DE REPENTE, ESQUECIMENTO!

É fácil saber em que época estamos? Sim. Hoje se vive o tempo do agora. Não aceitamos espera. A distância se torna curta com tantos meios de comunicação. A vida está mais viva, tem mais movimento. Com isso tudo, o homem nem sempre consegue responder um chamado que fala na sutileza de sua existência. É um chamado para aprender/ensinar.

Uma palavra que vem para selar a falta de aprendizagem do homem moderno é o seu ligeiro esquecimento. Neste caso, esquecendo o pouco que se aprende fica difícil ensinar.

Numa lógica seguimos: “Quem ensina aprende”. Quem aprende tem matéria para ensinar. Mas como aprender enquanto se ensina? O ponto de partida para responder esta objeção é o que Guimarães Rosa disse: “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente, aprende”.

Aprendemos todos os dias. Até mesmo o nosso acordar já é um aprendizado. Aprendemos com uma música, um poema, em uma troca de mensagens, homilias.

Um dia um padre me disse que quem o ensinou a pregar foi o povo: “o povo é quem me ensinou a pregar”. Ele diz que começa a preparar sua homilia desde a segunda-feira até sábado. Cada dia lê alguma das leituras, mas somente sábado que faz toda a homilia depois de ter ruminado todas as leituras no decorrer da semana, usando alguns Padres da Igreja para complementá-la.

Ensinar é, pois, transmitir o conhecimento retido. Assim, é preciso aprender ensinar, porque sempre estamos aprendendo com o outro. Você ainda se recorda de quem lhe ensinou a aprender o ABC? Ou já se esqueceu?

 Pe. Joacir d’Abadia, autor de 7 livros