MEU OLHAR CERTEIRO EM UMA UTOPIA FUTURA.

Os bandeirões tremulavam, as faixas abertas, os sinalizadores acesos, as baterias ecoavam, os cânticos se misturavam e a bancada pulsava. Era a final do campeonato, estádio lotado, torcidas meio a meio, a bola rolava entre o maior dos clássicos paulista, o derby estava pegando fogo!

O jogo se encaminhava para o término, placar empatado 2x2, as torcidas em aflição e mesmo assim não paravam de cantar e empurrar, os pênaltis já era algo esperado a essa altura. Atrás do gol corinthiano eu tinha a visão exata de um menino por volta de seus 7 anos ao lado de seu pai, os dois com as mãos entrelaçadas, os dois com os olhos cheios d’água, eu não poderia perder aquele clique.

Após fotografar aquele momento, virei-me de volta para acompanhar o jogo e como que em resposta ao grito de “Vamos, Vamos Corinthians, esse jogo, teremos que ganhar...” o gol saiu, o gol finalmente saiu, sofrido, chorado, um bate rebate dentro da área, o camisa 9 deu um peixinho certeiro, sem chances para o goleiro Jailson... Tendo filmado toda a jogada, desde o seu inicio, puis-me a olhar a torcida, em êxtase, efervescida, enlouquecida, como de costume. Reparei novamente em pai e filho abraçados, chorando copiosamente, cheguei a conclusão de que Renato Essenfelder estava certo, “O futebol é a paixão mais singela, talvez a mais bela” e ainda acrescento: passada de pai para filho é ainda mais graciosa.