12/09/12

 Estive mal o dia todo, com o coração apertado, pensando muito na Teresa, lembrando os dias finais do hospital.

A tarde fui na psicóloga e contei para ela o que estava acontecendo. Ela fez um relaxamento, me colocou num estado de semi-inconsciência e pediu para em pensar em alguém ou algo, enfim que deixasse meu cérebro a vontade. Depois que eu identificasse o pensamento eu deveria  indicar com o dedo que eu estava pronto.

De imediato, veio na minha cabeça uma sandália vermelha, linda, aparecendo apenas os tornozelos da mulher que a calçava. Ora era uma sandália, ora outra, depois outras, mas todas vermelhas e só apareciam os tornozelos da mulher. Depois de muito tempo com essa imagem, dei sinal para a psicóloga e ela sem saber o que eu estava pensando, falou: põe num palco o que/quem você está pensando, olhe bem, analise todos os angûlos, todos os detalhes. Direcione agora um facho de luz para o palco para você ver bem.

No palco continuava uma sandália vermelha com os tornozelos, unhas sem pintura e ora com uma pintura clara. Quando direcionei as luzes, a sandália explodiu em muitas cores, prateada, azulada, etc, mas voltou para o vermelho. Notei que agora eu estava começando a ver as pernas da mulher. De repente vi a saia, toda cheia de rendas e babados, e a mulher estava dançando. Continuei olhando para cima lentamente e depois de um tempo conseguir ver o rosto. Era a Teresa, sorrindo, dançando e fez sinal para eu subir no palco. Relutei bastante, mas depois de um tempo subi. Eu estava muito mais novo. Começamos a dançar. Éramos dançarinos. Quando olhei em volta, estamos rodeados por pessoas nos aplaudindo e entre elas estava a Dani, também sorridente e batendo palmas. Continuamos a dançar e fomos desaparecendo. Voltei.