Graciele Castro Silva,

Renata Rodrigues de Arruda

Valquíria Mendes Marques

  Esse texto reflete sobre algumas concepções pedagógicas adotadas pelos professores nas escolas da educação infantil. Nessa perspectiva, acreditamos que as concepções, busca favorecer a formação de pessoas interessadas em contribuir na transformação da sociedade. Diante desta, pode-se afirmar que elas contribuíram para compreender à função social da escola e da formação do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.

        É importante ressaltar que cada escola constrói o seu currículo, a partir das orientações do governo federal, as discussões sobre as questões curriculares não podem se limitar às concepções de sobre ensino e aprendizagem, mas sim organizar espaços destinados ao trabalho com o conhecimento.

Precisamos refletir sobre as propostas curriculares, para que possibilite, projeto de com reflexão crítica da instituição sobre o processo de aprendizagem, para isso é importante refletir sobre os modelos teóricos de currículo em sua abordagem , para entender a pratica.

O enfoque Cognitivista, tem como proposito de trabalhar os conteúdos através de desafios e situações-problemas, enfoque privilegiado da Escola Nova, mas que possibilitou uma valorização extrema em relação as teorias de aprendizagem, possibilitando esvaziamento em relação aos conteúdos. VAGULA, EDILAINE,2013, p.21.

       De acordo com o autor Schmidt (2003), a pedagogia da Escola Nova se coloca de forma de reagir ao currículo clássico da Pedagogia tradicional, valorizando o processo pedagógico, o esforço e interesse do aluno, a qualidade em detrimento da quantidade.

No enfoque da autorrealização, valoriza-se a autodescoberta do aluno, voltando-se para o desenvolvimento da sua personalidade, tem como ênfase, o relacionamento e estabelecimento de um clima harmoniosos de interação. Já o enfoque tecnicista, surge de forma intensa nas escolas técnicas profissionalizantes.

Posteriormente, com as teorias críticas, a educação passa a ser concebida como reprodutora da classe dominante, onde dificultavam o acesso e a permanência dos alunos menos favorecidas. Nessa perspectiva, a escola deveria buscar um modelo baseado em práticas democráticas em que o trabalho possibilitasse a discussão de práticas sociais, econômicas e políticas de forma contextualizada.

Não é com belos discursos, em datas festivas da nação, nem como leituras de textos históricos sobre grandes heróis que se ensina o valor da democracia. Porque se a pratica for antidemocrática, os programas, os currículos, as notas, as punições forem manipuladas de forma inadequada ou opressora, o discurso será inócuo. RODRIGUES, 1987

p.81

A análise das diferentes concepções pedagógicas em seus respectivos contextos históricos se baseou na compreensão crítica de que homens/mulheres são seres históricos, datados e situados que constroem suas relações com a sociedade e de que as concepções pedagógicas inerentes ao trabalho de educadores/as, em grande parte, são condicionadas (e não determinadas) por esse contexto.

      Cabe ressaltar que essas concepções pedagógicas servem para entender o que ocorre hoje na educação. O que temos hoje é um desencontro de concepções pedagógicas que circulam na educação.

     Nesse sentido, é importante compreender as diferentes concepções de aprendizagem que fundamentam o processo de ensino e como interferem no currículo, refletindo sobre quais suas consequências no processo de formação da subjetividade.

      Saviani (2002, p.35) indaga: “Que sentido terá a educação se ela não estiver voltada para promoção do homem?”. Trata-se da educação com objetivos para além da formação de indivíduos aptos ao trabalho, que leve em consideração o conhecimento científico historicamente elaborado e a práxis social que o aluno vivencia. Práxis enquanto unificação de uma teoria que resulta da reflexão sobre uma prática que tem caráter reflexivo.

         Esta Unidade entre a Teoria e a Prática constitui-se em um eixo fundante de uma prática educativa´, que se caracteriza pelas relações de tensão entre o processo de ensino (desenvolvido pelo professor) e o processo de aprendizagem (desenvolvido pelo aluno), os quais preservam suas identidades e potencializam aos alunos a elaboração de sínteses cognitivas relativas ao conteúdo de ensino desenvolvido.

      Utilizar esta abordagem em sala de aula demanda articular continuamente os conceitos científicos a serem aprendidos pelo aluno à realidade em que esse aluno se insere, a partir dos seus conhecimentos prévios, em um processo intencionalmente planejado, levando em consideração o currículo. É o fazer do homem que implica em um constante fazer-se, sendo que a ação só é possível à medida que o homem se faz, pois à medida que o homem age na natureza, na sociedade, essa ação acaba também por transformá-lo.

        Enfim, todo o contexto escolar tem papel fundamental nos processos de aprendizagem e transformação da sociedade, os quais estão continuamente interligados. Esses papéis ocorrem simultaneamente e, para realizá-los, o professor utiliza-se do currículo escolar a favor de uma concepção de que a escola deve socializar e democratizar o acesso ao conhecimento e promover a construção moral e ética dos alunos, constituindo-se de que a escola e professor juntos atuam em vários campos possíveis da formação integral das crianças e adolescentes; para que esses futuros cidadãos, possam aprender desde o princípio da vida social qual é o seu lugar no mundo, quais são seus direitos e deveres dos quais dispõem ( e como lutar por eles) e a importância de formar opiniões críticas e engajadas sobre os problemas da sociedade, do país e do mundo. Resumo baseado no livro Organização do trabalho pedagógico na educação infantil: reflexão e pesquisa.

 

VAGULA, EDILAINE: Organização do trabalho pedagógico na educação infantil: reflexão e pesquisa/ Edilaine Vagula, Marlizete Cristina Bonafini Steinle. 1ºed. SP:Pearson Education do Brasil,2013.

RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola à escola necessária. SP,1987

SCHIMIDT, Elizabeth Silveira. Currículo: uma abordagem conceitual e histórica. UEPG. Ciências Humanas, letras, artes, Ponta Grossa, v.11, n.1, p.59-69-2003