Cúmplice foi o relógio

Da minha memória não sai;
O tic-tac do relógio
O relógio cúmplice
Do nosso tempo
Cúmplice foi o relógio
Que de tempo em tempo
Lembrava-me
Que pecava dentro de um tempo
Que não era meu
Não sei se eu era o TIC
Ou se era o TAC...
E no tempo e na minha memória
Ficou o luminoso do seu relógio
E o tic-tac do outro relógio
Que na minha memória ficou.
E como cúmplice...
O tic-tac ficou, musicando
Numa parede vazia.

Liza Rodrigues