Da margem ao centro

No mundo antigo, existiram vários povos que desapareceram. Sabemos deles apenas porque outros povos os mencionam em sua história.

No mundo antigo, também existiram povos que deixaram suas marcas em sua região ou na história de outros povos.

No mundo antigo houve povos que deixaram marcas tão profundas que interferem no mundo atual. Essas marcas podem ser vistas em nosso dia a dia. Alguns desses povos desapareceram, outros passaram por transformações e incorporaram conhecimentos e sabedorias aprendidos com seus vizinhos ou com seus parceiros comerciais. Podemos mencionar os hebreus e os fenícios como exemplos desses povos, pois eram sociedades pequenas mas legaram grandes contribuições.

É claro que nem tudo que vem desses povos foi inventado por eles. Mas a sua contribuição foi importante para melhorar o que os outros criaram. Os fenícios não inventaram a escrita, mas a aperfeiçoaram. A partir desse modelo os gregos e romanos desenvolveram o seu sistema os quais estão na base do nosso sistema. O mesmo podemos dizer dos hebreus que desenvolveram a ideia do monoteísmo que foi assumida por cristãos e muçulmanos.

Alguns dos povos antigos surgiram e desapareceram nas margens da história. Outros povos antigos também surgiram nas margens, mas seus feitos os arrastaram para o centro da história. Alguns desses povos marginais que vieram para o centro da história são os hebreus, os fenícios, os gregos e os romanos, os quais de uma ou outra forma interferiram ou se fazem presentes em nossa sociedade.

Os saberes e conhecimentos produzidos no contexto em que esses povos viveram, foram tão significativos que as sociedades que se sucederam - inclusive a nossa sociedade - de alguma forma, reinterpretaram, reaproveitaram, recriaram, refizeram esses saberes e conhecimentos para reaproesentá-los na forma de inovações de saberes e conecimentos. O nosso mundo da ciência e da tecnologia, deve a eles as suas bases.

Todos esses povos - entre outros - permanecem nas sociedades atuais na forma de crença (o cristianismo), de conhecimento (a filosofia grega) e nos mecanismos de divulgação da ciência de hoje (o sistema de escrita). Os povos antigos saem das margens para se tornarem eixo da história. Suas contribuições os tiraram das margens para se converter em elementos centrais da história.

Neri de Paula Carneiro

Mestre em eduação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura