CONTO CRUEL
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 por William Paixão
De repente, um novo ano começou. Foi como um raio! Foi espantoso! Foi sublime! Por quê? Quando 2017 iniciou, com ele veio as esperanças , que debaixo do abandono, do desamparo e da realidade que vivíamos, as intercessões repousavam de diversos lugares, mas elas pareciam meio que deslembradas, e abandonadas.
Logo percebemos que com ele também vieram os seus monstros, que silenciosamente davam gargalhadas mostrando que não sabíamos de nada, e que a nossa negligência e distração fariam com que eles avançassem sobre nós sem que percebêssemos. Como num reflexo, trocamos, muitas vezes, olhares inquietantes. O que nos fazia pensar que isto não poderia continuar.
Fomos espionados, algumas vezes censurados, mas também fomos cortejados. Todavia um novo ano amanheceu, e com ele percebemos que todo aplauso, cumprimento e agradecimento eram altos demais. Em alguns momentos nos chamamos de amigos, mas no momento em que falhamos nossa amizade já não era mais tão importante.
O velho se revelou e ele saiu tão impotente, tão magnificamente e resplandescente que suas vestiduras mostravam toda a sua arrogância, soberba e altivez. Encarando-nos dizia: “Quando eu falar não me desobedeça!” Dito e feito, o novo ano amanheceu e com ele toda vassalagem, subjulgação e servidão também vieram. Com isso todos os briguelas se puseram a cantar divertidamente debaixo deste jugo. Hoje os populachos cantam canções e levantam suas mãos, mas é em suas casas que entre gargalhadas e arrepios, que falam sobre os seus medos.
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Seu Servo
Prof. William Paixão