CORONA, DOÊNÇA MALVADA

Autor: Francisco Silva Júnior

@juniordocordel

 

Meu cumpade sou da roça

Tenho uma vida campeira.

Eu sou matuto e não nego.

Comigo não tem besteira.

Almoço arroz com feijão,

O Cuscuz é o meu pão,

Preparado na peneira.

 

Amanso cavalo brabo

Pego até boi na mão.

Já andei em todo canto

Nunca vi assombração.

Mas se aparecesse um dia,

Aqui num tem covardia,

Eu sentava um bofetão.

 

Trabalho de sol a sol

Fico até sem beber.

Ferida, unha encravada,

Num atrapalha eu viver.

Mas esse tal de Corona,

Pode me levar pra lona,

É melhor se precaver.

 

Essa doença malvada

Que lá na China iniciou

Não respeita as fronteiras

Se analfabeto ou doutor.

Quem tem plano de saúde,

Ou só o Deus nos acude!

O malvado já pegou.

 

Sendo assim seu Dôto

É melhor eu me acalmar

Ficar em casa trancado

Pra com saúde voltar.

Aqui minha valentia

Não tem nenhuma serventia,

Pois num vejo com quem brigar!

 

Esse vírus está presente

No chão, na pele, no ar.

Infectando qualquer um

Que perto possa chegar.

Dois metros é a distância,

Para se ter segurança,

E o corona não pegar.

 

As cidades tão desertas

Pra todo canto que olhar

É gente usando máscaras

E sem se cumprimentar

Ninguém pode dar a mão

Devido à contaminação

Que está em todo lugar.

 

Empresas foram fechadas

Só abrem as essenciais.

Os Bancos particulares

E também os federais.

Farmácias e mercantil,

Parou o mundo o Brasil,

Isso pra mim é demais!

 

Pois nunca na minha vida

Eu Tinha visto esta cena.

Todas as ruas vazias

Pessoas em quarentena.

Para os desobedientes,

Que da doença são discrentes,

Peço que Deus tenha pena.

 

Pois no mundo já mostrou

Que não veio pra brincar!

Na Europa e nos Estates

Ele botou pra quebrar.

Não importa a nação,

Se vacilar meu irmão,

O bicho vai te pegar.

 

O vírus não quer saber

Se tens dinheiro ou não.

Se tu moras na favela

Num castelo ou mansão.

Se estás no grupo de risco,

Então fique mais arisco,

Se proteja meu irmão.

 

Pois a cura ainda não tem

Só testes em andamento.

Os leitos dos hospitais

Tão em desenvolvimento.

Então manter-se distante,

Nos deixa mais confiante,

É o melhor nesse momento.

 

Essa doença seu moço

Deixa o sujeito quebrado.

É tosse, febre, murrinha,

Os folego prejudicado.

O cabra morre sem ar!

Então não vamos brincar,

Com o que tá do nosso lado.

 

Somos um povo valente

E tudo isso vai passar.

Vamos vencer essa praga

Para a vida continuar.

Pois isso é que importa,

Pra depois abrir a porta,

E de novo nos abraçar.