RESUMO

 

COSMOLOGIA – A ORIGEM DO UNIVERSO

 

O homem quando resolveu conhecer como se deriva a origem dos fenômenos naturais, nasce sem dúvida a cosmologia. É a tentativa de explicar, ou seja, a possibilidade de refletir sobre as várias formas do momento em que o mundo e o Universo passaram a existir. No entanto, esse é exatamente o papel do filósofo, e do homem contemporâneo. A busca por novos horizontes a serem descobertos.  É evidente que novas teorias foram surgindo. A teoria aristotélica, que permeou o pensamento humano por séculos, até a revolução copernicana. Logo, o Universo passa ser o centro das pesquisas de Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Isaac Newton, cosmologos e físicos atualmente. Logo, se deve ressaltar que todas as teorias apresentadas desde o arché, passando por toda idade média, até teorias atuais, seguem um raciocínio lógico de expansão. Hoje com a física moderna e apoio de métodos científicos avançados as pesquisas científicas são vistas com um olhar de fundamental responsabilidade. Logo, deve ressaltar-se que a cosmologia evoluiu muito, em relação ao que era no inicio do século IV a.C., e o que ela representa hoje para a sociedade.

 Palavras Chave: Cosmologia, Universo, Mitos de Criação, Espaço, Tempo, Gravidade, Big Bang.

 

INTRODUÇÃO

 

A cosmologia refere-se aos estudos do mundo físico e sensível. É uma parte da astronomia que se preocupa com o Universo como um todo. Que por sua vez tenta responder todas as questões, tais como ele deve ter surgido o universo? Buscar as respostas que os gregos tinham como preocupação, e que hoje é um dos assuntos mais discutidos e presente na mídia. A grande problemática se reflete em uma das perguntas: “De onde viemos?”.

É com essa síntese que irei trabalhar e tentar expor argumentos e teorias que nos ajudaram a nos aprofundar melhor a essa problemática. Passando pelos princípios mitológicos de criação. Como se deriva a origem o “arché” dos fenômenos naturais. O período medieval é a época em que problemática cosmológica se estrutura mediante a teoria copernicana em 1500.

No entanto, ao concluirmos essa pesquisa científica, apresentaremos uma das maiores descobertas científica o Big Bang. Levando em conta a possibilidade dessa magnitude.

Os objetivos serão estes, mostrar a evolução do pensamento humano e cosmológico, e destacar as principais teorias do Universo. Assim teremos condições de responder a pergunta: “De onde viemos?”. O caminho está aberto, Cosmologia – A Origem do Universo.

  

I – A PRIMEIRA CAUSA DA ORIGEM DO UNIVERSO

 

No princípio deste capítulo, abordaremos alguns assuntos que de uma maneira ou de outra são de essencial fundamento na história. Será que no momento de criação o Universo já existia? Tais como princípio que talvez pudesse ter sido de fato a geração ou a criação. E como isso pode ter influenciado no conceito de criação no conhecimento tanto racional humano, como até mesmo cientificamente.

 

1.1  As origens

 

Como? Será que não posso mais contemplar o sol e as estrelas?

Será que não posso, sob os céus, meditar sobre as verdades mais preciosas?

Dante Alighieri

 Muito se fala do aprofundamento do conhecimento científico sobre o Universo. No entanto, o homem diante do querer saciar sua sede de conhecimento, enveredar-se na aventura do conhecer, do saber. Hoje é necessário ter como premissas o conhecimento, a busca por novos questionamentos, para assim na medida do possível tentar sanar suas dúvidas. Essa busca pelo saber deve sempre a essência motivadora do homem.

Ao estudar sobre o Universo, o que nos ajuda a mergulhar no conhecimento existencial na sua essência é, portanto, a Cosmologia. Graças à busca dos povos primitivos, temos hoje como premissas o conhecimento. Olhando para o céu percebem-se alguns princípios básicos, de diferentes formas. Os dias e as noites, não são os mesmos, logo, há variações durante certas épocas do ano. E o mesmo fenômeno ocorre nas fases da lua. Na verdade, os povos primitivos começaram a fazer anotações, para assim poder comparar, que havia dias que eram longos, e que à lua apresentava mais que uma fase. Esse processo no período da história, fora ganhando mais complexidade e forma. 

A Cosmologia tem sua base conceitual na mitologia grega. Então o que vem a ser mitologia? Os mitos são histórias, que tentam explicar alguma coisa, sobre um determinado tempo da história. O mais conhecido no aspecto da beleza é o mito de Narciso, que, contemplando sua própria beleza, se apaixona por si mesmo ao ver sua imagem refletida na fonte. Seu individualismo o fez cair na fonte, vindo a desfalecer-se. Contudo, o mito de Narciso é muito referido, na arte de amar, onde há pessoas que só conseguem enxergar a si próprio. No entanto, existem os mitos científicos e os mitos religiosos. Refletindo sobre o ato de criação, do Universo, porém temos o mito mais conhecido que se encontra no livro do Gêneses 1,1-5 aproximadamente 400 a.C.

 No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Deus disse: “que exista a luz!” E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou “dia”, e as trevas chamou “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia. (Bíblia Sagrada Pastoral, p. 13, 1990)

 Essa é forma adotada por várias culturas. Portanto demonstra uma profunda universalidade da criatividade humana. Os mitos são os grandes responsáveis por toda a base que temos hoje. De certa forma, há uma mensagem, uma expressão contida na mitologia a que se quer chegar. No entanto, os textos bíblicos não devem ser vistos como científicos, a ponto de serem levados ao pé da letra. Em suma, é o argumento mais aceitável, referente ao momento da criação daquilo que viria a ser o Universo.

1.1.2.  Mitos com criação e mitos sem criação

 Segundo Gleiser (1997), para melhor organizar as ideias, há “mitos com criação” e “mitos sem criação”. Há duas vertentes nos mitos com criação. A primeira parte de uma premissa que o Universo teve um começo, um Ser de ação, denominado Positivo. Se a condicional parte de um vazio, o Ser é negativo, ou seja, Não-Ser. Obtendo esta possibilidade, não há uma referência divina, o Universo teria surgido entre uma tensão de ordem e caos, um minuto inicial. Obtendo uma tensão que teria influenciado a matéria, se contraindo com uma suposta força gerada. Essa é uma forma de geração natural. Então se houve uma origem, automaticamente a de certa forma um instante inicial.

Do nada a procriação, do nada o crescimento, do nada a abundância, o poder de aumentar o sopro vital. Ele organizou o espaço vazio, e produziu a atmosfera acima, a atmosfera que flutua sobre a terra. O grande firmamento organizou a madrugada, e a lua apareceu. A atmosfera acima organizou o calor, e o sol apareceu. Eles foram jogados para cima, para serem os olhos principais do céu. E então o firmamento transformou-se em luz, a madrugada, o nascer do dia, o meio dia. O brilho do dia vindo dos céus. (GLEISER, p. 35, 1997)

 O mito de criação nos leva a refletir que existe um Ser responsável, pelo qual tudo passou a existir, e que nada surgiu do nada. Logo, a ideia é que, criação é o resultado de uma tensão entre o Ser e o Não-Ser. Possibilitando assim, um caos primordial. Isso nos leva a concluir que, dentro dessa dinâmica de força criadora e força não criadora, chegamos à primeira premissa que Deus, é grande responsável pela criação.  Independente de fé ou de crença, essa é a possibilidade, considerando a linguagem mítica, e simbólica da natureza.

Os mitos sem criação referem-se ao fato de não haver um momento definido de criação. Sendo assim, só nos resta à possibilidade que, o Universo sempre existiu, e sempre existirá por toda a eternidade. É um ciclo que começa e recomeça, ou seja, é criado e destruído, sempre indo e voltando.

1.1.3. Uma interpretação criacionista do Universo

Criação parte de um princípio de que nada existia. No entanto, se há criação, há um ser criador, causa suprema de tudo quanto existe, denominamos Motor Imóvel como afirmará Tomás de Aquino, ou seja, Potência Total, causa de tudo. Partindo deste princípio que o Ser-Necessário cria, há criação, e evolução, pois ele é quem sustenta o Universo. É incausado, existe por si mesmo, por isto chamamos Ser-de-si Está sempre criando, justamente por ser está força motriz, que sustenta o homem e o Universo. (Cury, p.26, 1986).

A partir do momento que Ser-Necessário para de criar, não há criação e nem evolução. Partindo desta dependência essencial do Universo, no primeiro momento da atividade onipotente do Ser-Necessário, chega-se a ideia de que há uma dependência do Ato do Criador.  

1.2. A Cosmologia no Pensamento dos Filósofos Pré-Socráticos

 Os pré-socráticos são considerados naturalistas, ou monistas. Pois acreditavam em um único elemento a causa de tudo, partindo da matéria. Com os pré-socráticos a Cosmologia foi desenvolvendo gradativamente, justamente para responder suas perguntas: qual o princípio do cosmo?

 

1.2.1. Tales de Mileto

É considerado o iniciador da filosofia da physis, por afirmar que, o único elemento causa de todas as coisas que existem, é sustentado pelo princípio da água.

“Tudo vem da água, tudo sustenta sua vida com água e tudo termina na água” (REALE, 2003, p. 19). Tales concebia a água, como divino. E tinha a seguinte concepção. “Que todas as coisas eram úmidas”. Este era o seu princípio básico. Já que as coisas são úmidas, logo deduziu que a “água” era a fonte e causa de todas as coisas.

 

1.2.2. Anaximandro

A problemática do princípio se aprofunda mais. A água é algo derivado (arché), não pode ser determinado, logo é indeterminado (physis). Se é indeterminado, as origens não dependem de uma única coisa, mais de vários modos. Logo, seu princípio é o apeíron.  É o princípio dos contrários, os opostos se atraem; frio e calor, aridez e umidade.

Anaximandro concebe a ideia de que a terra é chata e circundada pelo rio oceano. E que a bola quente se contraiu, endureceu formando a base sólida que é o centro da Terra.

 

1.2.3. Anaxímenes

Embora tenha sido discípulo de Anaximandro, não segue a linha de seu mestre. Para ele o princípio cosmológico era o ar. A rarefação faz com Anaxímenes observasse todos os modos. Os ventos se formam o ar que por sua vez é gerado as nuvens e que depois vem a água (chuva) e dos raios sai o fogo. Logo, deduz o movimento de todas as coisas, de modo lógico e racional. “Ao se condensar, resfria-se e se torna água e depois terra ao se distender, ou seja, rarefazendo-se e dilatar, esquenta e torna-se fogo” (REALE, 2003, p. 21 v.1).

Anaxímenes vai muito além que seu antecessor Tales, e seu mestre Anaximandro, firmando uma causa em perfeita harmonia com a cosmologia e o princípio.

1.3. A Cosmologia Pós-Socrática

Com cosmologia pós-socrática o princípio deixa de ser o arché e passa a ser entendida como derivação do divino. A busca pela verdade faz o filósofo enveredar-se na origem do ato. Logo, se torna um dos principais expoentes da escola pós-socrática, a ideia de um Ser.

  

 1.3.1. Cosmologia monista

 Depois da era socrática, a cosmologia toma novas dimensões. Passou a ser vista ou observadas com outros olhos, ou seja, uma nova ideia para se chegar à conclusão criacionista do Universo. Com o passar da história os filósofos tinham a consciência do por que da origem. Logo, iniciaram a prática da pesquisa.

Tudo o que temos hoje sobre Sócrates é graças aos seus discípulos. Pois Sócrates não deixou nada escrito. Porém seus discípulos continuaram a observância da cosmologia.

1.3.2. Platão

 Discípulo de Sócrates, Platão (428-427 a.C.) enaltece a toda sua problemática na doutrina das ideias. O mundo sensível e o inteligível, a ideia de Bem e Mal. Platão ao enaltecer a origem do cosmo em sua academia argumenta: “Existe um Demiurgo, isto é um Deus artífice, um Deus que pensa”. Demiurgo era entendido como uma alma universal que gerou o mundo, e o sustenta. Este é o modo que Platão argumentou para explicar o princípio do cosmo físico. 

 Demiurgo gerou o mundo por “bondade” e por amor ao bem. “porque Deus, querendo que todas as coisas fossem boas e, à medida do possível, não fossem más, tomou tudo quanto havia de visível que não se encontrava calmo, mas se agitava de forma irregular e desordenada, e o fez passar da desordem para a ordem, acreditando que isso era muito melhor do anterior. Com efeito nunca foi nem é lícito ao ótimo fazer outra coisa senão a mais bela” (REALE, 2003, p. 144, v.1).

 Demiurgo é que realiza a obra no mundo, está em movimento. O tempo “nasceu junto com o céu”, ou seja, com a geração do cosmo. Significa antes da geração não existia tempo. O cosmo é o mundo sensível, a matéria é mundo inteligível.

1.3.3. Aristóteles

 Aristóteles é considerado o pai da lógica e da Cosmologia. Sua dimensão é baseada geocêntrica, a Terra como centro do Universo. Dentro desta perspectiva Aristóteles se preocupa com a origem da causa primeira, e a causa final do Universo físico. No entanto, estabelece a “causa formal” e a “causa da matéria”.

A matéria é de natureza corruptível, portanto ela é a razão de suceder novas formas no mundo. Ela é o fundamento último da extensão do espaço. Matéria é o princípio das realidades sensíveis. Portanto, matéria é a potencialidade indeterminada, que pode tornar algo determinado. Assim matéria é substância, segundo sua concepção.

Forma é o princípio que determina e realiza a matéria, ser aquilo ‘que é’, na sua essência. “Matéria é potência, isto é, potencialidade de assumir ou receber forma” (REALE, 2003. p. 200 v. 1). Ou seja, forma é a que qualifica a matéria.

Aristóteles refere-se a um “Motor Imóvel”, a um Ser que detém a Perfeição.

 O mundo não teve um começo. Não houve um momento em que havia o caos (ou não cosmo), precisamente porque, se assim fosse, contraria o teorema da prioridade do ato sobre a potência: ou seja, primeiro haveria o caos, que é potência, para depois haver o mundo, que é ato. Mas isso é tanto mais absurdo quando se sabe que, sendo eterno, Deus sempre atraiu o universo como objeto de amor; portanto, o universo deve ter sido sempre tal como é  apud “(REALE, 2003 p. 202 v.1).   

 Em suma, na Cosmologia aristotélica, a terra imperfeita é o centro do Universo. As estrelas são fixas e não se movem. A Terra, o sol, a lua, e as plantas deviam ser uma esfera.

1.4. Cosmologia Medieval

 A cosmologia medieval inicia-se na idade média. É o período conhecido como o nascimento patrística e da escolástica. Justamente com essa época a filosofia é cristianizada, por Agostinho. No entanto, não seria diferente sobre a concepção do cosmo. Ela passa a ser entendida como parte religiosa da criação divina. Examinada e revelada por Agostinho. Essa fase preâmbulou pelo maior ícone da idade média, Tomás de Aquino, conhecido também como pai da cosmologia, fase considerada de ouro da idade medieval.

 1.4.1. Santo Agostinho

 Agostino na sua doutrina da criação se volta à problemática, do cosmo enquanto criação. Aborda princípios tais como tempo, e criação. Seu questionamento era “O que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” (REALE, 2007, p. 97 v. 2). Para Agostino, antes da criação do céu e da terra, não havia tempo, um antes. A partir do momento que Deus cria, há criação, há tempo.

Diante de toda essa problemática, Agostinho divide o tempo em: presente do passado, a memória; o presente do presente, o hoje; presente do futuro, a espera, o amanhã.

 

II. A NOVA ASTRONOMIA

 Com todo o aparato da ciência e da tecnologia, o conhecimento toma novos ares na pesquisa científica. Proporcionando assim, uma maior compreensão para o problema dos séculos XV à XVII. É, portanto, a fase das descobertas das teorias físicas, proporcionando todo um aparato de argumentação, e uma estruturação na ênfase cosmológica.

 2.1. Nicolau Copérnico

 Nasceu no ano 1474 século XV, sua primeira observância astronômica ocorreu em 1500. Copérnico foi considerado o grande incentivador da pesquisa astronômica. Por seguir a escola pitagórica, buscava a ordem geométrica do cosmo correta, uma harmonia. Copérnico põe abaixo todo o argumento platônico por ser insatisfatório. Logo, inaugura uma nova fase, a Teoria Heliostático (heliocêntrica). Nesse sistema, Copérnico defende que a terra é quem gira em torno do sol e não o sol em torno da terra. Inicia-se a teoria revolucionária copernicana. Além de tudo travou uma grande briga contra a Igreja, por certas interpretações da Bíblia referente ao criacionismo.

Copérnico tinha em mente que havia certas diferenças entre os períodos dos planetas. Para ele quanto mais longe o Sol, mais tempo o planeta levaria para completar sua revolução.

 

2.2. Galileu Galilei

 Nasceu em 1564, século XVI. Todo suporte cosmológico que temos hoje, é graças a Galileu. Um dos maiores revolucionários da cosmologia, e da física quântica. Religioso e observador, Galileu trava um batalha de interpretações e conflito contra a própria instituição, que um dia mais tarde, lhe pedirá silêncio.

 Galileu foi o primeiro cientista verdadeiramente moderno. Sua ênfase na experimentação, combinada aos seus esforços para obter relações matemáticas explicando os resultados, se tornou a marca registrada da nova ciência. Seu estudo pioneiro da física do movimento foi crucial para a formulação, por Newton, das leis do movimento e da gravitação no final do século XVII. (GLEISER, 1997, p. 140)

 Galileu motivado por ambição pessoal se declara uma nova estrela guia e de fato o foi, o mais renomado cientista europeu da época. Até Galileu a teoria predominante era a visão aristotélica, pois a concepção copernicana fora negada. Em suma, é considerado o cientista mais moderno, do século XVII.

Com a invenção de extraordinário telescópio, os horizontes do céu, jamais foram os mesmos. Portanto, Galileu percebe que não estamos sozinhos, há outros planetas, que nunca ninguém houvera descoberto. Inicia-se o conflito entre Galileu e a Igreja, tomando grandes dimensões de conflito. Logo, iniciou-se a revolução renascentista, além da teoria copernicana sobre o sistema solar e as estrelas. Contudo, séculos depois, essa revolução revelou o que de fato existe no céu. Foi um acontecimento que ninguém jamais poderia ter imaginado.

Sua principal tese era: que o sol é o centro do Universo e, consequentemente, não é alterado pelo movimento local. E a segunda argumentação é que, a Terra não está no centro do Universo, nem é sem movimento, mas se move como um todo, e tem movimento. 

Essas eram as perguntas que lhe tentava responder. Não se atendo mergulha de vez na teoria física da relatividade, e da inércia, para concluir assim toda sua tese levantada sobre a Terra, os planetas, as estrelas e a própria matéria da qual a vida foi criada.                                            

Observei a natureza e o material da Via Láctea. Com auxílio do telescópio ela foi esquadrinhada tão diretamente e com tanta certeza ocular que todas as controvérsias que tanto debate provocam entre os filósofos por tempos imemoriais foram resolvidos [...] A galáxia, na verdade, nada mais é do que um acúmulo de inumeráveis estrelas agrupados em aglomerados [...] E o que é ainda mais notável, as estrelas que foram chamadas “nebulosas” por todos os astrônomos até o presente revelaram ser grupos de  estrelas muito pequenas [...] Na nebulosa denominada Cabeça de Órion, contei 21 estrelas. A nebulosa de nome Precipe [...] é uma massa de quarenta estrelas diminutas [...]. (BRODY, p. 181, 1999.)

                                                                                           

2.3. Isaac Newton

 Em 1642, século XVII, nasce Newton, que não conhecia fronteiras, para seu saber científico. Para ele o Universo é manifestação do poder infinito de Deus. Por ser religioso, busca uma comunhão com a Inteligência Divina. Fazendo uma ponte entre o humano e o divino. Seu argumento é baseado nas ideias atomistas, a causa de seus movimentos. Newton quer responder a pergunta da força da gravidade operante do Universo.

 [...] para mim é muito provável que, no princípio, Deus tenha formado a matéria a partir de partículas sólidas, maciças, duras e impenetráveis [...] essas partículas são duras que é impossível cortá-las ou dividi-las em pedaços; nenhum poder ordinário pode dividir o que Deus gerou como uma unidade na primeira criação. apud. (GLEISER, 1997, p. 192).

 Uma dos grandes métodos de Newton é exatamente como lidar com fenômenos físicos. Sua grande contribuição é ajustamento de forma categórica entre ciência e religião.

Sua observância é a gravidade (significa “peso”), sofrida pela resistência do corpo. Ao soltarmos uma pena, e uma bola de chumbo, considerando a resistência do ar, soltarmos os dois no mesmo instante, a bola de chumbo chegara primeira. É claro que temos de considerar também a força exercida do peso de chumbo. Tomemos como exemplo um carro. “Quanto mais potente o motor, maior a aceleração. Quanto mais pesado o carro menor a aceleração para o mesmo motor” (HAWKING, 2005, p. 30).

    Logo para Newton quanto maior for o peso, maior será a gravidade puxando-o para baixo.  

 

 III. A FORÇA DA NATUREZA E A FORÇA DA FÍSICA

 Todas as teorias adquiridas ao longo da história não são verdades absolutas, mas possibilidades. No entanto, a ênfase que temos sobre o Big Bang, não é uma verdade absoluta. Porém há espaço, para questionamentos e possibilidades, no qual se deriva aquilo que pode ser um inicio da expansão, finito e infinito.

 

3.1. Universo infinito

 A ideia é que o Universo está em uma constante expansão. Segundo Hawking, isso é umas das grandes revoluções intelectuais do século XX. De fato, este argumento é concebível. Se considerarmos que sua expansão é lenta, a força da gravidade o faz com que se contraia. Também há outra forma que é considerável. Se sua expansão é rápida, sua força de gravidade é forte o bastante para fazer se expandir para sempre. Tomemos como nota três tipos possíveis de expansão. Segundo Hawking, são três as possibilidades:

  •    Primeira possibilidade: o Universo se expande lentamente, possibilitando a desaceleração da força gravitacional fazendo com que o Universo se contraia.
  •    Segunda possibilidade: o Universo está expandindo rapidamente, assim a força gravitacional não conseguirá pará-lo.
  •    A terceira possibilidade: o Universo está se expandindo numa rapidez, apenas para evitar o colapso. Sua velocidade nunca chegará ao valor zero.

 Com podemos admitir que a taxa de expansão do Universo não está desacelerando, mas acelerando. Chegamos à pergunta que os filósofos pré-socráticos tentavam esclarecer. Como o universo começou e o que o colocou em expansão?

 Como resultado da expansão do Universo, todas as galáxias estão se afastando diretamente uma das outras. Como o correr do tempo, assim como pontos num balão que está sendo inflado, as galáxias que estão mais distanciadas entre si aumenta mais a sua separação do que as galáxias mais próximas, quanto mais distante estiver uma galáxia, mais rapidamente parecerá estar se movendo. (HAWKING, p. 71, 2005).

 3.2. Ecos do Big Bang

 A afirmação de que o Big Bang, tenha sido o começo do Universo é uma afirmação equivocada. Logo, todas as teorias cairiam por terra, e negaríamos o acontecido antes ao Big Bang. Se considerarmos isto como fato, negamos que o Universo é composto de terra, ar, água, e fogo.

 Segundo Hawking (2005), devemos ter em mente que, o tempo tem um fim e um princípio. Então como teria surgido o Big Bang? O dinamismo que caracteriza a matéria são os campos magnéticos, onde a matéria é atraída, é o que chamamos de momentos iniciais, uma densidade crítica de força e matéria. Há formação dos átomos. A matéria supera a anti-matéria. Prótons e nêutrons se formam a partir dos quarks (formadores de força). Hélio, lítio e núcleos de hidrogênio, formam-se a partir de prótons e nêutrons. Átomos se formam a partir de núcleos de elétrons, liberando a radiação cósmica de fundo de micro-ondas.

A teoria do Big Bang nos apresenta que de fato o Universo é formado de energia. Essa energia é denominada quintessência, uma força positiva e outra negativa. Segundo o filosofo Demócrito, 460 a.C. século V, a matéria é inerente e formado de vários tipos de átomos. (átomo em grego significa indivisível). Os átomos são constituídos de partículas menores, (elétrons, prótons, nêutrons).  O super aquecimento da matéria foi alterando seu valor, provocando uma mudança na radiação cósmica A formulação dos átomos com a quintessência, se obteve a formulação de duas massas. A contração foi tão grande que a energia positiva atraiu a energia negativa, super aquecida a se chocarem provocando assim uma grande explosão.    

“Ocasionalmente duas bolas colidiram, gerando uma fantástica exibição de fogos de artifício. Nesse processo, maciças partículas como prótons e nêutrons poderiam surgir talvez estrelas e planetas.” (SCIENTIFIC, American Brasil, p. 49, 2002).

Ao concluir este trabalho podemos afirmar que não existe uma teoria definitiva sobre o Universo, são possibilidades. Sendo assim, há um campo para aqueles que querem se dedicar a pesquisa. Como fizeram os filósofos. Qual o princípio do Universo? Logo, podemos concluir que o Universo é o ciclo finito e infinito. Sua expansão, portanto, o faz entrar nessa dança, começar e recomeçar.

CONCLUSÃO

Diante de toda curiosidade e teoria científica exposta, temos a devida certeza, que homem dentro de processo humano natural de suas necessidades de sobrevivência vem evoluindo gradativamente. No entanto, assim se derivou a evolução do Universo. Dentro de seus parâmetros e formas, por questões levantadas pelo próprio homem, observamos a devida preocupação com relação ao cosmo e ao princípio. Logo, tal preocupação em relação a criação, é o que nos garante hoje sem dúvida nenhuma.

Portanto, tal evolução do pensamento humano a respeito do saber, possibilitou as ciências, novos caminhos e novas descobertas. Logo, não seria diferente com a cosmologia. Um dos principais argumentos racionalizado pelos filósofos. A dúvida é a possibilidade por novas descobertas. Podemos de certa forma hoje, duvidar da ocorrência do Big Bang há cerca de 15 bilhões de anos. É claro, que é uma hipótese, logo não podemos descartar esta possibilidade.

Todas as teorias levantadas em relação ao princípio e ao cosmo, o pensamento seja ele científico ou racional segue uma linha lógica, alicerçada em outra teoria. Assim ocorreu com os filósofos desde o princípio, passando por toda modernidade até os dias atuais. Assim aconteceu desde Platão, até a forma revolucionária de Copérnico, seguindo com Galilei, Newton.  

Logo, o Universo é formado de conceitos e possibilidades, levando-o homem a uma compreensão maior da magnitude do Universo. Mistérios que fazem do homem descobrir novos horizontes a explorar.

 Referências

BARTUSIAK, M. Além do Big Bang, NATIONAL, GEOGRAPHIC BRASIL. Além do Big Bang, São Paulo SP, ano 6 n. 62, p. 55-65, maio 2005.

 Bíblia Sagrada. Edição Pastoral, São Paulo: Paulus, 1990

 BRODY, D. E.; BRODY, A. R. As sete maiores descobertas científicas da história e seu autores.[Tradução Laura Teixeira Motta]. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

 CALDWELL, R R.; KAMIONKOWSKI, M.  A História do Universo, SCIENTIFIC, AMERICAM BRASI, São Paulo SP, ano 1 n. 07, p. 30-49, dez. 2002.

 CÔRREIA, R. No inicio era, VEJA. ed. 2066 São Paulo SP, Abril, n. 25, p. 77-91, jun. 2008.

 CURY, S. M. L. A filosofia da fidelidade ao ser. São Paulo: Loyola, 1986

 GLEISER, M. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

 HAWKING, S. W.;  MLODINOW, L. UmanovaHistóriadotempo. 1º reimpressão. Trad. Vera de Paula Assis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005b.

 REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: filosofia pagã antiga, v. 1. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus, 2003.

 REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica, v. 2. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus, 2003.

GLOSSÁRIO

 

Aceleração: taxa com que a velocidade de um objeto está mudando.

Antipartícula: cada tipo de partícula de matéria tem uma antipartícula correspondente. Quando uma partícula colide com sua antipartícula, ambas são aniquiladas, ficando apenas energia.

Átomo: a unidade básica de matéria comum, constituído de um minúsculo núcleo (que consiste em prótons e nêutrons).

Big Bang: a singularidade no inicio do universo: “a grande explosão”.

Cosmologia: o estudo do universo como um todo.

Elétron: uma partícula com carga elétrica negativa que orbita o núcleo de um átomo.

Força eletromagnética: a força que surge entre partículas com carga elétrica; a segunda mais forte entre as quatros forças fundamentais.

Fóton: um quantum de luz.

Massa: quantidade de matéria em um corpo; sua inércia ou resistência à aceleração.

Nêutron: uma partícula bem semelhante ao próton, mas sem carga, que responde por aproximadamente metade das partículas presentes no núcleos da maioria unidos dos átomos.

Núcleo: parte central de um átomo, formado apenas de próton e nêutrons mantidos unidos pela força forte.

Peso: força exercida sobre um corpo por um campo gravitacional.

Pósitron: antipartícula positivamente carregada do elétron.

Próton: uma partícula semelhante ao nêutron, mas positivamente carregada. Que responde por aproximadamente metade das partículas presentes nos núcleos da maioria dos átomos. 

Quark: partícula elementar carregada que sente força forte. Prótons e nêutrons são, cada um, composto por três quarks.

Radioatividade: desintegração espontânea de um tipo de núcleo atômico em outro.