Cordeona
Publicado em 28 de abril de 2009 por andré sesti diefenbach
Cordeona
Cordeona, velho instrumento,
Que, gemendo, acompanha os lamentos
Da alma do peão gaúcho,
Que, em seu destino sem luxo,
À cavalo ganha a vida,
De sol a sol, sempre na lida,
No serviço da campanha...
E aos domingos, quando sobra tempo prá um gole de canha,
O índio até que se assanha...
E dedilhando a botoneira,
Numa melodia bem rancheira,
Em cada fole que expande
Demonstra seu amor pelo Rio Grande,
Que vem do fundo de sua alma galponeira
E vai atravessando aramados, divisas e fronteiras...
Se espalhando na velocidade de um bagual
Que, caborteiro, dispara do buçal,
Galopando por entre as coxilhas
Na imensidão da pampa dos farroupilhas...
E que só vai se perder
No dia em que o último coração gaudério parar de bater...
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