CUSTOS E ANÁLISE DO VALOR AMBIENTAL DO RISCO: Estudo do caso do impacto dos riscos - estaleiro da Condor Muhala-Expansão, cidade de Nampula

Resumo

A questão da fraca perceção de riscos ambientais e a negligência por parte dos trabalhadores (empresas e empregadores) faz com que a questão do risco no ambiente de trabalho seja predominantemente marcante. Com isso, neste trabalho, analisou-se o impacto dos riscos ambientais nos trabalhadores do estaleiro da Condor, arredores da cidade de Nampula. Trata-se de um estudo com uma amostra de 19 trabalhadores num conjunto de 63 correspondente ao universo. Diante da pesquisa realizada, as respostas obtidas pela parte dos trabalhadores desta (operadores e representantes da mesma), remete-me a concluir que os trabalhadores não tem a noção do impacto dos riscos ambientais inerentes a sua actividade. A título de exemplo, alguns destes estão exposto a um ambiente de ruído devido ao funcionamento de algumas máquinas pesadas nas quais, em algum momento provocam um efeito de vibração; tanto quanto na empresa, verificou-se a falta de adopção de medidas de prevenção que contemplam os diversos outros riscos ambientais.

Palavras-chave: Exposição. Riscos. Trabalhador. Riscos ambientais. Concentração.

 

Introdução

A alguns anos atrás a preocupação com os riscos ambientais era voltada pela extinção de animais, desmatamento e poluição do ar. Logo, cresceu a preocupação com os riscos gerados pela poluição das indústrias.

Algumas empresas foram movidas pelas exigências de seus consumidores, inicialmente as empresas europeias começaram a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos, (GOMES e GARCIA, 2013).

Para estes, a ideia de que algo pode vir a ocorrer, já então configura um risco. O risco se apresenta em situações ou áreas em que existe a probabilidade, susceptibilidade, vulnerabilidade, acaso ou azar de ocorrer um tipo de ameaça, perigo problema, impacto ou desastre.

Com isso, muitas organizações tem investido em planos estratégicos elaborados de gestão com finalidades de amenizar os riscos ambientais no qual estão expostas tanto as pessoas como as empresas, principalmente pela grande evolução da globalização. A gestão de riscos vem sendo implementada, com vistas a reduzir fraudes e erros de controlos internos, que elevam os custos e levam à perda de credibilidade de empresas.

Dai que o trabalho, na sua generalidade analisa o impacto dos riscos nos trabalhadores no estaleiro da Condor. Nisso, define-se e descrevem-se os riscos assim como se apresenta o seu impacto no seio dos trabalhadores.

Na relação risco e o ambiente reside a ideia de que a exposição ao risco e a vulnerabilidade de sofrer acidentes de trabalho derivam da falta de instrução e do desconhecimento das regras de segurança. A exposição do mesmo, pode ser consciente, voluntária e racional por parte do trabalhador. Há factores que determinam a forma como os indivíduos compreendem situações concretas de perigo, como vivenciam a essas situações, ou seja, qual é a percepção social de risco destes trabalhadores.

Porém, neste, defende-se a ideia de que a não antecipação e o monitoramento constante contribuem na exposição dos riscos ambientais aos trabalhadores do estaleiro da Condor.

Quanto à estrutura, o trabalho esta organizada em três partes: a primeira faz a caracterização do local da pesquisa (estaleiro da Condor Muhala-expansao, cidade de Nampula); segunda parte, apresenta o conceito de risco e a contextualização descritiva sobre o mesmo; a terceira e ultima parte, a discurso dos resultados da pesquisa.

Aspectos metodológicos

Para o entendimento da questão impacto dos riscos ambientais, foram efectuadas pesquisas bibliográfica e documental com relevância para o tema e a área de estudo. A evidência dos resultados apresentados no trabalho, foram, de igual modo, consolidados por dados resultantes de entrevistas e questionários colectados numa amostra de 19 trabalhados, constituindo desse modo, parte de um conjunto de 63 trabalhadores correspondentes ao universo.  

Nesta vertente, a pesquisa teve como início, a colecta de dados no campo baseando-se inicialmente na observação directa, o que proporcionou o incremento de certa forma à obtenção de demais informações directamente dos agentes envolvidos na pesquisa.

De salientar que a análise da exposição e percepção do impacto do risco por parte dos trabalhadores é feita de forma percentual e é apresentado em gráficos.

 

Caracterização do Local da Pesquisa - Estaleiro da Condor, Muhala - Expansão em Nampula

A Condor é uma empresa que se enquadra no grupo das médias empresas. Esta, em Nampula vem operando as suas actividades já a mais de 15 anos. Ela é vocacionada na venda de material na sua maioria, de construção, como forma de responder as necessidades do mercado no que tange à construção.

Actualmente, a Condor na cidade de Nampula para além da venda de material de construção, conta também com uma fábrica de processamento da amêndoa da castanha do caju, localizada a 18km aproximadamente da cidade, em Anchilo.

A Condor possui uma loja na qual, por onde efectua a venda do material. Esta, funciona como a sede da empresa e que por sinal encontra-se localizada na Avenida da Independência nº 1.016, entre os Bancos ABC e Moza Banco. Bem em frente do vulgo Prédio Branco. E a alguns escassos metros do Prédio Fabião, no centro da cidade.    

Para o material de fácil manuseamento, a compra e o levantamento é efectuado na mesma loja. Mas para o material de difícil manuseamento e em quantidades elevadas (como o caso de mosaico, varões, chapas metálicas, tanques de agua, cimento e blocos para construção, entre outros), efectua-se o pagamento na loja e levantamento é nos seus armazéns ou Estaleiro de Muhala-expansao - vulgarmente assim o designam.

O Estaleiro de Muhala-Expansao da Condor fica situado na Avenida das FPLM, na zona do Muhala-Expansao, aproximadamente entre 3 a 4 km de distância do centro da cidade.  A sua frente, encontra-se implantada e em funcionamento uma escola pública de nível primário (Serra da Mesa).

Em termos de dimensão, o estaleiro, ocupa uma área estimada entre 150 a 200 metros de cumprimentos e 50 a 70 metros de largura. Segundo Ismael Júlio, actualmente o estaleiro conta com um total de 63 trabalhadores.

Neste, não só funcionam de armazém, conforme anteriormente mencionado mas funcionam também internamente, algumas pequenas fábricas do ramo de construção como o caso da fábrica de blocos, pavês, lancis, manilhas, grelhas e outros; funciona também a carpintaria, serralharia e serviços de mecânica para efeitos de reparação de Automóveis.    

Segundo resultados definitivos do Censo de 2017 tornados públicos pelo INE, a província de Nampula tem 6.102,867 habitantes em uma área de 81 606km².

É um Posto Administrativos composto por 5 localidades (Anchilo-Sede, Namachilo, Namigonha, Napuri e Saua-Saua, (MAE, 2007 p.30).

Entre a fábrica de blocos, serralharia, carpintaria e serviços de mecânica. Inclui também, operadores, motoristas e seguranças.