INTRODUÇÃO

O início dos estudos do pavimento existente se dá a partir de uma acurada análise das condições funcionais e estruturais, com a finalidade de permitir uma definição das características físicas (ou parâmetros de comportamento) que se mostram imprescindíveis de determinação, bem como de disciplinar os trabalhos de prospecção para se determinar as constituições físicas representativas das estruturas existentes. Por outro lado, face à importância naturalmente assumida, promove-se, concomitantemente à primeira visita de inspeção técnica, o levantamento histórico do pavimento existente, buscando-se fundamentalmente informações relativas à data de entrega do pavimento ao tráfego usuário, às intervenções de manutenção corretiva já realizadas e às características do tráfego incidente. Em relação aos parâmetros que podem vir a permitir uma perfeita avaliação do comportamento do pavimento, sabe-se que se enquadram em duas grandes linhagens, definidas pelas características funcionais (características superficiais, de deformações permanentes e de deformabilidade) e pelas características estruturais (perfil constitutivo, espessura das camadas, módulos de rigidez/resiliência e coeficientes de Poisson).

Relativamente às características funcionais, traduzidas pelas características de degradação superficial, de deformação permanente e de deformabilidade elástica, sabe-se ser de fundamental importância promover seus levantamentos e suas avaliações, visto condicionarem elas, de forma notável e dominante, a natureza e o tipo - não a magnitude - de medidas corretivas a serem preconizadas.

Com isso, se faz necessário uma análise mais aprofundada da relação entre as deficiências funcionais do pavimento e os mecanismos de degradação que as originam. Para tal separar-se-á tais elementos em dois grupos:

Deformações permanentes: Deformidades que têm como origem preponderante problemas associados as camadas inferiores: resultado de carência estrutural do material utilizado na base, da deficiência de compactação ou, em alguns casos, de falha na confecção da mistura asfáltica.

Ocorrências Aparentes: Ruínas associadas à degradação da camada asfáltica devido à fadiga.

Deformações Permanentes

A norma PRO-005/2003 publicada pelo DNIT versa sobre a miríade de defeitos existentes em uma rodovia, expressando de maneira objetiva e concisa a definição de cada um deles. Neste universo constata-se a presença de algumas ruínas relativas às deformações permanentes. São elas:

Afundamento Plástico: Trata-se de um afundamento determinado pela fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento, revestimento, revestimento e base ou revestimento base e subbase. Na situação em que o mesmo apresenta extensão de até seis metros, denomina-se afundamento plástico local, exemplificado na Figura 1. Quando ele ultrapassa tal dimensão e localiza-se na trilha de roda, identifica-se como afundamento plástico da trilha de roda, ilustrado na Figura 1

Afundamento por Consolidação: Origina-se a partir da consolidação diferencial de uma ou mais camadas do pavimento. Sendo que esse afundamento não é acompanhado de solevamento. No caso em que se apresenta com uma extensão menor do que seis metros recebe a alcunha de afundamento localizado na trilha de roda. Esse caso apresenta-se ilustrado na Figura 2. Na situação em que o afundamento apresenta dimensão longitudinal maior do que seis metros e acontece na trilha de roda é nomeado afundamento por consolidação na trilha de roda. Apresentar-se-á tal situação na Figura 2. [...]