*Maria Juciete Pereira de Souza 

(Professora Esp. da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis)

*Marina dos Santos Batista 

(Professora Esp. da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis)

Pensando na escola como um lugar de vivências e de troca de experiências, na qual se constitui a formação integral do indivíduo, Elizabeth Macedo (2006) nos traz a vertente de um currículo entrelaçado a um espaço-tempo cultural, ou seja, o currículo deve ser estruturado considerando as vivências culturais daquela comunidade, uma vez que a criança/aluno é o centro de todo o planejamento pedagógico, por esta razão o currículo deve atender as especificidades daquele grupo, olhar o todo e a cada um de maneira inacabada, pensar na flexibilidade exigida no decorrer do tempo, de modo a proporcionar aos envolvidos o respeito as diversas formas de culturas bem como conceitos religiosos e assim a minimização das relações de poder estruturados ao logo do tempo por uma sociedade patriarcal ou a “imposição” de uma única religião “salvadora”, porem tal ação pode tanto fortalecer determinado grupo, quanto fomentar a resistência de outros, estruturando assim a atitudes violentas.

Por essa razão nossas práticas devem ser pautadas em uma constate ação de cuidar e educar, educar é, formar seres humanos melhores, é forma-los para vida, para o convívio social, dotar de uma educação humanista onde o professor e aluno contribuem com processo de ensino-aprendizagem, olhar o educando nos olhos, e ver neles um ser humano cheio de experiências e vivências que muitas vezes podem ser traumáticas e representadas no espaço educativo, por serem frutos de uma realidade social que se constitui na violência física e psicológica desses alunos/crianças.

Muitas vezes lidamos com estudantes que convivem em uma sociedade barbara, e por essas razões vão perdendo suas referências, se tornando consequência desse processo, e a nós quanto educadores fica a tarefas de proporcionar intervenções no sentido de resgatar o sentimento de humanidade, assumir a responsabilidade de olha-los como seres humanos vítimas do meio e não como condenados, nosso olhar não deve ser de julgamentos e nem condenação, mas sim de reconhecimento e de valorização da pessoa quanto ser humano cheios de virtudes e defeitos, algo próprio de nossa condição, e essa relação dialógica deve ser estruturada por princípios e valores humanistas, por esta razão que vem a necessidade de pensar a organização da escolaridade em ciclos de desenvolvimento humano, por saber que em cada etapa desse desenvolvimento nos tornamos mais maduros e experientes, com saberes adquiridos dentro e fora das paredes da escola.

Mainardes (2015) aponta duas vertentes importantes em relação a essa organização, a primeira diz respeito ao olhar educador, cuidadoso, respeitoso e de valorização do educando enquanto o outro, se aplica como o seguir um sistema sem comprometimento, sem mudança de pensamento e ações, sem práticas significas ao processo de ensino-aprendizagem, na qual o único intuito é diminuir as taxas de reprovações e as evasões, sem valorização alguma da vida humana e suas experiências, sem pensar em uma educação significativa e de um processo de ensino-aprendizagem que tenha o sujeito como principal foco de toda a proposta curricular e planejamento nos espaços educativos, na qual o único detentor do saber é o professor, vetando o aluno/criança de expressar e compartilhar seus saberes, de trocar momentos prazerosos com os demais envolvidos, na qual independente do significado de suas propostas para os educandos elas estão ali para serem compridas de maneira inquestionável, mesmo que não atinja o objetivo proposto que é o aprender.

Por este motivo nos profissionais da educação temos que ter uma postura observadora e atenta aos nossos alunos/crianças, pois eles expressam por atitudes e comportamentos o quão agradável e significativo esta sendo nossas propostas, e se o retorno das mesmas não estão sendo agradáveis a nós, então é hora de repensar nossas ações, parar e recomeçar, propô-la de um novo jeito em um novo formato, afinal nada na educação é pronto e acabado, pois estamos em um constante processo de aprendizagem que quanto mais caminhamos, mais sentimos a necessidade de caminhar, conhecer e explorar e é justamente esse desejo que devemos despertar nas escolas e não o desejo de abando, revolta e fuga.