CONSIDERAÇÕES BREVES SOBRE A MÁSCARA DA MORTE RUBRA SEGUINDO OS PRESSUPOSTOS DE GANCHO

Por Maria Gabrielly Sousa Tomé | 06/06/2025 | Literatura

Neste trabalho analisamos o conto A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Allan Poe, utilizando como base os fundamentos teóricos do livro Como analisar narrativas, da professora e pesquisadora Cândida Vilares Gancho, além dos pressupostos de outros autores. Pretendemos apontar algumas das categorias descritas no livro, como enredo, personagem, narrador, ambiente, espaço, além de destacar as características específicas da obra de Poe.

“Poe é um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Seus contos de terror, tais como “A queda da casa de Usher”, “O gato preto” e “O coração denunciador” (...) mergulham fundo na psique humana e provocam estados de tensão violenta, características que fizeram com que o autor fosse elevado à categoria de mestre do horror” (BELLIN, 2011, p. 41). Edgar Allan Poe é um dos mais notáveis escritores de terror norte-americanos, pertencente ao movimento romântico. Seus contos ficaram conhecidos por introduzirem um tipo de realismo psicológico à literatura de horror. Poe carregava um rigor científico não explorado de forma ampla no âmbito da literatura de horror, e conhecia as estruturas específicas do gênero de forma excepcional (LOVECRAFT, 1987). O autor se diferenciava dos seus contemporâneos não apenas por abordar temas vistos como tabus, que se encaixam na ficção fantástica, com elementos góticos e de mistério, como também pelo classicismo (UNRUE, 1995) (um tanto distante dos autores românticos de sua geração) e pela abordagem lógica com a qual narrava suas histórias, cujo efeito era habilmente calculado para produzir espanto no leitor. A princípio, definiremos o que é ficção e narrativa. “A literatura de ficção (romance, conto, novela, teatro, por exemplo) é uma representação social de dado momento histórico, e isso permite o estudo de uma sociedade e suas ideologias a partir do objeto literário.” (SILVA, 2015). Segundo Gancho (2006, p. 4), a narrativa será a prosa de ficção. A autora ainda dirá: “muitas são as possibilidades de narrar, oralmente ou por escrito, em prosa ou em verso, usando imagens ou não”. A narrativa em prosa existe desde os primórdios da civilização, e pode assumir diversas formas variadas: romance, novela, conto e crônica. Nos focalizamos no conto. Sobre o gênero do conto, Gancho (2006, p. 6) denota “é uma narrativa mais curta, que tem como característica central condensar conflito, tempo, espaço e reduzir o número de personagens”. O conto escolhido fora A Máscara da Morte Rubra, um conto com aspectos fantásticos e de horror, que se passa em um reino fictício, onde uma praga infesta todo o reino, e mata as pessoas de forma implacável. O Príncipe Próspero, o protagonista, se isola com seus amigos saudáveis, “e, com eles, formou um refúgio recôndito em uma de suas abadias fortificadas” (POE, 2017, p. 5). A partir dessa dualidade entre miséria e prosperidade, a narrativa progride. [...]

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