O advogado, professor, teatrólogo e romancista Ariano, tem sua relevância literária expressa desde de 1990 na 32º cadeira na Academia Brasileira de Letras, esta concebida apenas a pessoas de suma importância para a literatura tupiniquim.

Para Elias Sabbag (2013), um dos produtores da exposição sobre Suassuna do ano de 2013 na cidade do Rio de Janeiro, sua arte típica nordestina ultrapassou fronteiras nacionais e internacionais.

“Ariano Suassuna é um paraibano arretado. Com a voz mansa, embalada por frases cheias de humor, o escritor e poeta alçou vôos para muito além do sertão de Cariri, onde passou a infância. Aos 86 anos, o entusiasmo com que leva a vida não deixa de fazer jus ao título de imortal, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Digo que a literatura dele tem aspectos universais. A partir de uma aldeia, o Ariano conseguiu conquistar o mundo.”

E apesar de toda essa abrangência intelectual e ao mesmo tempo popular, que permitiu a construção linear durante os anos de uma legião de seguidores e amantes da obra literária do paraibano.

Ariano trazia nos seus traços características próprias e peculiares que exigiam um certo conhecimento do leitor sobre o autor, entrando no “mundo” de Suassuna que flutuava sobre a cultura em que vivera acrescentada com uma pitada de fantasia, mas nunca fugindo da sua especificidade.

Carlos Newton Júnior, professor universitário e poeta, que conviveu com o Mestre Suassuna e teve seu mestrado e doutorado embasado no universo armoral, é adepto dessa ideia:

“Só mergulha nesse universo o leitor mais maduro. Este é um livro para leitores de Ariano”. 

Referindo-se ao livro “O jumento sedutor”, última obra do escritor que se dedicou durante 30 anos acerca dela lançada postumamente no ano de 2015.

Um capítulo a parte da rica história de Suassuna, é a criação do livro – Auto da Compadecida – referência a Nossa Senhora Aparecida que se compadece do seu povo sofrido.

Na obra criada no ano de 1955, Suassuna retrata a vida sofrida do povo sertanejo, a qual ele convivia durante boa parte da sua juventude.

 Com personagens memoráveis, o autor mescla a realidade nordestina e sertaneja, com um teor bem humorado típico daquele povo, penetrando consequentemente a isso a religião e as crenças muito presentes exercendo assim nortes no estilo de vida com cunho social relevantes.

Desde a chegada dos portugueses as terras brasileiras, houve a preocupação de catequização dos nativos que aqui foram encontrados, com o intuito de “adestração” e manter as rédeas de quem estaria no comando a partir daquele momento...