Jedida Melo [1]

Introdução

A vida nos permite selecionar coisas e ações, isto vai construindo nosso currículo vital; estas escolhas são fruto de nossa origem, nossa criação, nossos antepassados e nunca poderemos extirpar de nossa história aquilo que vivemos no passado, sejam coisas agradáveis ou não. Daí quando chegamos na escola, as nossas concepções iniciais serão baseadas nesta vivência que carregamos desde a hora em que nascemos e muitas vezes somos sonegados e frustrados por não sermos ouvidos e apreciados. Isto acontece quando o currículo escolar não é um currículo voltado à identidades e culturas residentes nos estudantes.

Desenvolvimento

A escola representada pela parte curricular propriamente dita, precisa estar atenta aquilo que os estudantes trazem em sua carga de aprendizagem informal; esta carga deve ser a base inicial para o casamento entre o conhecimento empírico e o conhecimento científico.

O currículo escolar deve ser construído com a participação de todos da comunidade escolar. As peculiaridades do local onde se localiza a escola e de onde vem cada estudante deve estar contemplado nos conteúdos e práticas pedagógicas a serem vivenciadas dentro das ambiências de aprendizagens.

Quando falamos em um currículo identitário, estamos falando em um currículo que contemple o máximo de particularidades que permeiam a vida dos alunos, dos pais e da própria escola. Assim o currículo será agradável e trará aprendizagens significativas para a vida de cada ser envolvido.

Os conteúdos comuns que devem ser vistos por todos os estudantes independentemente de locais ou culturas podem ser vivenciados conectados à uma realidade de contextualização a fim de atrelar o comum ao diversificado.

Toda e qualquer proposta curricular deve estar atenta à estas realidades que são detectadas em cada história de vida; em cada história comunitária, em cada história de Estados e Nações. O que precisamos fazer é defender um currículo voltado à valorização das diferenças onde seu produto final seja uma aprendizagem e um ensino significativo para todos e todas.

Conclusão

A concepção mais popular do currículo está em dizer que é uma seleção de conteúdos a ser vivenciado por uma escola, uma turma, uma modalidade. Pegando este guincho podemos concluir dizendo que é uma seleção, e como tal devemos selecionar o antigo, o novo, o igual, o diferente, o divergente, o contraditório, o cultural, o religioso, o político e todos os aspectos que formam uma pessoa e disseminá-los em uma proposta onde todos sejam agraciados e contemplados em uma aprendizagem de direito, respeito e diversidade.

Referências Bibliográficas

SILVA, Luiz Heron da (Org.). Século XXI: qual conhecimento? Qual currículo? Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 109-126.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução ás teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.p. 34

[1] Doutora em Educação – FICS