Pensar no construtivismo Vygotskiano numa perspectiva Fenomenológica Existencial Sartreana, é pensar no individuo em toda sua profundidade, nos aspectos subjetivos, ontológico e antropológico. A teoria de Sartre nos remete a ideia de que a existência precede a essência, ou seja, o indivíduo é jogado no mundo, ele simplesmente surge, a partir do seu nascimento, ele irá construir sua essência. Pensando nisso, podemos fazer um link com o construtivismo, de que o indivíduo é visto como um ser ativo no processo de aprendizagem, ou seja, ele mesmo se torna responsável pelo seu aprendizado, visto que ele, o educando, não é mais dado como um ser-passivo, no qual é a ideia do ensino tradicional.

Em Sartre, o ser humano não está pronto, não é fim, pois está por se fazer. Continuamente está se lançando como projeto no mundo, na sociedade. Neste eterno estar por se fazer implica a educação. O professor ou orientador é chamado a auxiliar o educando, o indivíduo a conquistar a sua autonomia, o seu projeto, a sua liberdade.

A teoria Fenomenológica Existencial Sartreana pode nos fazer entender a importância do papel do professor, pois Sartre não trata especificamente da relação entre educador e educando, mas reivindica maior intimidade entre quem orienta e quem é orientado, em que um e outro são tomados como sujeito em sua totalidade e não em algum aspecto ou outro, incorrendo, desse modo, em reducionismo. Esta relação caracteriza-se por uma solidariedade mútua, em que tanto um como o outro podem auxiliar. A relação professor e aluno teria como benefício a realização do projeto existencial de ambos enquanto ser-para-si e ser-para-o-outro.

Por fim, o que o Existencialismo objetiva é tornar o homem e a mulher responsáveis por sua vida, por sua sociedade, construídas em liberdade e com autonomia. Este é o passo que a educação deve orientar o educando a dar, em busca da construção de seu próprio conhecimento, sem abrir mão do que a humanidade já construiu historicamente. A autonomia implica criatividade, inovação que só se alcançam pela via da liberdade e do rigor metodológico, para não se construir um conhecimento vago e ingênuo. Para compreender melhor esses assuntos, procure um psicólogo.

Referências.

GARCIA, Marcio da Conceição. O existencialismo de Jean Paul Sartre e a Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire. 2008. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2015.

JÓFILI, Zélia. Piaget, Vygotsky, Freire e a construção do conhecimento na escola. 2002. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2015.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 13. ed. São Paulo: Vozes, 2005. 784 p.