Sendo possível fundamentar o convívio social com respeito e dignidade para a relação e o comportamento diante destas pessoas que precisam um pouco mais da nossa atenção para se estabelecer como sujeitos merecedores dos mesmos diretos das pessoas ouvintes. Para isso adverte que:

Há necessidade de se ver a pessoa como um todo, respeitar as suas diferenças e utilizá-las para a construção de uma sociedade, na qual o somatório das diferenças resulte na construção de um todo mais harmonioso e feliz. Assim sendo, todos têm a contribuir uns com os outros para construção de um novo homem.

Existem vários conjuntos centrais de problemas auditivos, entre estes se encontra as dificuldades auditivas “condutivas”, também conhecidas de “transmissão”, atinge o ouvido externo ou médio causando dificuldades auditivas, geralmente é tratável e curável que diagnostica a perda do volume sonoro.

A dificuldade “mista”, por sua vez, surge quando o problema se centraliza na região do ouvido médio e interno. Por último, aparece às dificuldades “sensorioneural” (neurossensorial). Quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo, interrompe - se o volume sonoro e distorce os sons, infelizmente, não são tratáveis, tornando assim irreversíveis e pode se manifestar em qualquer faixa etária ou até em principio gestacional.

A  deficiência auditiva/surdez, pode ser congênita ou adquirida sendo as principais origens da deficiência de nascença  as viroses maternas (rubéola, sarampo), hereditariedade, doenças tóxicas adquiridas durante a gravidez (sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose), uso de medicamentos ototóxicos que danificam os nervos auditivos no período de gestação. Sendo uma deficiência adquirida, a partir do momento que exista uma predisposição genética (otosclerose), quando adquiri entre outras doenças a meningite apesar de se tomar remédios ototóxicos, se expõe a sons de alto grau de impacto (explosões) e viroses.

Nesses casos acima citado, considera-se que o indivíduo com deficiência auditiva seja parcialmente surdo, quando possui surdez leve chegando até aos quarenta decibéis, e conforme explicita Lima (2006, p.19), “essa perda impede que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. [...]. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da língua oral, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório na leitura e/ou na escrita”.

Existem casos de  surdez moderada que varia entre os quarenta e setenta decibéis, que de acordo com Rinaldi (1997, p. 53-54), esses limites estão relacionados ao grau do qual identifica o som “sendo necessária uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. [...] Esse indivíduo tem maior dificuldade discrição auditiva em ambientes ruidosos. [...] Sua compreensão verbal está intimamente ligada a sua aptidão para a percepção visual”.

No entanto, o indivíduo é considerado totalmente surdo, ou seja, possui surdez severa, quando apresentar dificuldade auditiva que variam entre setenta e noventa decibéis, diante disto Rinald (1997, p. 54) cita que este tipo de perda auditiva, permite que esta pessoa perceba somente “alguns ruídos familiares e poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar até aos quatro ou cinco anos sem aprender a falar. [...] A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de sua aptidão para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações.

Já o caso de surdez  profunda apresentar perda auditiva acima de noventa decibéis, que Lima (2006, p 19-20) considera que a gravidade dessa perda é tão grande que o impede de adquirir as informações auditivas adequadas para perceber e entender os sons humanos (voz), privando-o “de adquirir a língua oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica quanto à identificação simbólica da linguagem. [...] Esse indivíduo geralmente utiliza uma linguagem gestual, e poderá ter pleno desenvolvimento linguístico por meio da língua de sinais.

Decorrente desta visão fica mais fácil identificar uma criança com surdez, a partir a observação e procura por alguns indícios que quando percebidos desde cedo pode ajudar no desenvolvimento cognitivo das crianças, além de oferecer-lhe o atendimento e apoio adequados a suas necessidades em meio ao seu convívio social e escolar.  

Do nascimento aos três anos de idade:

O recém-nascido não reage a um forte bater de palmas, numa distância de 30 cm;

O recém-nascido desenvolve-se normalmente nas áreas que não envolvem a audição, quando propriamente estimulado.

Dos três aos seis meses de idade:

A criança não procura, com os olhos, de onde vem um determinado som;

A criança não responde à fala dos pais;

A criança pode interagir com os pais, se a abordagem for visual.

Dos seis aos dez meses de idade:

A criança não atende quando é chamada pelo nome, não atende a campainha da porta ou à voz de alguém;

A criança não entende frases simples como “não, não”, ou “até logo”;

A criança pode entender o que as pessoas estão “falando” com ela, se for utilizada a língua de sinais.

Dos dez aos quinze meses de idade:

A criança não aponta objetos familiares ou pessoas quando interrogada em língua portuguesa oral;

A criança não imita sons e palavras simples;

A criança aponta objetos familiares ou pessoas quando interrogada em língua de sinais, entre outros.

Dos quinze aos dezoito meses de idade:

A criança não obedece a instruções faladas, por mais simples que sejam;

A criança obedece a instruções dadas em língua de sinais;

A criança inicia sua linguagem gestual, sinalizada, etc.

Dos dezoito meses aos três anos e meio de idade:

Não há enriquecimento vocabular (via oral);

Em vez de usar a fala, a criança gesticula para manifestar necessidades e vontades;

A criança desenvolve a língua de sinais, comunica seus desejos e necessidades, gosta de histórias narradas em língua de sinais e gosta de desenhos, entre outros.

Dos três anos e meio aos cinco anos de idade:

A criança não consegue localizar a origem de um som;

A criança não consegue entender nem usar palavras simples em língua portuguesa oral, como: ir, mim (eu), em, etc.;

A criança utiliza a língua de sinais para as funções sociais, entre outros.

A criança com mais de cinco anos de idade:

Tem dificuldade em prestar atenção a conversas em língua portuguesa oral;

 Confunde direções ou não as entende, quando expressas em língua portuguesa;

A criança conhece, entende e utiliza a LIBRAS, etc. 

Em suma, percebe-se que quanto mais grave for à perda auditiva, maiores serão as dificuldades linguísticas e mais extensas será o tempo do qual o aluno precisará receber atendimento especializado. Necessita-se, então, promover ações para diagnosticar  as crianças que estão diante da nossa responsabilidade e encaminhar a trilhos que os respaldam em meio a fatalidade de deus enfrentamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

GALVANI, Maria Denise da. Repórter Brasil. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/trabalhoinfantil/a-dura-realidade-do-trabalho-infantil-domestico/. Acesso em: 22. out. 20012.

MONTEIRO, Lauro. Negligência Disponível em:  http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=27 acessado em: 16 de out. 2012 as 22hr e 40 min.

PASTORAL DA CRIANÇA. A paz começa em casa: como trabalhar as relações humanas para prevenir a violência contra a criança no ambiente familiar. 2. ed. Curitiba: Ministério da Saúde; Governo Federal, 2000.

SANTOS, Hélio de Oliveira. Crianças Espancadas. Campinas, SP: Papirus, 1987.

Tipos de violência. Disponível em: http://mapadocrime.com.sapo.pt/tipos%20de%20violencia.html. Acesso em 25 Out. 2012.


[1] Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.  

[2] Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.  

[3] Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.  

[4] Graduada em: Letras; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Estadual de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.  

[5] Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.