Conhecer para planejar
Por CLÁUDIA CRISTINA MUSACCHIO GOMES | 08/12/2012 | EducaçãoConhecer para planejar
Cláudia Gomes
Toda a ação tem uma intenção, e para o educador não é diferente, por isso antes de dar inicio em sala de aula ele precisa planejar suas aulas.
Se no final do ano há uma avaliação para perceber o que o aluno aprendeu, no inicio do ano letivo deve haver uma avaliação do conhecimento trazido pela a turma, suas experiências do cotidiano que nos revelam inúmeros aprendizados, seus conhecimentos cognitivos, suas linguagens, expressões e diálogo sobre o que sabem e o que esperam, para então ter a base do planejamento.
Para ensinar deve-se conhecer as pessoas à quem se pretende mediar o aprendizado, pois o planejamento deve ser baseado no objetivo destinado às necessidades do aluno e não visando o que o educador pensa ser necessário, entretanto, tudo depende da visão ou maneira em que o educador vê sua metodologia de ensino. Se for a tradicional este ignorará a qualquer contato inicial pensado na turma e sim, trará consigo conteúdos já preparados pensado por si próprio e ao que ele pensa ser necessário para a turma, independente do grau de conhecimento e maturidade de seus alunos, ou seja, suas aulas são baseadas no currículo e mapeamento da escola, o que mais importa para ele é seguir o roteiro mesmo que, seus alunos não saibam ou não compreendem em totalidade as atividades propostas.
EX.: Logo no primeiro dia de aula, o professor chega carregado de livros ou Xerox de conteúdos prontos e muitas vezes retirados da internet, desrespeitando o conhecimento real da turma e ignorando um contato que poderá aproximá-los. Mostrando-se autoritário, não transmitindo confiança e sim medo aos alunos, poderá bloquear o interesse e as expectativas sentidas pelos alunos.
Agora se o educador for comprometido com sua profissão, sua intencionalidade será pensada no aluno, com finalidade de um planejamento participativo, partindo do real conhecimento de sua turma, considerando o entorno de seus alunos, os aspectos sociais da comunidade, a diversidade cultural, as vivências os conhecimentos, mapeando assim as características específicas da turma, e segue essa metodologia durante o ano letivo, revendo e reavaliando seus conteúdos e seu método de mediar às aulas. Possibilitando um aprendizado significativo, envolvendo seus alunos, conquistando sua confiança, motivando e dando autonomia aos alunos.
O educador que instiga os alunos, que respeita os diferentes tempos e maneiras de aprender, sabe que cada aluno é único e apesar da dinâmica da alua desenvolvida ser mesma para todos, o conhecimento será assimilado e construído particularmente de acordo com o ritmo de aprendizagem de cada um.
Sabe-se que atualmente devido aos problemas de indisciplina, o clima de coletividade é mais delicado, porém cabe ao professor à tarefa de criar este clima, resgatando o querer, o agir e o expressar dos seus alunos. Não esperar que a família exclusivamente empenhe-se neste resgaste. Ao permitir que o aluno expresse seu conhecimento, a sua forma de perceber o seu meio, ele estará demonstrando interesse e atribuindo sentido ao que o aluno adquiriu.
A função do professor é mediar, buscar, criar meios para o aprendizado ser concretizado com significado, em que o aluno sinta o quanto é útil para seu crescimento pessoal, cognitivo, social, descobrindo habilidades e competências vivenciadas no seu dia a dia.
Conhecer é incorporar um conceito novo, que não nasce por si só e sim de experiências adquiridas seja do meio social, da família, de noticias ou da curiosidade, conceitos iniciais informais construídos pela criança incorporam-se a outras experiências, construindo um novo conhecimento (VIGOTSKY- conceitos “diários” ou “espontâneos”).
O professor é o fio condutor que media o aprendizado e não o transmissor do conhecimento, e atribuir limite sem o vínculo é usar de autoritarismo, e para que o educador possa cobrar a indisciplina em sala de aula, se faz indispensável que haja uma construção do Projeto Político Pedagógico, pensado nestas questões que auxiliem os educadores na resolução ou que pelos menos amenizem este problema, bem como a ação da coordenadoria pedagógica, que apoie os educadores agindo em benefício da socialização visada no aluno, acolhendo, subsidiando o desenvolvimento afetivo, o crescimento de competências e pensamento crítico sobre suas próprias ações e consequências.
Enfim cabe ao educador proporcionar um ambiente coletivo, positivo de aproximação e diálogo, entretanto sabe-se que devido ao estresse, (família, trabalho acumulativo às vezes de 40h ou 60h, devido a má remuneração, a indisciplina dos alunos pela falta dos valores de respeito e autoestima) a má valorização dos órgãos públicos que transferem e culpam unicamente aos profissionais da educação pelo caos em que se encontra o ensino no Brasil e de alguns profissionais da educação que se entregam ao comodismo, esquecendo-se do real motivo que os trouxe até a sala de aula; o gosto e o prazer de ensinar e aprender com seus alunos, de lutar contra as indiferenças.
Pois embora estando solitário nesta busca, o importante é que se não possível todos alguns de seus alunos, tenham adquirido o conhecimento por meio da busca individual com autonomia dos seus saberes.