Introdução

            O início de um esforço de leitura da realidade traz consigo a necessidade de conhecermos nós mesmos (GRAMSCI, 1989).    Numa sociedade globalizada devemos pensar a importância do processo de construção do conhecimento, e sabemos que a educação como um todo tem diversos problemas que demandam soluções a médio e longo prazo, então como enfrentar esta realidade distinta? Pensamos que uma base que propicie aos profissionais ligados à educação nortear e desenvolver competências e habilidades nos moldes mencionados na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, está no currículo, então neste caso a ênfase recai na compreensão do currículo escolar como espaço conflitivo de interesse e culturas diversas, agora no currículo existe discussões que tomam corpo e se concretizam dentro de uma série de princípios ideológicos, pedagógicos e psicopedagógicos que orientam de forma geral o sistema educacional, objeto de nossa pesquisa.

            É importante salientar que o currículo é também um importante instrumento político, pois tem a premissa de igualar ou nivelar o ensino mediando o conteúdo a ser aplicado, para tanto é fato basilar dizer que a forma como esta política se apresenta desde o letramento até os anos finais da educação básica, “provoca nos agentes responsáveis por este processo educacional uma tendência a não absorver esta política passivamente, antes professores e gestores assumem posições, ou seja, lados dentro desta disputa de espaço ideológico de acordo com suas convicções e podem não aderir totalmente a uma ou outra proposta pedagógica” (LOPES, 2004, P. 114), entretanto, esta analise deveria partir do contexto social e cultural do principal ator (aluno) e também da visão de mundo da comunidade escolar, a matriz curricular é recente em algumas áreas da educação brasileira, e por este motivo abrem caminho a uma tensão da real função da escola, que teria por objetivo principal o insumo de mão de obra para economia, pois quando dizemos que a proposta visa preparar o jovem para a sociedade e para o  mundo do trabalho é justamente da economia que estamos falando, e principalmente da forma de governo, agora dentro dos pressupostos da escolarização o que percebemos é um distanciamento da proposta curricular do Estado e das instituições de ensino particulares.

                   Dentro desta premissa é de vital importância que entendamos a formatação deste currículo, pois estabelece um elo entre a teoria educacional e a prática pedagógica, efetivamente entre o planejamento e o que realmente acontece em sala de aula. Nossa discussão parte desta base para estabelecer o contexto de escolarização e qual a importância deste instrumento dentro desta sistematização, e para tanto necessitamos saber efetivamente o verdadeiro significado do currículo a partir de alguns autores. Desta maneira precisamos também levar em consideração que fontes são utilizadas nesta composição curricular, sabemos que essas informações são especificas para cada currículo, pois variam de acordo com alguns componentes que podem interferir de forma basilar na: questão regional, pessoal, cultural e socioeconômica.

                   A condução da ideologia do currículo vincula-se ao crescimento pessoal e social da clientela escolar, a para tanto à ideia de educação vincula-se alternadamente ao processo de desenvolvimento e ao de aprendizagem, por isso o conceito de uma pessoa educada é a que evoluiu, desenvolveu. Por outro lado, podemos citar com relação à educação, que uma pessoa educada é a aquela que assimilou que interiorizou, ou seja, que aprendeu e desenvolveu habilidades e competências relacionadas ao conteúdo proposto dentro dos parâmetros curriculares. Dentro desta ideologia temos algumas teorias estruturais de desenvolvimento, a de Piaget é a mais conhecida, e discute essa possibilidade de desenvolvimento intelectual, relacionada a atos biológicos que são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, em suma para Piaget o desenvolvimento intelectual segue o mesmo ritmo do biológico, temos outro pensador que trata a mesma matéria, Kohlberg, com direcionamentos semelhantes discute em níveis universais de desenvolvimento que podem ser utilizados com fins educativos, então quer dizer que podemos tomá-los como modelo de crescimento pessoal instituído pela educação formal.

                   Este crescimento pessoal que citamos esta relacionado à cultura do grupo social ao qual este aprendente esta vinculado, e o desenvolvimento das competências cognitivas estão fortemente vinculadas à aprendizagem especifica e também a praticas sociais dominantes, é importante ilustrar que o sentido de cultura aqui descrito é bem amplo em sua significação e se aproxima da antropologia cultural. Citamos aqui para esclarecer o autor Cole  (1984, p. 6-7) em um mesmo contexto aspectos: conceitos, explicações, raciocínios, linguagem, ideologia, costumes, valores, crenças, sentimentos, interesses, atitudes, tipos de organização familiar, profissional, econômica, social, tecnológica, tipos de habitat. Então esse manancial de informações otimizam dificuldades que terminaram por gerar aprendizagens coletivas e sucessivamente respostas que possibilitaram superar os problemas, assim podemos dizer que isto é a cultura que citamos.

                   Como nossa formação é na área de Ciências Humanas: Filosofia e Ciências Sociais, e lecionamos para o Ensino Médio, quando nos deparamos com esse problema de significação deste currículo, este fato já está consolidado e causa sérias dificuldades na interpretação dos temas que temos que trabalhar dentro da proposta curricular, ao ponto de em uma atividade especifica termos que explicar com minúcia de detalhes quando colocamos, por exemplo, um trabalho para o 3º ano do Ensino Médio, dois eixos norteadores que foram explicados e um deles foi tratado no primeiro bimestre, como a proposta trabalha com temas ele reaparece no terceiro bimestre: A discussão de Thomas Hobbes do Direito Natural de Liberdade, e depois a Alegoria da Caverna de Platão para serem lidos e posteriores as leituras vem à atividade colocada de forma clara: Quais os pontos de distanciamento e aproximação entre os conceitos dos dois filósofos? Explique.

                   O enunciado do exercício proposto e mais a explicação dos conceitos deveriam bastar para elaboração da atividade, entretanto, alguns alunos entregaram o titulo do trabalho: O MITO DA CAVERNA, alguns discutiram Hobbes, outros sequer falaram dele, poucos se ativeram a real proposta da atividade, dentre aqueles que atingiram o raciocínio, alguns não fizeram menção na introdução. Agora, o que precisa ser considerado é que parte do assunto já havia sido abordado no primeiro bimestre Hobbes, Platão é conteúdo do 2º ano do Ensino Médio, a questão a ser analisada é a seguinte, se o currículo privilegia temas, entendemos que não faz sentido para os alunos, pois, um conteúdo tratado no primeiro bimestre onde eles produziram e foram avaliados, reaparece no terceiro bimestre, e não produz efeito para os alunos, tanto assim que não conseguem interpretar as realidades implícitas no exercício A discussão e o entendimento deste tema é que direciona nossa pesquisa, pois julgamos pertinente saber a fundo qual a base teórica deste currículo para a partir disso traçar metas e estabelecer estratégias de trabalho docente para contrapor as dificuldades que enfrentamos em algumas disciplinas que exigem a manifestação do raciocínio lógico e a interpretação de textos.

Problema, Objeto e Objetivo da Pesquisa

                   Para um profissional que trabalha com os anos finais da educação básica no caso especifico da Filosofia, em certos casos tornam-se inviáveis determinadas atividades nas séries finais. O conteúdo trabalhado ao longo do ano letivo dividido nos bimestres às vezes não faz sentido para alguns alunos por mais que você contextualize, pois, o currículo privilegia temas que estão colocados no material didático disponibilizado ao aluno onde ele será ensinado e avaliado depois pelo Sistema se Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP), então o problema não esta na forma como este conteúdo é abordado, mas sim na visão de mundo deste aluno e principalmente na significação que este aluno da a este conteúdo, e veja bem, a relação entre a sequencia dos conteúdos ao longo do ano letivo também fica fragmentada, pois no exemplo que citamos tínhamos conteúdo trabalhado dentro do ano letivo e percebemos que os alunos não relacionaram. No nosso caso especifico é o primeiro ano que leciono para Ensino Médio de manhã, adolescentes em sua maioria, pois sempre lecionei a noite, e o público alvo tem um perfil diferente e também em sua maioria outra faixa etária. Pensemos, se a legislação na LDB determina à inclusão deste jovem no sistema educacional, precisa estar implícito a permanência e principalmente o aproveitamento dos conteúdos para a partir deles consolidar seu processo pessoal de construção de conhecimento. Então como podemos falar em inclusão sem considerar a exclusão como antítese implícita no processo? Segundo Dubet, para que a discussão em relação à exclusão possa cumprir seu papel social, existem algumas coisas que precisam ser consideradas, pois “importa primeiro distinguir o que depende da exclusão social e de seus efeitos na escola, da exclusão escolar propriamente dita”.  É um importante raciocínio, pois para a comunidade escolar em geral não existe diferença entre um processo e outro, e pelo que Dubet coloca, esta análise é equivocada, e mais ainda pede uma atenção e uma separação dos processos. Pelo que podemos entender a analise se dá em três eixos diferentes: qual o lugar da escola neste processo de exclusão social? Como esta exclusão é formada dentro da escola? E Quais as consequências deste processo nos principais atores, alunos, professores e corpo gestor?

                   É fato basilar que esta discussão precisa ser vista de forma que a competência desenvolvida pelo aluno seja para o mercado de trabalho, agora o problema reside no fato que quando a escola desenvolve habilidades especificas, fica a impressão que este jovem já tem um posto de trabalho garantido simplesmente pelo fato de concluir no caso o ensino médio, ou segundo Dubet por possuir um diploma. E sabemos que a economia globalizada, hoje não acolhe todos os diplomas expedidos pela escola, pede uma formação diferenciada, e neste ponto é que entram os alunos com formação em instituições particulares, onde o currículo é totalmente distinto deste da escola púbica.

                   Neste ponto também se dá a exclusão, pois o sistema promete um produto que não tem como entregar, enfim uma quantidade excessiva de diplomas que segundo Dubet não valor justamente por não ter em seu conteúdo uma profissão, ou algo mais especifico para a formação destes alunos que infelizmente muitos só irão se dar conta bem mais a frente.

                   O problema que detectamos é o seguinte, a relação entre mercado, sistema de governo guarda uma relação de distanciamento entre os currículos, então o fato é criar um único modelo curricular que abarque todas as necessidades de competências e habilidades e principalmente, unifique os conteúdos de forma a acabar com esta exclusão que na verdade não é criada na escola, mas sim no sistema político.  E mais ainda, se pegarmos o sistema de ensino do Ensino Fundamental I e II, principalmente quando estes são responsabilidade das Prefeituras o distanciamento dos currículos fica maior ainda, pois não existe uma preocupação em dar linearidade neste processo de construção de conhecimento. Agora, no caso especifico do currículo este profissional da educação invariavelmente não entende o currículo, trabalha com ele por anos, e sabemos que não são todos que seguem a proposta curricular e alguns que seguem não obtém êxito, basta para isso olharmos os resultados do SARESP.

                   A ideia é abrir literalmente as bases deste currículo e depois sim trabalhar uma formatação de proposta que possa atingir de forma incisiva à construção de conhecimento deste aluno, principalmente nas series iniciais, pois sabemos que existe um problema e que a solução só pode se dar se entendermos este processo a fundo, e principalmente pensarmos soluções, para esta ferramenta norteadora do processo educacional e que pode direcionar a vida profissional do aluno ao longo de sua existência.

Justificativa

            Como o modelo de escola meritocrática, afeta este currículo? Que papel tem o currículo nas atividades ditas educativas escolares? Que elementos agrega ou desagrega? De modo absoluto o que é currículo? Sabemos bem que esta ultima questão é difícil de responder, pois cada especialista tem sua própria definição.

            Com ênfase nesta discussão é que precisamos entabular a formulação deste currículo para que esta proposta seja fruto de aplicação de métodos sucessivos, que por conseguinte serão unanimemente aceitos. Enquanto projeto, o currículo é uma base para as pessoas relacionadas à sua produção e principalmente aos professores em sala de aula, pois serão enunciados diversos que visaram instruir uma pratica pedagógica padronizada a nível municipal, estadual ou nacional, agora o currículo deve levar em conta estas condições reais nas quais este currículo seja utilizado, e a pergunta então é, será que este fato é pensado, de forma a realmente padronizar? Posto que a construção de conhecimento não pode e não deve ser fragmentada, pois se corre o risco de não produzir significação para o aprendente, então segundo Scribner e Cole (1973), (a universalidade das capacidades cognitivas básicas: “a capacidade de generalizar, recordar, formar conceitos, raciocinar logicamente”  nos mais diversos eixos sociais mostra a diversidade de opiniões e aplicações destes conceitos em relação à aplicação concreta da resolução de situações problemas que são as premissas das competências e habilidades que necessitam ser desenvolvidas nos jovens, este currículo realmente tem esse enfoque, ou melhor, tem essa visão de sociedade?

            Segundo o que pudemos entender os componentes curriculares estão alicerçados em quatro pilares básicos: o que ensinar, quando ensinar,como ensinar e como e quando avaliar, dentro deste raciocínio precisamos ter um aprofundamento destes conceitos para uma efetiva compreensão dos propósitos deste currículo de maneira pratica.

            Se pensarmos na proposta básica de atenuar diferenças, quer sociais, econômicas e outras tantas; o espaço escolar deveria servir para este propósito, mas não é bem assim que acontece, pois o nosso sistema de ensino é meritocrático e somente por este fato já preserva as diferenças que ao longo do processo poderão excluir este aluno ou não e segundo Dubet “A escola democrática de massa é definida por uma tensão normativa fundamental, tensão que se transforma em desafio pessoal para os indivíduos, que não conseguem ‘ganhar’ numa competição que postula a igualdade de todos e procura estabelecer condições”.

            Em suma, uma escola meritocrática acentua as diferenças, pois não levam em conta as habilidades e competências previas que este aluno possui, e se olharmos pela ótica da política, nosso sistema de governo capitalista prega e acentua as desigualdades, então a conclusão que podemos chegar é que a escola foi transformada por este ato político.

            Nossa premissa é realmente tentarmos entrar na composição do currículo, para formatar uma escola justa, para tanto seguindo algumas bases que estudamos, Dubet diz: “A priori, o desejo de justiça escolar é indiscutível, mas a definição do que seria uma escola justa é das mais complexas, ou mesmo das mais ambíguas, pois podemos definir justiça de diferentes maneiras”.

 

EXISTÊNCIA PRODUTIVA

 

           Evariste Galions, matemático francês nascido no ano de 1811 e falecido em 1832. Este jovem cientista matemático teve uma breve existência, porém bem fecunda no tocante ao aproveitamento de sua genialidade.

          Agora, para um jovem de morre aos vinte e um anos ser lembrado como um dos ícones da matemática, precisa ter uma dedicação ao longo de sua adolescência para poder produzir os conceitos matemáticos tão complexos como o conhecemos, entretanto, vendo sua biografia percebemos que não foi bem assim sua vida, garoto problemático na sua formação estudantil.

         Pensemos então, se tivesse conduzido sua vida segundo o conselho de seus pais não teria tido morte tão trágica, e seguindo neste raciocínio vemos isto se repetir a cada em nossa sociedade, jovens brilhantes mortos por violência banal. Pense nisso.

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89variste_Galois acesso: 03/09/2011

 

 

            Sistematicamente segundo o pensamento de Dubet a busca por uma escola justa, passa diretamente pela igualdade de oportunidades, oportunidades estas que podemos ter como base, partindo da realidade de vida deste aluno, num primeiro momento e mais ainda buscando desenvolver habilidades e competências que propiciaram uma realidade de construção de conhecimento que extrapole as dificuldades impostas pelo sistema de governo, ou por uma visão de escola meritocrática.

            Num país de terceiro mundo a proposta curricular adotada com base em interesses que estão distantes do propósito de igualdade alardeado na legislação, e que segue modelos de países desenvolvidos, deixam cada vez mais distante este juízo de equidade, pois uma das bases, senão a mais solida é a igualdade de acesso e sabemos que a realidade de nosso país é continental, e como já dissemos afloram os mais diferentes problemas quando pensamos e idealizamos este projeto curricular, então perguntamos este formato foi pensado levando-se em consideração esta realidade de vida?

            O problema é que quando pensamos que a meritocracia imagina estar dando oportunidades iguais, exclui de forma avassaladora aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade, então  temos esta exclusão latente que não é responsabilidade da escola, por outro lado na visão dos educadores e escola meritocrática também é imparcial e se torna o principal agente de seleção escolar e social e delega a escola a tomada de decisões que a sociedade abdica te tomar segundo Dubet, então a meritocracia legitima as desigualdades escolares e principalmente as sociais.

            Numa visão ampla deste processo de desigualdade não podemos citar somente a escola, pois na sociedade todos os eixos formadores de conceitos ou opiniões criam tensões que podemos rotular de forma prática como reprodutores ou criadores de desigualdade, agora quando citamos sociedade ela abarca de maneira generalizada tanto o conceito de inclusão como de exclusão, entretanto para nossa discussão o eixo da exclusão é que tem destaque, mas as zonas de conflito são criadas dentro de espaços específicos, e dentro deste espaços: escola,economia, cultura, e principalmente a política criam desigualdades dentro do seu eixo de atuação.

Referencial teórico

            Para discutir a situação problema que norteia nossa pesquisa utilizaremos alguns conceitos que tratam do currículo, dentro de alguns autores: Michael W. Apple, Janete Roda da Fonseca, Antonio Flavio B. Moreira, Teresa Cristina Rego, J. Gimeno Sacristan. Este são os autores e conteúdos que pretendemos utilizar para proceder nosso trabalho acadêmico em relação à importância do currículo como instrumento de transformação social.

 

Metodologia

 

            Nossa pesquisa ira partir do corpo docente da S.E.E., pois a sistematização precisa ter uma visão ampla do problema, não podemos nos basear apenas na realidade de uma única disciplina e para tanto, iremos colher depoimentos e informações do corpo gestor e também do corpo docente. É importante a visita à bibliografia básica escolhida, e guardada as devidas proporções de adequações que se fizerem necessárias por parte do orientador.

 

Bibliografia

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

APPLE, M.W.  Ideologia e currículo .

FONSECA, Janete Roda da; Juliani Moacir Atos pedagógicos na jornada do currículo

GIMENO SACRISTÁN, J. O currículo: uma reflexão sobre a prática, 3 ed. Porto Alegre, Artmed, 2000.

MOREIRA, Antonio Flavio. B. Currículo questões atuais

REGO, Teresa Cristina Currículo e Política educacional