COLÉGIO DE APLICAÇÃO – CAp UFPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROF. Tecg° e Lic. EMANUEL ISAQUE CORDEIRO DA SILVA
 
 
 
CONHECENDO A FILOSOFIA: UMA INTRODUÇÃO PARA INICIANTES - PHILOSOPHY: AN INTRODUCTION FOR BEGINNERS
 
 
 
Emanuel Isaque Cordeiro da Silva1
Alana Thaís Mayza da Silva2
Eduarda Carvalho da Silva Fontain2
Roberto Alcântara Carrara Drummond2
 

1 - Normalista (Magistério) pela EEFCC. Técnico em Agropecuária pelo IFPE Campus Belo Jardim. Bacharelando em Zootecnia pela UFRPE. Professor Visitante do CAp UFPE.

2 - Alunos do CAp UFPE. Monitores da disciplina de Filosofia do 1° e 2° ano do Ensino Médio do CAp UFPE.

 
O CAMPO DA FILOSOFIA
 
Introdução
 
A filosofia é bastante diferente de qualquer outro campo. É único, tanto em seus métodos quanto na natureza e amplitude de seu objeto. A filosofia busca questões em todas as dimensões da vida humana, e suas técnicas se aplicam a problemas em qualquer campo de estudo ou empreendimento. Nenhuma definição breve expressa a riqueza e a variedade da filosofia. Pode ser descrito de várias maneiras. É uma busca racional de verdades fundamentais, uma busca pela compreensão, um estudo dos princípios de conduta. Ele procura estabelecer padrões de evidência, fornecer métodos racionais de resolução de conflitos e criar técnicas para avaliar ideias e argumentos. A filosofia desenvolve a capacidade de ver o mundo da perspectiva de outros indivíduos e outras culturas; aumenta a capacidade de perceber as relações entre os vários campos de estudo.
 
Essa breve descrição da filosofia pode ser bastante expandida, mas vamos ilustrar alguns dos pontos. Como estudo sistemático de ideias e questões, a filosofia pode examinar conceitos e visões extraídos da ciência, arte, religião, política ou qualquer outro domínio. A avaliação filosófica de ideias e questões assume muitas formas, mas os estudos filosóficos geralmente se concentram no significado de uma ideia e em sua base, coerência e relação com outras ideias. Considere, por exemplo,  democracia . O que é isso? O que o justifica como um sistema de governo? Uma democracia pode permitir que o povo vote fora de seus próprios direitos? E como isso está relacionado à liberdade política? Considere  o conhecimento humano. Qual é a sua natureza e extensão? Devemos sempre ter evidências para saber? O que podemos saber sobre os pensamentos e sentimentos dos outros, ou sobre o futuro? Que tipo de conhecimento, se houver, é fundamental? Surgem tipos semelhantes de perguntas sobre arte, moralidade, religião, ciência e cada uma das principais áreas de atividade humana. A filosofia explora todos eles. Ele os vê microscopicamente e da ampla perspectiva das preocupações maiores da existência humana.
 
 Subcampos da filosofia
 
Os subcampos mais amplos da filosofia são mais comumente considerados lógica, ética, metafísica, epistemologia e história da filosofia. Aqui está um breve esboço de cada um.
 

Lógica

 

A lógica se preocupa em fornecer métodos sólidos para distinguir o bom do mau raciocínio. Isso nos ajuda a avaliar até que ponto nossas premissas sustentam nossas conclusões, a ver o que estamos comprometidos em aceitar quando adotamos uma visão e a evitar adotar crenças pelas quais não temos razões adequadas. A lógica também nos ajuda a encontrar argumentos nos quais, de outra forma, poderíamos simplesmente ver um conjunto de instruções vagamente relacionadas, descobrir suposições que não sabíamos que estávamos fazendo e formular as reivindicações mínimas que precisamos estabelecer para provar (ou apoiar indutivamente) nosso ponto.
 
Ética
 
 A ética assume os significados de nossos conceitos morais - como ação correta, obrigação e justiça - e formula princípios para orientar as decisões morais, seja na vida pública ou privada. Quais são as nossas obrigações morais para com os outros? Como as divergências morais podem ser resolvidas racionalmente? Que direitos uma sociedade justa deve conceder aos seus cidadãos? O que constitui uma desculpa válida para o erro?
 
Metafísica
 
A Metafísica busca critérios básicos para determinar que tipos de coisas são reais. Existem coisas mentais, físicas e abstratas (como números), por exemplo, ou há apenas o físico e o espiritual, ou apenas matéria e energia? As pessoas são sistemas físicos altamente complexos ou têm propriedades que não podem ser reduzidas a nada físico?
 
Epistemologia
 
Epistemologia diz respeito à natureza e escopo do conhecimento. O que significa conhecer (a verdade) e qual é a natureza da verdade? Que tipo de coisas podem ser conhecidas e podemos ser justificadas em nossas crenças sobre o que vai além da evidência de nossos sentidos, como a vida interior de outras pessoas ou eventos de um passado distante? Existe conhecimento além do alcance da ciência? Quais são os limites do autoconhecimento?
 
História da Filosofia
 
Este campo estuda os principais filósofos e períodos inteiros no desenvolvimento da filosofia, como os períodos Antigo, Medieval, Moderno, do século XIX e do século XX. Ele procura entender grandes figuras, sua influência sobre os outros e sua importância para questões contemporâneas. A história da filosofia em uma única nação é frequentemente estudada separadamente, como no caso da filosofia americana. O mesmo acontece com os principais movimentos de uma nação, como o empirismo britânico e o idealismo alemão, bem como os movimentos internacionais com uma história substancial, como o existencialismo e a fenomenologia. A história da filosofia não apenas fornece insights sobre os outros subcampos da filosofia; também revela muitos dos fundamentos da civilização ocidental.
 

 Mais subcampos da filosofia

 
A seguir, são apenas algumas das dezenas de subcampos da filosofia. É da natureza da filosofia como investigação crítica desenvolver novos subcampos quando novas direções na busca pelo conhecimento, ou em qualquer outra área da atividade humana, levantam novos problemas intelectuais.
 
- Filosofia da mente.  Esse subcampo surgiu de preocupações metafísicas com a mente e os fenômenos mentais. A filosofia da mente trata não apenas das relações possíveis do mental com o físico (por exemplo, com os processos cerebrais), mas com muitos conceitos que possuem um elemento mental essencial: crença, desejo, emoção, sentimento, sensação, paixão, vontade, personalidade , e outros. Várias questões importantes na filosofia da mente se agrupam na área da teoria da  ação : O que diferencia ações, como levantar um braço, de meros movimentos corporais, como a elevação de um braço? Os elementos mentais, por exemplo, intenções e crenças, devem dar explicações adequadas sobre nossas ações ou ações podem ser explicadas pelo apelo a eventos físicos comuns? E o que é necessário para que nossas ações sejam grátis?
 
-Filosofia da religião.  Outra preocupação tradicional da metafísica é entender o conceito de Deus, incluindo atributos especiais como ser onisciente, ser onipotente e ser totalmente bom. Tanto a metafísica quanto a epistemologia procuraram avaliar os vários fundamentos que as pessoas ofereceram para justificar a crença em Deus. A filosofia da religião trata esses tópicos e muitos assuntos relacionados, como a relação entre fé e razão, a natureza da linguagem religiosa, a relação de religião e moralidade e a questão de como um Deus que é totalmente bom poderia permitir a existência de mal.
 
-Filosofia da Ciência.  Este é provavelmente o maior subcampo gerado pela epistemologia. A filosofia da ciência é geralmente dividida em filosofia das ciências naturais e filosofia das ciências sociais. Recentemente, foi dividido ainda mais em filosofia da física, biologia, psicologia, economia e outras ciências. A filosofia da ciência esclarece tanto a busca pelo conhecimento científico quanto os resultados obtidos por essa busca. Faz isso explorando a lógica da evidência científica; a natureza das leis científicas, explicações e teorias; e as possíveis conexões entre os vários ramos da ciência. Como, por exemplo, a psicologia está relacionada à biologia cerebral e da biologia à química? E como as ciências sociais estão relacionadas às ciências naturais.
 
-Filosofia politica.  Este campo diz respeito à justificação - e limites - do controle governamental dos indivíduos; o significado da igualdade perante a lei; a base da liberdade econômica; e muitos outros problemas relacionados ao governo. Também examina a natureza e os possíveis argumentos para várias formas concorrentes de organização política, como o capitalismo laissez-faire, a democracia do bem-estar (capitalista e socialista), anarquismo, comunismo e fascismo. 
 
-Filosofia Social. Frequentemente ensinada em combinação com a filosofia política (com a qual ela se sobrepõe), a filosofia social trata os problemas morais com dimensões sociais em larga escala. Entre eles estão a base da educação obrigatória, os possíveis motivos para o tratamento preferencial das minorias, a justiça tributária e os limites apropriados, se houver, à livre expressão nas artes.
 
-Filosofia do Direito.  Este campo explora tópicos como o que é a lei, que tipos de leis existem, como a lei está ou deve estar relacionada à moralidade e que tipos de princípios devem governar a punição e a justiça criminal em geral. 
 
-Ética Médica.  O campo da ética médica aborda muitos problemas que surgem na prática médica e na ciência médica. Entre esses, estão os padrões aplicáveis às relações médico-paciente; questões morais levantadas por procedimentos especiais, como aborto e eutanásia; e padrões éticos para pesquisa médica, como engenharia genética e experimentação com seres humanos. 
 
-Ética de negócios.  A ética nos negócios aborda questões como como obrigações morais podem entrar em conflito com o motivo do lucro e como esses conflitos podem ser resolvidos. Outros tópicos frequentemente abordados são a natureza e o escopo das responsabilidades sociais das empresas, seus direitos em uma sociedade livre e suas relações com outras instituições.
 
-Filosofia da arte (estética).  Este é um dos subcampos mais antigos. Diz respeito à natureza da arte, incluindo artes cênicas, pintura, escultura, literatura e assim por diante. As principais questões estéticas incluem como as criações artísticas devem ser interpretadas e avaliadas, e como as artes se relacionam entre si, com a beleza natural e com a moralidade, religião, ciência e outros elementos importantes da vida humana.
 
-Filosofia da linguagem.  Este campo tem laços estreitos com a epistemologia e a metafísica. Trata-se de um amplo espectro de perguntas sobre a linguagem: a natureza do significado, as relações entre palavras e coisas, as várias teorias da aprendizagem de línguas e a distinção entre usos literais e figurativos da linguagem. Como a linguagem é crucial em quase todas as atividades humanas, a filosofia da linguagem pode melhorar nossa compreensão de outros campos acadêmicos e de muito do que fazemos normalmente.
 
OS USOS DA FILOSOFIA
 

Usos gerais da filosofia

 

Muito do que é aprendido em filosofia pode ser aplicado em praticamente qualquer empreendimento. Isso ocorre porque a filosofia aborda muitos assuntos e, principalmente, porque muitos de seus métodos são utilizáveis em qualquer campo.
 
Solução geral de problemas
 
O estudo da filosofia aprimora, de uma maneira que nenhuma outra atividade, as capacidades de resolução de problemas de uma pessoa. Ajuda os alunos a analisar conceitos, definições, argumentos e problemas. Contribui para a capacidade dos alunos de organizar ideias e questões, lidar com questões de valor e extrair o que é essencial das massas de informação. Ajuda os alunos a distinguir diferenças finas entre visões e a descobrir pontos em comum entre posições opostas. E ajuda os alunos a sintetizar uma variedade de visões ou perspectivas em um todo unificado.
 
Habilidades de comunicação
 
A filosofia também contribui exclusivamente para o desenvolvimento de poderes expressivos e comunicativos. Ele fornece algumas das ferramentas básicas da auto-expressão - por exemplo, habilidades para apresentar ideias através de argumentos sistemáticos e bem construídos - que outros campos não usam ou usam menos extensivamente. Ajuda os alunos a expressar o que é distinto em seus pontos de vista; aumenta sua capacidade de explicar material difícil; e ajuda a eliminar ambiguidades e imprecisões da escrita e do discurso dos alunos.
 
Poderes persuasivos
 
A filosofia fornece treinamento na construção de formulações claras, bons argumentos e exemplos adequados. Assim, ajuda a desenvolver a capacidade de ser convincente. Os alunos aprendem a construir e defender suas próprias visões, apreciam posições concorrentes e indicam com força o porquê de considerarem suas próprias visões preferíveis a alternativas. Essas capacidades podem ser desenvolvidas não apenas através da leitura e escrita em filosofia, mas também através do diálogo filosófico, dentro e fora da sala de aula, que faz parte de uma educação filosófica completa.
 
Habilidades de escrita
 
A escrita é ensinada intensivamente em muitos cursos de filosofia, e muitos textos filosóficos regularmente designados são incomparáveis como ensaios literários. A filosofia ensina a escrita interpretativa através do exame de textos desafiadores, a escrita comparativa através da ênfase na justiça para posições alternativas, a escrita argumentativa através do desenvolvimento da capacidade dos alunos de estabelecer suas próprias visões e a escrita descritiva através da representação detalhada de exemplos concretos: as âncoras às quais as generalizações devem ser amarrado. Estrutura e técnica, então, são enfatizadas na escrita filosófica. A originalidade também é incentivada, e geralmente os alunos são incentivados a usar sua imaginação e desenvolver suas próprias ideias.
 
Os usos da filosofia em atividades educacionais
 
Os usos gerais da filosofia que acabamos de descrever são obviamente de grande valor acadêmico. Deve ficar claro que o estudo da filosofia tem recompensas intrínsecas como uma busca ilimitada pela compreensão de problemas importantes e desafiadores. Mas a filosofia tem outros usos no aprofundamento de uma educação, tanto na faculdade quanto nas muitas atividades profissionais e pessoais que se seguem à graduação.
 
Compreendendo outras disciplinas
 
A filosofia é indispensável para isso. Muitas questões importantes  sobre  uma disciplina, como a natureza de seus conceitos e sua relação com outras disciplinas, não pertencem  a essa disciplina, geralmente não é praticada nela e tem natureza filosófica. A filosofia da ciência, por exemplo, é necessária para complementar a compreensão das ciências naturais e sociais derivadas do próprio trabalho científico. A filosofia da literatura e a filosofia da história têm um valor semelhante na compreensão das ciências humanas, e a filosofia da arte é importante na compreensão das artes. Além disso, a filosofia é essencial na avaliação dos vários padrões de evidência usados por outras disciplinas. Como todos os campos do conhecimento empregam raciocínio e devem estabelecer padrões de evidência, a lógica e a epistemologia têm uma influência geral em todos esses campos.
 
Desenvolvimento de Métodos Sonoros de Pesquisa e Análise
 
Ainda outro valor da filosofia na educação é a sua contribuição para a capacidade de enquadrar hipóteses, fazer pesquisas e colocar problemas em uma forma gerenciável. O pensamento filosófico enfatiza fortemente a formulação clara de ideias e problemas, a seleção de dados relevantes e métodos objetivos para avaliar ideias e propostas. Também enfatiza o desenvolvimento de um senso das novas direções sugeridas pelas hipóteses e perguntas que encontramos na realização de pesquisas. Os filósofos desenvolvem regularmente tanto os sucessos quanto os fracassos de seus antecessores. Uma pessoa com treinamento filosófico pode aprender prontamente a fazer o mesmo em qualquer campo.
 
Os usos da filosofia em várias carreiras
 
O valor de um campo de estudo não deve ser visto principalmente em termos de sua contribuição para a obtenção do primeiro emprego após a graduação. É compreensível que os alunos estejam preocupados em conseguir seu primeiro emprego, mas seria míope concentrar-se nisso às custas do desenvolvimento de potencial para o sucesso e o progresso após a contratação. O que os graduados contratam inicialmente pode não render promoções ou levá-las além de sua primeira posição, principalmente considerando a rapidez com que as necessidades de muitos empregadores evoluem com mudanças nos padrões sociais e econômicos. Portanto, é crucial ver além do que uma descrição de cargo exige especificamente. A filosofia não precisa ser mencionada entre os requisitos de um trabalho para que os benefícios do estudo filosófico sejam  apreciados pelo empregador, e esses benefícios nem precisam ser explicitamente apreciados, a fim de serem  eficazes  para ajudar um avanço.
 
Os empregadores desejam - e recompensam - muitas das capacidades que o estudo da filosofia desenvolve: por exemplo, a capacidade de resolver problemas, de se comunicar, de organizar ideias e problemas, de avaliar prós e contras e de resumir dados complexos. Essas capacidades representam  habilidades transferíveis . Eles são transferíveis não apenas da filosofia para as áreas não filosóficas, mas de um campo não filosófico para outro. Por esse motivo, as pessoas treinadas em filosofia não estão preparadas apenas para realizar muitos tipos de tarefas; eles estão particularmente bem preparados para lidar com as mudanças em seu campo de carreira escolhido, ou mesmo mudar para novas carreiras.
 
Como tudo isso sugere, existem pessoas treinadas em filosofia em praticamente todos os campos. Eles entraram não apenas em profissões como ensino (em todos os níveis), medicina, direito, ciência da computação, administração, publicação, vendas, justiça criminal, relações públicas e muitos outros campos. Alguns filósofos com formação profissional também fazem parte de equipes legislativas; seu trabalho levou um congressista a dizer:
 
"Parece-me que os filósofos adquiriram habilidades que são muito valiosas para um membro do Congresso. A capacidade de analisar um problema com cuidado e considerá-lo sob muitos pontos de vista é uma delas. Outra é a capacidade de comunicar ideias claramente de uma forma lógica convincente. Um terceiro é a capacidade de lidar com os diferentes tipos de problemas que ocupam a agenda do Congresso a qualquer momento". (Lee H. Hamilton, 9º Distrito, Indiana, 25 de março de 1982.)
 
Ao enfatizar os benefícios de longo prazo do treinamento em filosofia, seja por meio de cursos principais, secundários ou de amostra no campo, há pelo menos mais dois pontos a serem observados. O primeiro diz respeito ao valor da filosofia para a formação profissional. O segundo se aplica a toda a vida.
 
Primeiro, a filosofia pode gerar benefícios imediatos para os estudantes que planejam o trabalho de pós-graduação. Os estudantes de filosofia superam regularmente os alunos de outras disciplinas nos exames de ingresso na escola de pós-graduação, como o LSAT e o GRE. Como o corpo docente, médico, comercial e outros profissionais das faculdades e admissões de escolas costumam dizer, a filosofia é uma excelente preparação para o treinamento e as carreiras posteriores dos profissionais em questão. Ao se preparar para entrar em campos com requisitos especiais para estudos de pós-graduação, como ciência da computação, administração, medicina ou administração pública, a escolha da filosofia como segunda maior (ou menor) ao lado do grau especializado pode ser muito útil.
 
O segundo ponto aqui é que o valor de longo prazo do estudo filosófico vai muito além de sua contribuição para a subsistência. A filosofia amplia o leque de coisas que podemos entender e apreciar. Pode dar autoconhecimento, previsão e um senso de direção na vida. Pode proporcionar prazeres especiais de insight para leitura e conversação. Pode levar à autodescoberta, à expansão da consciência e à auto-renovação. Por tudo isso e por sua contribuição para os poderes expressivos de uma pessoa, alimenta a individualidade e a autoestima. Seu valor para a vida privada pode ser incalculável; seus benefícios para a vida pública como cidadão podem ser incomensuráveis.
 
O Currículo de Filosofia
 
Como é um curso de filosofia. Os cursos de filosofia diferem muito de um para outro, dependendo do instrutor, dos tópicos e de outros fatores. Mas algumas generalizações são possíveis. Normalmente, os professores de filosofia incentivam os alunos a serem críticos, a desenvolver suas próprias ideias e a apreciar as diferenças entre coisas que parecem iguais e as similaridades entre coisas que parecem totalmente diferentes. Geralmente, então, os instrutores de filosofia enfatizam não apenas o que é dito nas leituras, mas também porque é dito; se as razões apresentadas para crer são boas ou não; e o que os próprios alunos pensam sobre o assunto. Pode-se, assim, perguntar-se não apenas o que Kant disse sobre a pena de morte e o porquê, mas também se o caso foi sólido. Também se pode encorajar a formular e fundamentar sua própria visão sobre o problema. Os alunos podem comparar e contrastar dois filósofos, observando onde os dois concordam ou discordam e talvez indicando e justificando uma preferência por uma das visões. Alguém poderia ser convidado a estudar não-filósofos - digamos, teóricos do direito - para trazer à tona e avaliar suas suposições filosóficas; e alguém pode ser solicitado a ver vários filósofos em perspectiva histórica. Caracteristicamente, há muito espaço para criatividade e escolha de abordagem. E a filosofia nutre essa criatividade e liberdade dentro de padrões amplos, porém definidos, de clareza, raciocínio e avaliação. e alguém pode ser solicitado a ver vários filósofos em perspectiva histórica. Caracteristicamente, há muito espaço para criatividade e escolha de abordagem. E a filosofia nutre essa criatividade e liberdade dentro de padrões amplos, porém definidos, de clareza, raciocínio e avaliação. e alguém pode ser solicitado a ver vários filósofos em perspectiva histórica. Caracteristicamente, há muito espaço para criatividade e escolha de abordagem. E a filosofia nutre essa criatividade e liberdade dentro de padrões amplos, porém definidos, de clareza, raciocínio e avaliação.
 
Cursos Introdutórios
 
Pode-se começar na filosofia com uma introdução geral ou com uma introdução a um subcampo, como ética, lógica, filosofia da religião ou filosofia da arte. Para os alunos cujo objetivo principal é conhecer o campo em vez de, digamos, avançar seu pensamento em questões éticas, uma introdução geral é geralmente o melhor ponto de partida. Essas introduções costumam ser construídas em torno de importantes problemas filosóficos. Uma introdução típica de um semestre pode abranger leituras em várias áreas principais, como a teoria do conhecimento, com ênfase na natureza e nas fontes de conhecimento; o problema mente-corpo, com foco na natureza de nossa vida mental em relação ao cérebro; a natureza da obrigação moral, enfatizando formas alternativas de determinar o que se deve fazer; e a filosofia da religião, com ênfase em como a crença em Deus pode ser entendida e justificada. Introduções gerais à filosofia também podem ser construídas em torno dos principais textos, através dos quais todos os problemas mencionados e muitos outros podem ser discutidos.
 
Cursos intermediários e avançados de filosofia
 
Nesses níveis, os cursos de filosofia diferem consideravelmente em escopo, método e pré-requisitos. Obviamente, são necessários cursos intermediários e avançados para que os alunos obtenham todos os benefícios, descritos acima, da educação filosófica, mas o que constitui uma boa seleção nesses níveis varia muito de uma pessoa para outra. Não se deve pensar, no entanto, que os cursos avançados de filosofia geralmente sejam projetados apenas para alunos de graduação ou que apenas os interessem. Por exemplo, a filosofia avançada dos cursos de ciências costuma interessar os principais cursos de ciências (e pode ter, para eles, poucos ou nenhum pré-requisito); e cursos avançados de filosofia da arte (estética) podem ser projetados parcialmente para estudantes de arte, música e outros campos relacionados. Pontos semelhantes são válidos para a filosofia da religião, filosofia do direito, ética médica e muitas outras.
 
Amostras Majors
 
Um curso normal de estudo para um curso de filosofia incluiria algum trabalho em uma ampla gama de subcampos. Em muitas instituições, um estudante pode atender a esse requisito fazendo, digamos, dois cursos introdutórios no primeiro ano; no segundo ano, história da antiguidade e história da filosofia moderna, juntamente com pelo menos um curso em um subcampo, como ética ou filosofia da religião; e, nos últimos dois anos, cursos intermediários e avançados que cobrem as demais áreas, com profundidade extra onde os interesses são mais fortes. Muitas instituições exigem um curso de lógica, e é uma boa ideia fazer o curso no início do curso. Áreas amplas como metafísica, epistemologia e ética não precisam ser abordadas em cursos com esses nomes. Eles podem ser tratados em estudos de grandes filósofos, em seminários sobre problemas especiais, ou em subcampos relacionados, como filosofia da mente, filosofia da linguagem e filosofia social ou política. Para os estudantes que pretendem realizar estudos de pós-graduação, muitas variantes do padrão sugerido podem ser desejáveis. Os que continuam na filosofia devem procurar uma boa combinação de profundidade e amplitude, que pode ser alcançada de várias maneiras.
 
Para outros, particularmente, mas não exclusivamente, aqueles que planejam estudos de pós-graduação, aqui estão alguns exemplos de cursos valiosos além das introduções gerais:
 
 Jornalismo e Comunicação.  Os cursos introdutórios a intermediários de lógica e ética são altamente relevantes. A filosofia da linguagem deve aprimorar o entendimento da comunicação, e a filosofia da ciência deve lançar luz sobre alguns dos assuntos técnicos com os quais muitas pessoas no jornalismo e na comunicação devem lidar. Além disso, a filosofia política e social pode aprofundar a compreensão da sociedade e das instituições sociais. Outros cursos, como estética, filosofia do direito e filosofia da religião, são altamente desejáveis para aqueles com interesses especiais relacionados.
 
 PRE lei.  Cursos intermediários a avançados em lógica e na área geral de ética, por exemplo, filosofia política ou social, filosofia do direito, ética médica e ética nos negócios, são muito úteis. A epistemologia, que examina os padrões de evidência, a filosofia da mente, que tem responsabilidade moral e legal, e a filosofia da linguagem, também podem ser de benefício especial. A filosofia da ciência é particularmente valiosa para aqueles que pretendem praticar nos setores tecnológico ou científico.
 
 Pré-Medicina e Outras Profissões da Saúde.  Trabalho extra na área geral de ética deve ser útil. A filosofia da mente, com ênfase na compreensão da pessoa humana, é valiosa. A filosofia da ciência pode proporcionar uma melhor compreensão - e até uma maior capacidade para - da integração da pesquisa médica com a prática médica. A filosofia da religião pode levar a uma melhor compreensão de muitos pacientes e de muitos outros com quem os médicos trabalham em estreita colaboração. A estética e a história da filosofia podem aprimorar o terreno comum que os profissionais podem encontrar com pacientes ou colegas de outras culturas ou que possuem orientações ou pontos de vista incomuns. A filosofia da medicina e a ética médica são obviamente de relevância direta.
 
 Pré-Negócios.  Os cursos na área geral de filosofia política ou social são uma base valiosa para executivos e gerentes, particularmente no entendimento de instituições sociais como corporações, sindicatos e partidos políticos. As aulas de lógica e teoria da decisão podem contribuir muito para a capacidade de analisar dados e selecionar planos de ação. Tanto a ética (particularmente a ética nos negócios) quanto a filosofia da mente podem beneficiar os empresários na condução de muitas de suas atividades diárias.
 
 Pré-Seminário.  A filosofia da religião tem a relevância mais óbvia para os alunos do pré-seminário, mas eles também devem encontrar vários outros cursos, incluindo ética, filosofia da mente e história da filosofia, de valor especial. Historicamente, a filosofia influenciou a religião, assim como a religião influenciou a filosofia. A filosofia da arte, a filosofia da literatura e a filosofia da história também podem desempenhar um papel único na criação da amplitude de perspectiva necessária ao clero.
 
Menor em Filosofia. Um menor em filosofia pode complementar qualquer grande e, para a maioria dos cursos, é um excelente companheiro. Para os estudantes de ciências, existem, por exemplo, cursos de filosofia da ciência, epistemologia e lógica; para aqueles na literatura, há filosofia da literatura, filosofia da linguagem e história da filosofia; para os estudantes de artes, não há apenas a filosofia da arte, mas também vários cursos, usando métodos aplicáveis à interpretação e avaliação de criações artísticas. Para os estudantes que planejam fazer diplomas avançados, um menor em filosofia pode ser facilmente projetado para complementar qualquer um dos requisitos padrão para o início da pós-graduação. Para aqueles que ingressam em um campo de ensino, a partir do ensino fundamental, os estudos filosóficos são valiosos tanto pela perspectiva que podem dar sobre as várias disciplinas acadêmicas.
 
CONCLUSÃO
 
Filosofia é o estudo sistemático de ideias e questões, uma busca fundamentada de verdades fundamentais, uma busca por uma compreensão abrangente do mundo, um estudo dos princípios de conduta e muito mais. Todo domínio da experiência humana levanta questões às quais suas técnicas e teorias se aplicam, e seus métodos podem ser usados no estudo de qualquer assunto ou na busca de qualquer vocação. De fato, a filosofia é, em certo sentido, inevitável: a vida confronta toda pessoa pensativa com algumas questões filosóficas, e quase todo mundo é guiado por suposições filosóficas, mesmo que inconscientemente. Não é preciso estar despreparado. Em grande parte, pode-se escolher como será reflexivo ao esclarecer e desenvolver as suposições filosóficas, e quão bem preparado estará para as questões filosóficas que a vida apresenta. O treinamento filosófico aprimora nossas capacidades de resolução de problemas, nossa capacidade de entender e expressar ideias e nossos poderes de persuasão. Também desenvolve a compreensão e o gozo de coisas cuja ausência empobrece muitas vidas: coisas como experiência estética, comunicação com muitos tipos diferentes de pessoas, animada discussão das questões atuais, observação perspicaz do comportamento humano e entusiasmo intelectual. Nessas e outras maneiras, o estudo da filosofia contribui imensamente para atividades acadêmicas e outras. a observação perspicaz do comportamento humano e entusiasmo intelectual.
 
As capacidades de resolução de problemas, analíticas, de julgamento e de síntese desenvolvidas pela filosofia são irrestritas em seu escopo e ilimitadas em sua utilidade. Isso torna a filosofia uma boa preparação para posições de liderança, responsabilidade ou gerenciamento. Um grande ou menor em filosofia pode ser facilmente integrado aos requisitos para praticamente qualquer trabalho básico; mas o treinamento filosófico, particularmente no desenvolvimento de muitas habilidades transferíveis, é especialmente significativo por seus benefícios a longo prazo no avanço da carreira.
 
A sabedoria, a liderança e a capacidade de resolver conflitos humanos não podem ser garantidas por nenhum curso de estudo; mas a filosofia tradicionalmente perseguia esses ideais sistematicamente, e seus métodos, sua literatura e suas ideias são de uso constante na busca de realizá-los. Raciocínio sólido, pensamento crítico, prosa bem construída, maturidade de julgamento, um forte senso de relevância e uma consciência iluminada nunca são obsoletos, nem estão sujeitos às demandas flutuantes do mercado. O estudo da filosofia permite que os alunos desenvolvam totalmente essas qualidades.
 
Elaborado pelo professor Emanuel e pelos Alunos Alana, Eduarda e Roberto no período da quarentena contra o Covid-19.
Belo Jardim e Recife – 04 de Abril de 2020.
 
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