DE PARA QUEDAS O CORONAVÍRUS CAIU EM SOBRAL - LITERATUTA POPULAR

1

Um bichinho tão pequeno

Saiu de seu habitat

Apareceu no firmamento

Veio aqui para ficar

Caiu de paraquedas

P’ra  Sobral instalar

2

O vírus é invisível

Não escolhe classe social

Pega em criança e idoso

Quer na cidade e Zona Rural

A look Down da pandemia em 2020

Caiu de paraquedas em Sobral

3

O Zé Madeira da Bodega

Soube da tal pandemia

Pregou na parede um aviso

Pra alertar sua freguesia

Primeiro chegou o Zé bode

Fazendo uma grande ironia.

4

Zé madeira se irritou

Cabra tu acha que minha invenção

A notícia tá no jornal

O vírus está em toda região

Disseram que chegou a Sobral

Veio de paraquedas e avião.

5

Enquanto isso no centro da cidade

Apareceu o primeiro caso

De um filho e ilustre político

Que pegou  viajando por acaso

Andando em turnê por Portugal

E sua companheira com quem era casado.  

6

Mais Deus é maior

Logo a ele curou

Foi logo medicado

Por um exímio doutor

O casal ficou de quarentena

Numa casa de veraneio isolou.

7

Uma semana depois

O caso ficou consumado

E na capital cearense

Logo foi alastrado

Em Sobral com os primeiros casos

Apareceu em nosso mercado.

8

Chico Papa Lagarta saiu de sua toca

Pegou seu chapéu e foi comprar feijão

Entrou no Mercado Público

Na Bodega de Chico Lampião

Encontrou o João de Apole

Na rua fazendo uma Declamação.

9

O grande encontro aconteceu

Na cidade de Sobral

Por causa da Pandemia

O Governador veio da Capital

Disse ao Senhor Prefeito

Homem faça logo um Decreto Municipal

10

Esse vírus chegou de mansinho

Veio de paraquedas para Sobral

Com filhos e turista chegando de ônibus

Primeiro a Rodoviária, nosso terminal.

O Decreto mandou baixar as portas

Até o Quinca do Pastel fechou com medo desse mal

11

Os comerciantes da Viriato de Medeiros

Com medo do vírus baixaram suas porta

O Liberato falou com Tadeu Tibúrcio

Homem não fique de cara torta

Essa tal pandemia veio de paraquedas

Louro do Piauí confirmou não ser lorota.

12

Curiosos da rua não se aguentaram

Na Praça da Meruoca uma rebelião

O Zé Bureta foi tirar história a limpo

Da tal pandemia na Praça São João

O Poeta Belchior parado cantou

Com Pedro Lavandeira no Bairro da Estação

13

Barreiras foram fincadas nas ruas

Igrejas de Sobral com porta fechada

No Beco do Cotovelo ficou deserto

Lojas e Livrarias com salário apertado

Os irmãos Carlos da Barbearia

Sem tomar o Café Jaibaras caprichado.

14

Na Pracinha do Siebra os bares fecharam

Equipamentos da ginastica vestido de fantasia

Cobertas com enormes panos pretos

Sobral em luto pela pandemia.

Ouviam-se cantos nos arvoredos

E os pardais com eterna sinfonia.

16

Uma reunião aconteceu

Com vereados na Câmara Municipal

O Presidente Carlos usou a palavra

Pelo Prefeito num Decreto Oficial

A imprensa Sobralense presente

Com auxílio na rua - O Guarda Municipal

17

Padres e evangélicos seguiram o Decreto

Um aviso foi lançado à risca

O Zé da Cantina cancelou o show

Avenida Dom José com seu lojista

Lojas Tem de Tudo e os comércio varejista.

18

O João do Bolo ficou irritado

Perguntou ao Rogério pipoqueiro

Machovéi como ganhar nosso pão

Concordava Manoel picolezeiro

O vendedor de água na Loteria da Praça

E o Manga da churrascaria com seu cozinheiro.

19

Essa tal pandemia

Caiu de paraquedas na região

Veio pra matar toda gente

Na cidade e no sertão

Ninguém pode sair de casa

Lascou toda a população.

20

Uma Palavra chamada de Hashtags = (hesteg)

Palavra que vem do inglês

Acompanhada com um tracinho

Veio junto com um vírus Chinês

O homem do campo não vai entender

“Ficar em casa” só escrito em português.

21

Sobral é terra de cenas fortes

Assim fala um escritor

Terra de Luzia-Homem

Qundo a pandemia aqui chegou

Terra de Visconde de Saboia

Conhecido o maior doutor.

22

Em época da Pandemia

Sobral com hospitais lotados

A Santa Casa de Sobral

Hopital HGR com grupos isolados

Vem gente de toda região

Para Sobral ser curados.

23

O vírus está solto

Instalou-se em nossa região

Sobral com vítimas fatais

No Jaibaras nossa Microrregião

A população não está ciente

Mal usa a máscara de proteção.

24

Aqui deixo meu recado

Tome cuidado com a pandemia

O Covid 19 é mortal

Primeiro veio como epidemia

Está acabando com nosso povo

Lavar a mão não lhe contagia.

 

 

NOTA:

 

FATO REAL QUE ESTÁ ACABANDO COM NOSSA POPULAÇÃO.

 

Os versos em Literatura de Cordel é um apelo para o povo brasileiro. Todo cuidado é pouco. Fiquemos em Casa. Os personagens aqui apresentados formam um grupo de cidadãos em minha cidade. Agradeço é uma forma de homenageá-los de forma carinhosa. 

 

TEXTO E CRIAÇÃO DE WILAMY CARNEIRO 

 

 

Wilamy Carneiro é cordelista, professor e escritor.  Autor de inúmeras Literaturas em Cordéis de sua cidade e de seu povo.  É Membro da ALMECE – Academia de letras do Município do Ceará. Patrono da Cadeira de Nº 97 do Município de Forquilha.