DA METAMORFOSE DO PAPEL À ERA DIGITAL DOS TABLETS E SMARTPHONES: A RENOVAÇÃO DOS MEIOS PEDAGÓGICOS COMO CONCEPÇÃO DAS NOVAS PRÁTICAS DE ENSINO.

FROM THE METAMORPHOSIS OF PAPER TO THE DIGITAL AGE OF TABLETS AND SMARTPHONES: THE RENEWAL OF PEDAGOGICAL MEANS AS A CONCEPTION OF NEW TEACHING PRACTICES.

Thalita Martins Macena[1]

Resumo

A tecnologia se faz presente em todo nosso cotidiano, desde as atividades mais simples as mais complexas, e de fato já invadiu o terreno fértil da educação derrubando as barreiras impostas pela divisão social de classes, seja ela na escola da cidade ou da zona rural e com essa transformação social é de fato um grande desafio ao professor ações que permitam mediar a prática pedagógica com os avanços tecnológicos, contribuindo na manutenção, inovação, criação e ressignificância das ferramentas pedagógicas.  

Palavras-chave: Tecnologia; Conhecimento; Prática Pedagógica;

Abstract

The technology is present throughout our daily life, from the simplest most complex activities, and in fact has already invaded the fertile land of education by bringing down the barriers imposed by the social division of classes, be it in the school of the city or rural area and with This social transformation is in fact a great challenge to the teacher actions that allow to mediate the pedagogical practice with the technological advances, contributing in the maintenance, innovation, creation and resignificance of pedagogical tools. 

Key words: Technology; Knowledge; Pedagogical Practice;

INTRODUÇÃO

Não podemos negar, a globalização transformou nossas vidas, estamos em um momento em que tudo se transforma dentro de milésimos de segundos, o que era verdade até então já deixou de ser dentro de um piscar de olhos, podemos estar aqui sentados conversando  tranquilamente com um amigo que geograficamente está a milhões de quilômetros, mas conectado por uma simples ligação de chamada de vídeo de celular se faz onipresente onde queira estar, nossas vidas já se cruzaram e descruzaram com pessoas de lugares que antes se quer pensaríamos poder se fazer contactar, tudo isso devido a revolução incontrolável das tecnologias da informação e comunicação, as TIC’s, essa tecnologia que nos absorve, que nos domina, que nos aproxima é a mesma que se não utilizada para a transformação social, é a mesma que exclui, que aliena, que deixa distante a grande massa dos excluídos digitais.

 “...A capacidade para usar a tecnologia da informação é cada dia mais decisiva, pois muitos dos serviços, do trabalho e dos intercâmbios estão e estarão cada vez mais acessíveis apenas por meio da rede. Por isso, aparece com maior clareza e urgência a necessidade de formação de novos cidadãos para viver em um novo ambiente digital de possibilidades e riscos desconhecidos.” (PÉRES GÓMEZ, 2015, pg 17)

A TECNOLOGIA COMO SUPORTE PEDAGÓGICO

“Não basta utilização de tecnologia, é necessário inovar em termos de prática pedagógica”. Sampaio e Leite (citado por Leite, 2003, p.14).

De certo poderíamos iniciar nosso ensaio contextualizando a riqueza tecnológica que temos hoje disponível no mercado como produtos que subsidiem o processo educacional, porém precisamos enfatizar que apesar toda a expansão midiática presente no cotidiano da sociedade em geral, ainda há escolas com pouca ou nenhuma conexão de internet, equipamentos, aparelhos eletrônicos ultrapassados que não são compatíveis com outros que precisam ser utilizados em comum para poder conectar, como por exemplo os antigos aparelhos de tv de tubo que não permitem a conexão hdmi e o mais complexo e sem dúvidas o primordial para a evolução da prática tecnológica educacional, a formação contínua e atualização dos docentes para a utilização dos recursos midiáticos dentro de uma prática crítica e inovadora. Bem como já citava Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia:

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. (FREIRE, 2016, pg 40)

Tomando por base a presença de inúmeros meios tecnológicos presentes em nossas atividades diárias que já se tornaram tão comum a todos sem desmerecer a insuficiência de aparelhos, equipamentos e até mesmo a falta de conexão de internet em algumas escolas como já citamos, podemos tomar esses meios comum a todos a favor do ensino-aprendizagem, seja através do grupo de whatsapp para criar ali um debate sobre determinado assunto, seja para encaminhamentos de materiais didáticos que somatizam com a disciplina em ministração, a criação de grupos em redes sociais para difundir conteúdos e avaliações, teremos alcançado o usufruto da tecnologia e trazido nossos alunos a uma prática diferenciada sem perder o acelerado ritmo inovador das tecnologias.

Perante essa transformação social imposta pelo avanço da tecnologia e a multiplicidade de possibilidades do uso das ferramentas como suporte no processo de ensino-aprendizagem, não cabe somente o uso destas para alcançarmos o empoderamento do alunato, pois se estas forem utilizadas sem um objetivo reflexivo-critico pedagógico, serão apenas mais um meio de comunicação, daí a importância do docente estar capacitado para emancipação dos mesmos, o professor necessita de reciclagens, de alfabetização tecnológica, para domínio das tecnologias a favor de sua dimensão política.

Os meios de tecnologias independentes não podem e não devem ser descartados do processo de ensino, precisam ser tão bem utilizados quanto as novas tecnologias dependentes, o aluno deve conhecer este conjunto de ferramentas que dinamizam o trabalho pedagógico permitindo a construção de saberes, as trocas de experiências vividas, o fortalecimento da diversidade de pensamentos, o rodízio da prática pedagógica diferenciada aguça o sentimento de inovação do aluno, permite a formação da autonomia, do criar, do inovar e não apenas do repetir, nas palavras de Pocho, “... a escola deve fazer o aluno aprender a aprender, a criar, a inventar soluções próprias diante dos desafios, enfim, formar-se com e para autonomia, não para repetir, copiar, imitar.” (POCHO, 2014, pg 17).

As ferramentas ofertadas durante os processos de educação são inúmeras, referenciando um modelo primordial nos faz refletir sobre as construções históricas desses instrumentos, como: as tabuletas de argilas ou as pedras utilizadas pelos sumérios em 3.500 a.C, o rolo de papiro criado pelos egípcios, o pergaminho na Grécia, o códice, o livro, a pena usada para escrita, o giz e o quadro negro, o retroprojetor e os mais modernos dentro dos citados, o quadro branco para uso de pinceis, o quadro eletrônico, a caneta esferográfica, o computador, o tão utilizado projetor multimídia ou data show, são exemplos de como o homem (professor) veio ao longo dos anos sendo impulsionado a fazer uso das mais diversas tecnologias, pontuando na contemporaneidade os tablets, os notebooks, os laptops, cada vez mais presentes na vida dos alunos e essa realidade não pode ser alheia a atuação pedagógica docente, mesmo que não fazendo parte de seu rol de instrumentos, deve ser no mínimo tópico de conhecimento e debate perante os alunos para que estes não se tornem excluídos da interpretação dessas novas linguagens e nem tão pouco engolidos pela velocidade em que as tecnologias avançam, oferecendo a estes a possibilidade de transcender o seu contexto social, cultural e econômico.

“...É necessário reconhecer, portanto, o extraordinário potencial instrutor e inclusive formador oferecido pela revolução eletrônica ao permitir a comunicação intercultural e possibilitar que os indivíduos e os grupos sociais não fiquem centrados apenas nos seus próprios e limitados contextos....” (PÉRES GÓMEZ, 2015, pg 19)

Portanto, a transformação social não ocorrerá apenas pelo uso das tecnologias, fundamentada em uma ação autoritária, conservadora, modelada pelo ensino bancário, como mero transmissor de conhecimentos, mas pela dimensão social que busca desenvolver em seus alunos, os valores e sentido que a prática despertará, refletindo na dimensão social que as questões socias transmitem a escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Possibilitar a abertura de uma prática pedagógica mediada pelas novas tecnologias, associadas as já existentes nos traz a clareza quão ilimitados somos se deixarmos a concentração pragmática de lado e desenvolvermos nosso potencial dialético, prismando a uma dimensão reflexiva, inovador a meio de nossas aptidões.

Percebemos que não nos cabe somente receber as tecnologias se delas não soubermos extrair o essencial, a transformação do homem em seu meio social, serão apenas tecnologias, sem um papel social, sem um objetivo real, um elefante branco a espera de uma aquarela.

A reciclagem, o aprimoramento, a alfabetização tecnológica, devem ser recebidas como empoderamento pessoal e profissional, libertando as práticas estáticas a novas vicissitudes.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire – 53ª ed – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

GRISNPUN, Mírian P. S. Z. A orientação educacional : conflito de paradigmas e alternativas para a escola /  Mírian P. S. Z. Grispun. – 5. Ed. – São Paulo : Cortez, 2011.

PÉREZ GÓMEZ, Angel I. Educação na era digital : a escola educativa / Angel I Pérez Gómez; tradução : Marisa Guedes ; revisão técnica : Bartira Costa Neves. – Porto Alegre : Penso, 2015.

POCHO, Cláudia Lopes. Tecnologia Educacional : descubra suas possibilidades na sala de aula / Cláudia Lopes Pocho, Márcia de Medeiros Aguiar, Marisa Narcizo Sampaio ; Lígia Silva Leite (coord.). 8. ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2014.,

[1] Assistente Social. Especialista em Gerontologia, pós- graduanda em Gestão e Tutoria pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI, Mestranda em Ciência da Educação, tutora no Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI, polo Manaus/Manacapuru – AM, Assistente Social do quadro efetivo da Secretaria Municipal De Saúde em Manaus, atuando na Maternidade Dr. Moura Tapajoz desde 2013.