FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA

 

 

 

 

É importante sabermos que a constituição basilar do pensamento filosófico, calcado na Filosofia da Essência ou da Existência, esta diametralmente ligada às escolas filosóficas do Racionalismo e Empirismo. Dentro destes pressupostos é que teremos toda a discussão da práxis filosófica e de como distinguir os meios e métodos necessários para um arrazoamento com base teórica lógica. Sabemos, que a Filosofia Clássica com seus questionamentos direcionados a pólis, ou seja, a vida social deste ente muda os rumos dos então pensadores Pré-Socráticos retirando dos elementos naturais e principalmente dos deuses após Sócrates, todo aquele misticismo do senso comum, entretanto muito embora o questionamento filosófico assuma ares científicos, em momento algum a pratica de comprovar as teorias foram encadeadas no campo da experiência, como forma basilar de comprovar ou minimamente questionar os pressupostos da razão, sabemos que todo este enunciado tem base na Metafísica, que de forma abstrata trata as questões filosóficas dando explicações baseadas em conceitos e na abstração de seus principais pensadores.

Agora, como esperar que num modelo de sociedade onde se não produz trabalho manual, muito pelo contrário, possamos ter um direcionamento para a prática cientifica, é difícil concatenar numa sociedade onde todo o trabalho braçal é realizado por escravos, que os pensadores iriam deixar sua abstração para diretamente colocar de forma pratica os conceitos a prova visando comprovar a verdade das premissas em relação às conclusões.

Esta discussão esta diretamente colocada na Filosofia Clássica, mas quando entramos no período da Filosofia Medieval dentro dos pressupostos da religião, ancorado em seus principais pensadores Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino, teremos uma retomada da Filosofia Clássica mais especificamente em Platão e Aristóteles, a discussão para tentar conciliar razão e fé, mas como ainda nos encontramos dentro da abstração, não teremos o Empirismo direcionando toda esta discussão, então toda a sistematização do ideário religioso que é introduzido nos conceitos platônicos e aristotélicos tem como objetivo final a evangelização e conversão de um sistema de medidas que não é matemático, para difundir os dogmas da Igreja, sabemos perfeitamente bem que em Agostinho teremos uma conceituação platônica que é mais próxima dos dogmas da Igreja, e mesmo assim os conceitos serão moldados e ajustados de acordo com as necessidades da Teologia, então a Filosofia passa a ser refém, e serve para dar subsídios e status de verdade antológica ao conceito teológico. Depois em Tomás de Aquino o que veremos é uma maior aproximação dos conceitos aristotélicos, mas também o pensamento de Aristóteles sofre adaptação ao modelo teológico vigente, o foco ainda é o mesmo conciliar razão e fé, e a Filosofia pode ser utilizada para pensar esta realidade, desde que não atrapalhe os pressupostos da fé cristã.

Quando entramos diretamente na discussão da contribuição da Filosofia da Existência para a Educação, precisamos levar em consideração alguns fatos que irão dar subsídios de forma coerente, o fato da Filosofia da Existência estar diretamente relacionada à corrente de pensamento do Empirismo, delimita critérios de trabalho para se chegar a um arrazoamento minimamente lógico, a forma como será entabulada essa discussão de forma metodológica serão colocadas a prova, como forma de deixar a verdade, ou pressupostos da verdade mais claros e com uma base solida de pesquisa e experimentos que deixaram a analise mais propensa a convencer não somente a comunidade cientifica, mas também os leitores de um modo geral, pois é necessário para Educação em si partir de pontos coesos e coerentes para poder ditar normas e preceitos para nortear todo o encadeamento de idéias que os educadores necessitam para transmitir de forma direta um conhecimento profundo.

Muito embora o alicerce de trabalho das pesquisas esteja dentro dos pressupostos do Racionalismo, Empirismo e Criticismo o ponto comum entre as escolas:

 

a razão é matriz basilar de constituição e a produção do saber humano” (Claretiano, 2008)

 

Dentro deste arrazoamento o que podemos compreender é que a discussão nos leva a crer que a Filosofia da Existência, mostra de forma clara a maneira como o processo de produção de conhecimento dentro da Educação deve ser encarada e analisada, partindo do pressuposto que os métodos idealizados dentro da Filosofia, como forma de nortear sejam seguidos e os objetivos alcançados, teremos a comprovação que a principal contribuição da Filosofia da Existência para com a Educação é justamente este mapeamento de comportamento.

 

políticas de direções contrastantes, primeiro no campo da ética, depois no da política,

atingindo finalmente, uma elaboração superior da própria concepção do real (Essa é

também uma questão fundamental da Filosofia da Educação; ela se faz na medida em

que o homem transforma sua realidade) (GRAMSCI, P.103, grifo nosso).

 

Fator de relevante importância é que o movimento só é satisfatório quando se pode pensar plenamente a força de transformação da realidade do ser humano, ou seja, toda a realidade do ser humano, pois a Filosofia nasce com essa missão de modificar a realidade do ente.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

O fato que precisamos considerar para podermos concatenar e arrazoar a discussão da Filosofia da Essência e da Existência, é a discussão basilar que perdura desde Parmênides e Heráclito que perpassou Sócrates, Platão e Aristóteles, que é a questão de poder capturar o conhecimento como algo que possamos entender, no processo apresentado pelos pensadores clássicos a que se levar em consideração o período de produção e os recursos disponíveis para esta discussão, Platão ira dizer que para conciliar o conhecimento de um mundo em constante mudança teremos o mundo sensível e o inteligível, mas já Aristóteles discute o arcabouço do conhecimento dentro da realidade deste ente, ou seja, entabula a discussão da educação como forma de produzir e reproduzir este conhecimento do real, ou seja, a mudança da realidade deste ente que é a missão primeira da Filosofia, e neste viés dentro da Educação.

É importante salientar que dentro das correntes filosóficas que se dispõem a pensar esta realidade, o Empirismo e o Racionalismo com suas posições antagônicas é que irão acalorar esta discussão. Agora, temos que pensar esta proximidade da Filosofia da Existência com a Educação, justamente no ponto em que a Filosofia, cria meios e métodos para conduzir a discussão desta obtenção de conhecimento calcada nos pressupostos da ciência com seus questionamentos e principalmente colocando a prova a verdade, tão questionada por Descartes, de onde por analogia ou comprovação de hipóteses, para comprovação e efetivação deste conceito, que nem por isso passa a ser absoluto, pois esta verdade é substancial, pode ser descaracterizada a qualquer momento e substituída por premissas e conclusões, que por meio da metodologia criada para discutir mostraram uma nova realidade deste ente.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

 

 

 

Filosofia da Educação.Batatais; Claretiano, 2008.

Os Pensadores. Discurso do Método, As Paixões da Alma, Meditações, Objeções e Respostas/René Descartes. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Junior. São Paulo, Nova Cultural, 1996.

Os Pensadores. Confissões/Santo Agostinho. Trad. J. Oliveira Santos, S.J., e A. Ambrosio de Pina, S.J.. São Paulo, Nova Cultural, 1999.