Crise de 1929 e Mudanças na América Latina

CRISE DE 1929 E

MUDANÇAS NA AMÉRICA LATINA

 

 

A expansão para o Oeste e o processo de industrialização cooperaram para o crescimento da economia norte-americana. Vários imigrantes chegaram atrás do sonho de “fazer a América”.

Além da imigração e da migração, por exemplo o êxodo de negros que deixaram os campos do sul para trabalhar nas fábricas urbanas do norte.

A chegada desses migrantes causou uma reação na sociedade e nas elites locais. Logo movimentos sociais racis­tas ganharam força e denominações preconceituosas como a KKK (Klu Klux Kan) passaram a ser utilizadas para diferenciar quem era imigrante ou negro.

Essas reações racistas fortaleceram-se pelo desenvolvimento econômico desta década. A prosperidade indus­trial concentrou a riqueza nas mãos de poucos à custa da exploração do trabalho dessa gigantesca mão de obra.

Entrementes, podemos notar que o advento da Primeira Guerra Mundial e o clima de guerra gerado nos EUA contribuíram muito para otimizar a repreensão sobre esses movimentos.

No âmbito nacional, depois de uma pequena recessão pós-guerra, o crescimento econômico norte-americano voltou com força total. A inflação e o desemprego despencaram, a ren­da per capita cresceu 33% e a produção industrial aumentou 60%.

A produção industrial e o entusiasmo cresceram. O entusiasmo e o espírito consumidor fundamentaram o individualismo e potencializaram o racismo e o xenofobismo.

Na quinta-feira, 24 de outubro de 1929, dia que se eternizou como "Black Thursday", terminou com a queda de 33% dos valores das ações na Bolsa de Valores de Nova York.

O alicerce da Crise de 1929 está na superprodu­ção norte-americana da década de 1920. Essa superpro­dução foi possível por conta da reconstrução europeia do primeiro pós-guerra e da restituição de suas fábricas. Em três anos, entre 1929 e 1932, cerca de 5 mil bancos norte-americanos pediram falência; a Ford Motors despediu 90 mil dos seus 128 mil funcionários; 15 milhões (25% da população ativa) de norte-americanos ficaram desempregados; e a produção mundial diminuiu 33%.

Roosevelt apostou na cooperação e na formação de um novo pacto nacional apelando para a solida­riedade norte-americana contra o individualismo. Contra a inércia republicana, Roosevelt resolveu agir. Essa noção de ação e superação norteou aquilo que se consagraria chamar de New Deal (novo pacto), que tratava-se de um pacote de reformas que buscava promover a recuperação da produção e uma maior regulação do sistema fi­nanceiro. Além disso, ampliou o papel do Estado na formulação de políticas assistenciais e nas obras públicas.

A América Latina sentiu muito com esta situação. O processo de modernização das cidades, a intro­dução da energia elétrica, a expansão das ferrovias, entre outros, aproximaram cada vez mais os habitantes do campo à cidade. As­sim, a vida do camponês passou a não se limitar mais àquela lógica de nascer, crescer, trabalhar e morrer nas terras de um mesmo se­nhorio.

Tais mudanças culminaram com a substituição do regime de colonato pelo trabalho temporário e assalariado nos cam­pos. Assim, a perspectiva de falta de ocupação em períodos de entressafra ficaram cada vez mais constantes. Contra o desempre­go, muitos homens e mulheres deixaram o campo em busca do suporte da moderna cidade.

Agora com a diminuição do crescimento econômico e com a alteração do re­gime de trabalho, muitos camponeses deixaram as suas pequenas porções de terra e partiram para a cidade, um êxodo rural, algo que se tornaria cada vez mais intenso nas primeiras décadas do século 20 e irreversível após a quebra da bolsa em 1929. Esse fluxo de migração traria as massas para o cenário político e, conjugados ao clima de instabilidade externa, exigiriam transformações urgen­tes no modelo estatal oligárquico.

           

Referência bibliográfica

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URL: A Indústria Nacional Pré e Pós 29: Prelúdio, ruptura ou continuidade?  < http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/novembro2011/ju513_pag9.php >, acessado em 28/09/2018.

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