Crês?

Com que cor um olhar pardo e sem amanhã tenta colorir sua vida? Que perspectivas busca o olhar daquele que é ignorado pela indiferença dos que passam ou estão ao seu redor? O que tenta enxergar na longitude do seu olhar aquele que trava luta, porém a vida insiste em não lhe dar abrigo? Em que crer, aquele que suplica e a vida como resposta alheia-se à sua dor? Que recompensa receberá este que é coagido aos recantos opacos da vida e, para que assim seja, é bloqueado pelos caminhos da destinação? Que quinhão lhe caberá na distribuição escrita no livro da vida? Que espaço ocupa na escalada humana? A quem atribuir a dívida pela qual está pagando? Que prêmio receberá pelo que está dramatizando? O acolhimento do cego... “Não foi ele que pecou, nem seus pais, mas ele é cego para que nele se manifestem as obras de Deus” (Jo 9:1-3)? Ou o destino do gêmeo que foi colocado num ventre para cumprir a História d’Aquele que disse: “... Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo”? (Gn 25: 23-26).