CORONA VÍRUS – 19: UMA ANÁLISE SOBRE A AÇÃO PELA RACIONALIDADE OU O EFEITO PELO EMOCIONAL [1]

Texto produzido em 09 de abril de 2020 e divulgado em 10 de abril de 2020 em Santa Maria do Uruará, Prainha – Pará.

Por: Sydney Pinto dos Santos[2]

Surgido na Cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China, o COVID-19, ou SARS – 2, hoje este vírus provoca medo, insônia e incerteza nos “quatro cantos” do mundo, pois se tornou uma ameaça global, não somente no campo da saúde pública, do comércio ou nas relações interpessoais, mas sim e principalmente na economia global, pois seus resultados, pós período de infecção e disseminação e controle, trará enormes prejuízo em escala jamais vista na história da humanidade, podendo recuar os processos econômicos, os quais podem chegar a 1/3 de toda a produção, negócios e comércio, numa perspectiva e projeção mais otimista.

Por outro lado, se torna lamentável dois aspectos que aos fins acabam distorcendo a realidade da situação: uma criada com fins politiqueiros e outra o uso da emoção diante a calamidade, esta última dosada pelas informações incoerentes destiladas, reproduzidas e divulgadas pela mídia, a qual, deveria ser neste interim, um meio de interação entre os fatos e a sociedade de uma forma imparcial, mas acaba por sinal sendo um veículo de disseminação do pavor, do medo e da provocação da população contra seus próprios governos ou sistemas.

Nós cidadãos, quando somos tomados pelas notícias, inclusive em telejornais diários, os quais muitas vezes repetem a mesma matéria exaustivamente, acabamos abraçando meias-verdades, pois esquecemos de uma regra simples, porém importante: a de consultar uma segunda opinião, quando realmente queremos saber se algo é verdadeiro em sua totalidade ou não. Acabamos perdendo o foco, para não dizer a razão, e consequentemente mandamos em frente o conteúdo recebido, o que significa adentrarmos em um mundo onde a racionalidade deixou de existir.

Assim, precisamos ter mais cuidados com os conteúdos jornalísticos que todo dia recebemos sem ao menos fazer uma pequena consulta da veracidade do conteúdo incutido na matéria. O que em tempos de incertezas, medo e indecisões, acaba-se disseminando ainda mais o medo entre nós mesmos; nos tornando pessoas “inválidas”, impotentes e inseguras diante aos fatos e diante à vida.

Todos os países foram afetados por esta pandemia, considerada mais uma virose de alto teor de contaminação, e, por conseguinte, composta por outros diferenciais, segundo especialistas. Os quais por exemplo, citam o número de idosos alocados em uma mesma população; a temperatura, sendo ela não tão fria e não tão quente, o que facilita a proliferação e a sobrevivência neste ambiente “apropriado” do vírus. E isto, pode responder algumas questões como: por que em determinado lugar houve a morte de muitas pessoas em tão pouco espaço de tempo? Como também, porque houve maior número de pessoas infectadas em determinado espaço ou região.

Então, o que se observa são fatores que muitas vezes não são levados em conta, porém, estes precisam ser analisados e levados em consideração, para poder assim fazer uma divulgação mais coerente e exequível dos fatos relacionados a propagação, contágio, morte e cura. O que, claro, irá se distinguir de país para país e de região para região.

Levando em consideração, o Brasil, onde as populações estão mais concentradas na região litorânea, assim, claro implicando na possibilidade de que esta aglomeração indicaria um maior número de infectados e consequentemente de mortes. Já a região mais central e em especial a Amazônia e o Pantanal onde o clima é mais quente, e existe uma dispersão muito maior quanto a densidade demográfica da população, a incidência seria menor. Pois houve uma variante neste caso, a cidade de Manaus, como um centro industrial e de grande concentração populacional (1 milhão e 800 mil habitantes) e que poderia variar este número em até 2,183 milhões de habitantes (G1- Amazonas, 2019), o que significa que a transitalidade neste espaço, permitiu este diferencial entre o espaço amazônico por ser disperso e o número de pessoas morando em um pequeno espaço.

A mídia ”internetizada”:[3]

Esta ferramenta se tornou tão importante na vida diária do cidadão, se comparado com um copo com água; pois a maioria das pessoas ficaram tão atreladas que dificilmente se desligam de seu aparelho no cotidiano, seja lá para qual serviço seja direcionado: comercial, negócios, comunicação, interação social, pesquisa simples e informações.

Estas informações, via internet e nos mais diversos aplicativos de mídias sociais possibilitam uma inundação sem-fim de informações diárias e em tempo real, o que nem sempre significa que estamos compartilhando informações verdadeiras. Pois, indivíduos mal-intencionados, e se aproveitando deste momento de flacidez emocional, procuram desestabilizar mais ainda o psicológico das pessoas com divulgações de matérias falsas, as chamadas fake news, que ganham corpo e uma velocidade espantosa pelas redes sociais, criando assim a chamada patologia “panivírus”[4] que pode ser associada ao medo de ser contagiado por algo estranho e assim desenvolver sintomas nunca antes pensado, como o chamado “afogamento sem água”. O que ainda, sendo incrementado com aquilo que certas pessoas sofrem com outros tipos de fobias, como a claustrofobia, que possibilita a falta de interação com o seu próprio ambiente de vivência, o que pode enfraquecer ainda mais o organismo do indivíduo, mesmo que este não esteja apresentando nenhuns sintomas, de alguma possível doença.

O que fazer nestes tempos tão “obscuros”:

São muitas as orientações imprescindíveis para que evitemos ser contaminados, que vão desde o afastamento social, até tomadas de hábitos que anteriormente eram desprezados e/ou esquecidos pela população, mas que podem fazer muita diferença quanto a possibilidade de contaminação pelo vírus COVID – SARS 2; o que pode ser relacionados assim:

Tomar sol entre o horário das 10 horas às 15 horas, no sentido de fortalecer o quantitativo de vitamina D no organismo, o que o tornaria o sistema imunológico do indivíduo mais forte, e menos suscetível ao contágio de micro-organismo, inclusive ao COVID -19 e outras doenças contagiosas afins, como o Influenza.

Outra tomada de decisão, não só pelas autoridades, mas pelos especialistas em saúde, foi possibilitar o afastamento ou distanciamento social, o qual implica ficar em uma distância recomendado entre dois metros em diante em locais que implique aproximação pessoal, inclusive em filas diversas e ambientes fechados.

Atividade física, foi outro elemento elencado para ajudar ao fortalecimento do organismo, assim como contribuir para manter o corpo mais saudável e capaz de combater qualquer tipo de infecção que venha com o objetivo de enfraquecer as barreiras físicas do organismo humano.

Em relação à alimentação saudável, verifica-se a necessidade de possibilitar uma resistência maior aos órgãos através de ingestão de alimentos ricos em vitamina C, assim como outros elementos químicos ideias e operantes e que estão presentes nos diversos alimentos como hortaliças, legumes e verduras, assim como suco natural de frutas cítricas.

O fortalecimento do sistema imunológico do ser humano, não se dar apenas por ingestão de alimentos ricos em vitaminas e afins; nem apenas com atividades físicas orientadas e regulares, nem tomando banho de sol diariamente, mas por um conjunto de situações e ações que possibilitem tornar o organismo mais alcalino do que ácido, pois neste último caso, torna-se uma porta essencial de entrada de todo tipo de micro-organismos prejudiciais ao nosso corpo, como também dar condições o suficiente ao desenvolvimento de células cancerígenas. Sendo que muitos de nós esquecemos de um hábito saudável, necessário e eficaz ao combate em tornar o corpo ácido, a ingestão regular de água, em períodos específicos e quantidade necessária durante o dia e de acordo com as nossas atividades laborais.

Diante de tudo isto, verificamos que existe algo mais importante de que cuidar, nestes momentos difíceis, do nosso corpo físico, seria cuidar de nosso espaço emocional, mental, espiritual e psicológico. Pois, se somos tomados por medo e ansiedade ao mesmo tempo, teremos todas as condições possíveis de tornarmos nosso organismo mais fraco e capaz de absorver os malefícios.

Portanto, tratar da saúde mental, não é só pensar nas coisas boas, ou nos problemas que nos cercam diariamente, mas tirá-los quase que em definitivo as vicissitudes de nossa memória e lembrança, pois recordar de coisas maléficas ou que podem tirar nosso foco da racionalidade podem nos conduzir a um caminho pernicioso, sem defesa ou com defesas tóxicas que podem permitir muito mais que enfraquecimento emocional, mas se permitir a uma estrada sem destino ou uma noite sem luz o suficiente para indicar a direção correta, é ser capaz de nos destruirmos com antecipação.

Assim, agir dentro do processo racional, e não do emocional exacerbadamente, nos trará respostas mais confiantes, mais seguras, mais capazes daquelas que ouvimos e que são transmitidas nestes tempos de incertezas e “depressão” da sociedade, a qual não se olha dentro de um espaço de mudança, mas dentro de um espaço destruído e com muita dificuldade de conserto.

Logo, a prudência em ouvir de forma lógica e significativa, nos trará muito mais benesses do que o contrário. Desta forma, racionalizar não pode ser apenas pensar no certo ou errado ou no que pode responder às nossas expectativas, porém é se situar diante de uma problemática, analisa-la e claro, encontrar os caminhos mais proficientes, criativos e seguros com o intuito dela sair.

O que não deveria ser feito:

Muitas outras questões quanto a prevenção para a não contaminação pelo novo coronavírus são suscitadas todos os dias; sendo que uma delas seria não se aproximar de aglomerações, no entanto, o povo brasileiro, por ter em seu espírito altivo, torna-se muito teimoso em algumas situações, onde passa a não obedecer as orientações expressadas pelos especialistas das entidades de saúde, vigilância em saúde e autoridades, o que pode provocar, neste momento dois problemas: o aumento de infectados, fazendo com que o sistema de saúde não possa suportar a sua capacidade de atendimentos, já que neste momento os principais gargalos são a falta de equipamentos nas UTIs (respiradores mecânicos) e outros instrumentos extremamente necessários aos profissionais da saúde: as máscaras adequadas ao uso nos espaços hospitalares, luvas, óculos e outros. Assim, outro empecilho ou problema gerado é não prevenção e afastamento dos grupos de riscos, como os idosos, os portadores de doenças como diabetes, hipertensão, problemas renais agudo, fumantes e aqueles portadores de doenças pulmonares, como por exemplo, enfisema pulmonar e asma, os quais continuam vivendo e convivendo com os indivíduos que se diz não serem destes grupos de risco.

O que não deve ser feito, também, é não deixar os pequenos se aproximarem de seus avós, principalmente àqueles com mais de 60 anos de idade, onde o sistema imunológico e o próprio aspecto física apresenta-se debilitado.

Outra questão a ser tratada é o próprio espírito emocional, onde indivíduos com flacidez espiritual/emocional tende a serem mais propensos a serem afetados, pois o corpo, assim como o espírito estão conectados quanto a sua preparação seja ela física ou mental. Pois, pensamentos negativos trazem prejuízos ao corpo e assim ao espírito ou vice-versa.

Temos que ser otimistas quanto os nossas emoções e pensamentos, e que este é um momento como outro qualquer, o qual pode trazer ruínas, seja emocional, material, financeira ou mesmo familiar, mas será um tempo que passará, levando as mazelas e que tudo depois deve ser reconstruído com mais força, dedicação e na certeza de que estaremos mais bem preparados para um futuro que em seu íntimo apresenta incertezas. Mas, que, um povo capaz de enfrentar uma guerra e sair dela com pouco ou muito problemas, porém se conseguindo-os superar, posteriormente estará preparado ainda mais para tantas outras batalhas ferozes.

Expectativas futuras

Além do estrago emocional, precisa-se elaborar novos planejamentos, ações e estratégias de defesa para tempos difíceis; assim como encontrar alternativas para superar o espanto deste momento de terror.

Ajustando as condições financeiras e econômicas de cada indivíduo, assim como de cada país, isto gradativamente, ficará mais plausível o enfrentamento de outras mazelas, como a fome, a falta de trabalho, a produção tanto do campo, como a industrial, a comercial. Pois, como se sabe, mesmo que poucos indivíduos tenham ficado na produção nestes tempos difíceis, é muito problemático e complexo retomar na mesma velocidade qualquer atividade econômica de um país. Onde se acarretou entre outros problemas, a perda de emprega, a diminuição de renda, o acúmulo de dívidas e contas (tarifas, taxas e tributos), assim como o enfraquecimento sobre as expectativas futuras. Visto que, tentou-se forçadamente adaptar-se a um novo modelo de vida e de convivência, mesmo por pouco tempo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que, nenhum de nós estaremos isentos de contrair este vírus, mas que existem caminhos possíveis para contorna-lo, mesmo que ainda não se tenha uma medicação, vacina ou um tratamento específico para tal. Pois, há muita esperança que o uso do plasma do sangue dos infectados e curados seja uma das linhas de pesquisa e que avance no direcionamento certo, como outrora já aconteceu em outras situações. Outra grande expectativa e possibilidade está no uso da hidroxicloroquina e cloroquina, que hoje são usados em grande escala, principalmente no Brasil e em países da África onde a incidência da malária é muito expressiva. Assim como outros medicamentos que são usados em outras patologias.

Portanto, a esperança não está morta ao povo e muito menos a certeza de que em pouco tempo teremos resultados brilhantes através das pesquisas que se seguem, sendo que estes estudos estão sendo feitos ao redor do mundo, numa corrida sem tempo e com um único propósito: de encontrar a cura e compartilhar os resultados entre os países do mundo.

No que diz respeito às Políticas Públicas de assistência atribuídas aos entes federativos, são eficazes em parte; pois atender um país, no caso do Brasil com dimensões continentais e de algum modo já estava desiquilibrado no sistema de trabalho, com um quantitativo expressivo de desempregados, é muito complexo e demanda tempo. Pois nenhum destes entes tinha um protocolo ou um planejamento para este fim, já que todos foram pegos de surpresa, sem tempo de ação e reação diante aos fatos e aspectos negativos.

Por outro lado, a inserção de valores aos milhões de brasileiros, aqueles que ficaram em quarentena ou mesmo que foram demitidos por questão de falta de produtividade na empresa em razão da pandemia, poderão sofrer as consequência por um período mais longo, o que se pode dizer que a ajuda do governo federal não será suficiente para suprir as demandas e necessidades somadas a todos os tipos de outros fatores sociais imprimidas a este população.

Assim, o socorro, daqui para frente será a de elaboração de políticas públicas que venham suprir as necessidades pós-pandemia e claro, ao longo prazo, pois o estrago na economia e em todos os campos de produção estarão presentes por um longo período, visto que se espera que a recuperação seja gradual.

Governantes, das diferentes esferas da administração devem se unir, deixando de lado suas ideologias políticas, e somar esforços, neste momento para atacar um inimigo comum, que entre suas peculiaridades, é feroz, invisível, letal e não escolhe quais indivíduos irá atacar. E assim, proteger, através de estratégias seguras e viáveis, os seus entes.

Também se faz necessário ampliar o número de leitos de UTIs em hospitais em todo o território nacional, possibilitando assim afrouxar o atendimento em curtíssimo prazo e a longo prazo; como dando condições materiais e outros tipos de assistência aos profissionais de saúde, assim garantindo segurança, dignidade e respeito em sua função e em seus ambientes de trabalho, inclusive no que diz respeito aos aspectos de periculosidade e insalubridade laboral.

Entidades mundiais, são órgãos que são assistidos financeiramente, como a OMS da ONU, para estarem alertas para qualquer disseminação de agentes biológicos, químicos ou bacteriológicos ao redor do mundo, e que estes venham atingir partes ou em grande parte a população mundial. Ou seja, é a entidade de saúde que tem por obrigação emitir qualquer alerta sobre possíveis distúrbios que venham atingir a saúde e o bem-estar da população mundial, para que a mesma possa se prevenir em tempo, ou elaborar ações que possam amenizar os impactos proferidos por estas pandemias, as quais não se sabe o local de aparecimento, o tempo de sua duração e nem as mais diversas consequências por elas trazidas.

Assim, planos de ações integrados e condizentes, entre as instâncias governamentais e as agências internacionais, que venham atender a população de forma geral, aplicadas por seus dirigentes governamentais ao redor do mundo, possibilitam não só amenizar os possíveis impactos no que diz respeito à vida humana, mas também, possibilite defender a economia e outros setores da sociedade em tempos de incertezas e insegurança.

 

[1] Texto produzido com bases em informações de matérias jornalísticas e via mídias “internetizadas”, durante o período de fevereiro a abril de 2020.

[2] Professor da rede Pública de Ensino de Prainha – Pará (EAB). Mestrando em Educação (Formação de Professores) UNINI/FUNIBER – 2020.

[3] Termo usado para a comunicação via internet utilizando os aplicativos de interação social, assim como levando notícias em tempo real, mas que precisam serem observadas com muito cuidado o seu teor e a sua origem.

[4] “panivírus”: termo usado para definir uma pandemia através do pânico: Pan = mundial + pani = pânico + vírus = doença: doença em escala mundial que tem como o centro não o vírus, mas o pânico divulgado para muitos fins à população, inclusive pelo meio midiático.