RESUMO

CURRÍCULO, CULTURA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Grecy Santos1

O texto vai dizer que a literatura especializada tem registrado, ao longo dos tempos, diferentes significados da palavra currículo. Dominam dentre eles, os que associam currículo a conteúdos, e os que vêem currículo como experiencia de aprendizagem. Outras concepções apontam para a ideia de currículo como plano, como objetivos educacionais, como texto e, mais recentemente, como quase sinônimos de avaliação. Mas a sua opção é admitir a importância e a necessária articulação dos diferentes elementos enfatizados em cada uma das concepções apresentadas e, ao mesmo tempo, considerar o conhecimento como a matéria prima do conhecimento.

A reflexão em torno do texto remete necessariamente dizer que a prática do professor aliados ao seu conhecimento reflete intrinsecamente na concepção de currículo. O desenvolvimento do currículo faz parte das competências profissionais do docente.

Como a educação é, por natureza, uma prática social e humana que ocorre em contextos de conflitos e tensões, sempre está sujeita a críticas e à perspectiva de melhora. Por isso, para os professores em formação é importante que se tenha o espírito aberto, crítico e autônomo para se posicionar frente as políticas educacionais dogmáticas, afim de que possa defender uma postura compatível à sua profissionalização, que é o exercício da crítica, como também atingir as metas definidas para um curso, para uma escola ou para um sistema educacional.

A centralidade do conhecimento nas questões e decisões curriculares é plenamente reconhecida pelos autores da teoria curricular crítica, que vêm se empenhando, desde a década de setenta, em compreender as relações entre conhecimento escolar e poder.

Nesse sentido, vejo como bastante produtiva, no pensamento curricular crítico contemporâneo, a linha de análise que, partindo do ponto de vista de que o currículo representa uma seleção da cultura, uma escolha que se faz em um amplo universo de possibilidades, e considerando a cultura como espaço em que significados se produzem, concebe o currículo como uma prática de significação que, expressando-se em meio a conflitos e relações de poder, contribui para a produção de identidades sociais (SILVA, 1999). A partir dessa perspectiva, procura compreender os nexos entre conhecimento escolar, identidade e poder, consolidando e ampliando, desse modo, o foco dos primeiros estudos críticos do campo do currículo.

Essa perspectiva instiga o professor a assumir-se como intelectual, de modo a evidenciar: o compromisso com lutas particulares, no contexto em que atua, e, ao mesmo tempo, com a construção de uma sociedade menos opressiva; o permanente propósito de mostrar, por meio da crítica cultural, que as coisas não são inevitáveis; a preocupação em fazer avançar o conhecimento e a liberdade; bem como o empenho em autoaperfeiçoar-se e aperfeiçoar sua prática.

 

MEC – Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA

Programa de Pós-Graduação PROPPG - CPPI

Polo – Itaituba

1Pedagoga. Pós-graduanda em Docência para o Magistério Profissional. Servidora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. Setor de apoio Educacional.