CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

Ouvir

Ler foneticamente

 

 

Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

REFERÊNCIAS

CAPRA, F. A teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1998.

RUDDIMAN, W.F. Quando os humanos começaram a alterar o clima?

Scientific American Brasil, n. 35, 2005.

MARIOTTI, Hunberto. As paixões do ego: Complexidade, política e solidariedade. São Paulo. Palas Atenas, 2000.

NOGUEIRA, R.A; MAYER, M; MENEZES, M.C.F; CARNEIRO LEAO, A. M. Desenvolvendo competências para implementação de projetos transdisciplinares  no ensino médio. Anais do I Encontro Brasileiro de Estudos da Complexidade (I EBEC), Curitiba, PR. 2004.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad Dulce Matos. São Paulo: Stória Editores, 2003.

Coimbra, José de Avila Aguiar. O Outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.

DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Nacional, 1969.

WHITEHEAD. Alfred North. O Conceito de Natureza. [trad. Júlio B. Fischer]. São paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretária de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.

LOPES, A. R. C. Organização do conhecimento escolar: analisando a disciplinaridade e a integração. In: CANDAU, V. M (org). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender (X ENDIPE). RJ, DP&A, 2000.

MEADOWS, D.H. Conceitos para se fazer educação ambiental. São Paulo:

UNESP/UNESCO, 2ª ed. 1989.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

RICHLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ª ed. 1993.

FREIRE, P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (Educação e Comunicação; 1987).

 

 

CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

Ouvir

Ler foneticamente

 

 

Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

 A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

REFERÊNCIAS

CAPRA, F. A teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1998.

RUDDIMAN, W.F. Quando os humanos começaram a alterar o clima?

Scientific American Brasil, n. 35, 2005.

MARIOTTI, Hunberto. As paixões do ego: Complexidade, política e solidariedade. São Paulo. Palas Atenas, 2000.

NOGUEIRA, R.A; MAYER, M; MENEZES, M.C.F; CARNEIRO LEAO, A. M. Desenvolvendo competências para implementação de projetos transdisciplinares  no ensino médio. Anais do I Encontro Brasileiro de Estudos da Complexidade (I EBEC), Curitiba, PR. 2004.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad Dulce Matos. São Paulo: Stória Editores, 2003.

Coimbra, José de Avila Aguiar. O Outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.

DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Nacional, 1969.

WHITEHEAD. Alfred North. O Conceito de Natureza. [trad. Júlio B. Fischer]. São paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretária de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.

LOPES, A. R. C. Organização do conhecimento escolar: analisando a disciplinaridade e a integração. In: CANDAU, V. M (org). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender (X ENDIPE). RJ, DP&A, 2000.

MEADOWS, D.H. Conceitos para se fazer educação ambiental. São Paulo:

UNESP/UNESCO, 2ª ed. 1989.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

RICHLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ª ed. 1993.

FREIRE, P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (Educação e Comunicação; 1987).

 

 

CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

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Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

 A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

REFERÊNCIAS

CAPRA, F. A teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1998.

RUDDIMAN, W.F. Quando os humanos começaram a alterar o clima?

Scientific American Brasil, n. 35, 2005.

MARIOTTI, Hunberto. As paixões do ego: Complexidade, política e solidariedade. São Paulo. Palas Atenas, 2000.

NOGUEIRA, R.A; MAYER, M; MENEZES, M.C.F; CARNEIRO LEAO, A. M. Desenvolvendo competências para implementação de projetos transdisciplinares  no ensino médio. Anais do I Encontro Brasileiro de Estudos da Complexidade (I EBEC), Curitiba, PR. 2004.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad Dulce Matos. São Paulo: Stória Editores, 2003.

Coimbra, José de Avila Aguiar. O Outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.

DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Nacional, 1969.

WHITEHEAD. Alfred North. O Conceito de Natureza. [trad. Júlio B. Fischer]. São paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretária de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.

LOPES, A. R. C. Organização do conhecimento escolar: analisando a disciplinaridade e a integração. In: CANDAU, V. M (org). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender (X ENDIPE). RJ, DP&A, 2000.

MEADOWS, D.H. Conceitos para se fazer educação ambiental. São Paulo:

UNESP/UNESCO, 2ª ed. 1989.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

RICHLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ª ed. 1993.

FREIRE, P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (Educação e Comunicação; 1987).

 

 

CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

Ouvir

Ler foneticamente

 

 

Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

 A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

REFERÊNCIAS

CAPRA, F. A teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1998.

RUDDIMAN, W.F. Quando os humanos começaram a alterar o clima?

Scientific American Brasil, n. 35, 2005.

MARIOTTI, Hunberto. As paixões do ego: Complexidade, política e solidariedade. São Paulo. Palas Atenas, 2000.

NOGUEIRA, R.A; MAYER, M; MENEZES, M.C.F; CARNEIRO LEAO, A. M. Desenvolvendo competências para implementação de projetos transdisciplinares  no ensino médio. Anais do I Encontro Brasileiro de Estudos da Complexidade (I EBEC), Curitiba, PR. 2004.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad Dulce Matos. São Paulo: Stória Editores, 2003.

Coimbra, José de Avila Aguiar. O Outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.

DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Nacional, 1969.

WHITEHEAD. Alfred North. O Conceito de Natureza. [trad. Júlio B. Fischer]. São paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretária de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.

LOPES, A. R. C. Organização do conhecimento escolar: analisando a disciplinaridade e a integração. In: CANDAU, V. M (org). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender (X ENDIPE). RJ, DP&A, 2000.

MEADOWS, D.H. Conceitos para se fazer educação ambiental. São Paulo:

UNESP/UNESCO, 2ª ed. 1989.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

RICHLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ª ed. 1993.

FREIRE, P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (Educação e Comunicação; 1987).

 

 

CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

Ouvir

Ler foneticamente

 

 

Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

 A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

REFERÊNCIAS

CAPRA, F. A teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1998.

RUDDIMAN, W.F. Quando os humanos começaram a alterar o clima?

Scientific American Brasil, n. 35, 2005.

MARIOTTI, Hunberto. As paixões do ego: Complexidade, política e solidariedade. São Paulo. Palas Atenas, 2000.

NOGUEIRA, R.A; MAYER, M; MENEZES, M.C.F; CARNEIRO LEAO, A. M. Desenvolvendo competências para implementação de projetos transdisciplinares  no ensino médio. Anais do I Encontro Brasileiro de Estudos da Complexidade (I EBEC), Curitiba, PR. 2004.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad Dulce Matos. São Paulo: Stória Editores, 2003.

Coimbra, José de Avila Aguiar. O Outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.

DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Nacional, 1969.

WHITEHEAD. Alfred North. O Conceito de Natureza. [trad. Júlio B. Fischer]. São paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretária de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.

LOPES, A. R. C. Organização do conhecimento escolar: analisando a disciplinaridade e a integração. In: CANDAU, V. M (org). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender (X ENDIPE). RJ, DP&A, 2000.

MEADOWS, D.H. Conceitos para se fazer educação ambiental. São Paulo:

UNESP/UNESCO, 2ª ed. 1989.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

RICHLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ª ed. 1993.

FREIRE, P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (Educação e Comunicação; 1987).

 

 

CONCEITOS DE ECOLOGIA: OBSERVAÇÕES DE ALUNOS DA ZONA RURAL EM UMA ESCOLA URBANA

 

Karina Minson Gomes (1), Janáine Vieira da Silva Donini(2)

 

Discente do Curso de especialização em Educação no Campo –IFMT Campus São Vicente(1);

Docente, IFMT Campus São Vicente(2)

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e investigar os alunos que moram na zona rural e estudam na zona urbana sobre compreensão, correlações e aplicações dos conceitos á respeito da ecologia, se compreendem as relações complexas que constitui a cadeia alimentar e a teia alimentar. Trabalhar ecologia nas escolas é muito importante, para a formação de sujeitos críticos aptos a desenvolverem uma visão apurada sobre os problemas ambientais que existem. Nessa pesquisa pode se enfocar a importância do conhecimento cientifico para a transformação da sociedade. Os problemas ambientais vêm sendo popularizado graças aos meios de comunicação atuais, e é necessário orientar e estimular os alunos quanto ao conhecimento como atividade transformadora.

Palavras-chave: ecologia, formação, problemas ambientais, atividade transformadora.

 

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze and investigate the students who live in rural areas and study in the urban area in understanding, correlation and applications of concepts about the ecology, really understand the complex relationships that constitute the food chain and food web. Working ecology in schools is very important for the formation of critical subjects are able to develop an accurate view of environmental problems that exist. In this research can focus on the importance of scientific knowledge to the transformation of society. Environmental problems have been popularized by the media today, and you must guide and encourage students to knowledge and transforming activity.

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Key-words: ecology, education, environmental issues, transforming activity.

 

 

INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância que todo cidadão do planeta, em especial os professores, tenham ética e responsabilidade frente aos problemas ecológicos (MARIOTTI, 2000) implementando ações que contribuam para o desenvolvimento, com ideais e projetos ambientais que constitua uma população cientificamente preparada em relação à percepção do meio em que vive.

A educação é responsável em despertar o interesse de um individuo para resolver os problemas da sociedade em que vive (MORIN, 2003). Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. Nesse contexto, necessita-se de uma profunda reflexão e um desejo ardente de mudança de toda a sociedade, nos padrões de produção e consumo, sendo necessário rever a forma como são gerenciados os recursos naturais, no sentido de mudar hábitos e costumes.

Sabe-se da importância que a disciplina de Ciências imprime em toda a sociedade, pois seu ensino é prioritário para que se tenha instrumentação para compreensão dos avanços tecnológicos e científicos, dessa forma o investimento no ensino de ciências é indiscutível, pois assim haverá desenvolvimento econômico e social no país (NOGUEIRA, 2004), considerando-se a iniciação dos alunos nesse meio tecnológico e científico.

Todos os alunos devem estar preparados para conhecer os aspectos da ciência e do meio ambiente que os cerca, que interferem nas relações humanas e ambientais e todos os métodos utilizados para o avanço científico. Os alunos precisam ser indivíduos incluídos no processo de ensino/aprendizagem, pois, de acordo com Freire (1987), ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A ciência é uma disciplina que deve ser praticada só assim ela poderá existir.

            Observando a realidade escolar do município de São Pedro da Cipa, sobre os conceitos de Ecologia, vimos a oportunidade de realizar um trabalho em forma de projeto de intervenção didática, cujo objetivo foi de sensibilizar e mobilizar os alunos em relação à necessidade da preservação do meio ambiente, através de conceitos básicos de ecologia.

 

 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 O ensino adequado de ciências estimula o raciocínio lógico e a curiosidade, ajuda a formar cidadãos mais aptos a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e fortalece a democracia, dando à população em geral melhores condições para participar dos debates cada vez mais sofisticados sobre temas científicos que afetam nosso quotidiano (HAMBURGER et al, 2007), refletindo diretamente no desenvolvimento cientifico e tecnológico de vários países.

É necessário expandir o conhecimento cientifico nas escolas para a formação de sujeitos críticos e prontos para alcançar os mais altos desafios oferecidos pela ciência, e para a formação de cidadãos aptos para selecionar, compreender e absorver as tecnologias desenvolvidas pela Ciência em diversas áreas de atividade humana como meio ambiente, saúde, combustíveis, alimentos, cosméticos, eletrônica, telecomunicações, agricultura, dentre muitas outras. Entender a disciplina de ciências é uma atitude desafiadora, ampliar os conhecimentos sobre o ambiente é um desafio, mas esse conhecimento vai muito além do que simplesmente ler e ouvir o professor, é preciso analisar, associar as informações e compartilhar.

A educação é fundamental para qualquer individuo seja ele do campo ou da cidade, mas, abordando especialmente as pessoas que vivem no campo, observa-se que elas dominam certos saberes particulares, específicos, como a época certa para o plantio da lavoura, o tempo da piracema nos rios, as marés altas e baixas, levam consigo os saberes herdados de seus antepassados e de sua própria vivencia, propiciando um ambiente em que cabe ao professor enfatizar, desenvolver e incorporar esses conhecimentos aos currículos escolares, o que leva a aproximação do professor junto aos alunos e suas problemáticas. Pois para a maior parte da população que está no campo à escola geralmente é pouco valorizada, uma vez que seus conhecimentos são passados pai para filho, não aprendidos na escola. A educação da escola do campo não deve ser voltada para os alunos do campo e sim com os alunos do campo (REINTEIRA, 2004).

A maior parte dos alunos apesar de viver na zona rural cercado da natureza e cadeias alimentares não associa esse conhecimento, por exemplo, a Ecologia estudada na escola. O conceito de Ecologia que usaremos é o mesmo usado pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, ele usou a palavra ecologia pela primeira vez em 1870 para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com os demais componentes do ambiente e a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo num sentido amplo, todas as condições de sua existência. Preservar, conservar o meio ambiente não é mais apenas uma preocupação de cientistas e ONGs, passou a ser uma problemática do dia-dia da sociedade em geral. O homem sem sombra de duvidas é um agente modificador da natureza, mas também se observa que o individuo não tem pretensão de somente fazer uso do ambiente como meio de recursos naturais e deposito de resíduos, vem sendo buscado também com muito afinco melhoria de qualidade de vida e do meio ambiente.

Os conceitos ecológicos devem ser plenamente assimilados como uma real necessidade na formação básica dos alunos, eles devem ser verdadeiramente formados para enfrentar grandes e complexos desafios ambientais do presente e do futuro. O estudo da ecologia promove a facilitação de integração à vida diária, e ajudam a adquirir o conhecimento junto a possibilidade de construir através de suas futuras profissões um mundo melhor para si e para os seus semelhantes. O ensino da ecologia básica dá ao professor a possibilidade de explorar fatos reais de fácil acesso por parte dos alunos, pois estes são encontrados facilmente no ambiente que os cerca, muitos dos fatos dados como exemplo na sala de aula podem ser um real acontecimento vivenciado, experimentado pelo aluno. Na pratica estamos preservando o nosso cotidiano e o nosso futuro, quanto mais pessoas forem bem informadas e sensibilizadas sobre as decisões que afetam a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente, maior será a chance de se obter qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. O ambiente possui sua própria sobrevivência, sua própria dinâmica, exigências e regras e cada individuo assim como a toda sociedade em geral deve interagir com ele, para tanto é preciso entender o ambiente como sendo do ser humano, não apenas para satisfazer seus interesses e necessidades.

O estudo do meio ambiente e de suas relações com todos os seres vivos é desafiante, pois são vários os fatores a serem estudados e entendidos, mas ao mesmo tempo é fundamental para o entendimento da vida na Terra. Pode-se também abordar a vida em níveis mais complexos de organização cada organismo vive imerso em um meio que pode ser ar, solo e água ou ate mesmo o interior do corpo de outro ser vivo. Os ecossistemas são conjuntos dinâmicos, pois seus diversos componentes interagem permanentemente entre si. Todos os seres vivos precisam se adaptar as condições favoráveis termodinâmicas da natureza e necessitam obter matéria e a energia para sua sobrevivência. A matéria e a energia obtidas pelos seres vivos são através alimentos orgânicos, numa seqüência em que um ser vivo serve de alimento para outro essa seqüência é chamada de cadeia alimentar.   

 Os diferentes seres vivos que constitui um ecossistema cumprem papeis definidos dentro de a cadeia alimentar, e nesse sistema denominado cadeia alimentar existem elementos básicos como, os produtores, os consumidores e os decompositores; onde conceitua-se que os  produtores são seres que produzem seu próprio alimento que será usado na própria cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar; os consumidores são os organismos que precisam se alimentar de outros organismos para obter a energia, pois eles são incapazes de produzir seu próprio alimento. Todos os demais restos como plantas e animais mortos são totalmente decompostos pelos decompositores que os quebram em nutrientes básicos, para serem mais uma vez assimilados pelas plantas e reiniciar o ciclo da matéria (CAPRA, 2006), os decompositores ocupam o último nível de transferências de energia entre organismos de um ecossistema, os decompositores são organismos heterótrofos que degradam matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizados pelos produtores, formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis. Se um ser vivo se encontrar em extinção ou mesmo desaparecido todos os outros seres vivos serão prejudicados e o equilíbrio do meio ambiente é rompido.

No decorrer da cadeia alimentar ocorre, transferência de matéria e de energia entre os seres vivos. Todos os ecossistemas de formas idênticas aos seres vivos individuais mantêm um equilíbrio dinâmico nos diferentes níveis de organização. O fluxo de matéria e energia na Biosfera são os dois processos importantes de um ecossistema. Todas as plantas verdes apresentam um papel fundamental no fluxo de matéria e energia através de todos os ciclos ecológicos.

As plantas são capazes de realizar a fotossíntese. Esse processo ocorre dessa forma, as plantas conseguem capitar a energia da luz solar por meio da pigmentação verde, chamada de clorofila e transforma essa energia luminosa em energia química, que fica armazenada nas molécula orgânicas formada a partir da fotossíntese, e que tem diferentes destinos na planta, sendo que parte é armazenada como substancia de reserva, parte modificada em outras substancias orgânicas que também vão compor o corpo das plantas e outra parte é usada como fonte de energia. A energia está presente, principalmente, não nos átomos que formam essas moléculas, mas sim nas ligações que unem esses átomos em moléculas, sendo essa energia liberada pelas plantas quanto as moléculas são quebradas para serem usadas nos diversos processos fisiológicos que a planta executa, como respiração, excreção, produção de hormônios, reserva de alimentos; dentro outros que são processados por meio de reações químicas e bioquímicas na planta em que ligações químicas são rompidas e refeitas, onde observa-se liberação e absorção de energia necessária à realização dessas reações.

As plantas não precisam receber luz permanentemente, mas também não podem viver em lugares onde a luz não chega. A matéria orgânica sintetizada na fotossíntese é como regra, suficiente para fornecer energia para as plantas realizarem suas funções durante todo o dia e durante a noite. Com a realização da fotossíntese, formam-se água e gás carbônico, substâncias que são produzidos por respiração aeróbica, nesse tipo de respiração os seres vivos utilizam oxigênio e glicose, substâncias que são produzidas por fotossíntese.

Vários ecossistemas juntos são denominados de teia alimentar, assim diversas teias se juntam fazendo com que as relações ecológicas sejam muitas e o alimento disponível pode ser usado por diversos indivíduos e assim compor um ecossistema. Ao mesmo tempo em que as plantas servem de alimento para outros animais, que por sua vez servem de alimentos para outros além destes, todos os nutrientes das plantas chegam à teia alimentar, nesse momento a teia alimentar é dissipada como calor por meio da respiração e como resíduos por meio da excreção.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal “Gessy Antonio da Silva”, município de São Pedro da Cipa, região Sul do Estado de Mato Grosso, limitando-se com os município de  Dom Aquino, Juscimeira, Poxoréo  e Jaciara. Com uma população, segundo o IBGE (2004),  de 3.596 habitantes, São Pedro da Cipa é um município predominantemente rural sendo os principais produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão.

 

Estrutura Física 

 A escola foi construída no ano de 1991, na administração do Prefeito Jaciara, Arnildo Helmuth Sulzbacher, cidade sede do Distrito de São Pedro da Cipa.  A área constituída é de 5.400 m2 . É muros dando certa segurança e tranqüilidade para a comunidade escolar e também garantindo a preservação do patrimônio. Possui pátio interno, com calçamento, a construção é em alvenaria, com janelas que promovem maior segurança, ventilação e conforto ambiental. A cobertura é  de telha romana,com salas e demais dependências forradas, com piso de cerâmica.

Possui na sua estrutura física, 12 (doze) salas de aula, 04 (quatro) saguões,  salas de secretaria, direção, sala de professores, biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório, depósito, banheiros para alunos e funcionários, laboratório de informática com 10 (dez) computadores, quadra de esporte, sem cobertura, e pátio arborizado com alguns bancos de madeira.

 

Estrutura pedágógica

Funciona no regime seriado nos períodos: matutino, vespertino e noturno, com carga horária anual de 880h (oitocentos e oitenta) aulas para o turno diurno e 800 (oitocentos) para o turno noturno distribuído por um mínimo de 200 (duzentos) dias efetivos de trabalho escolar. A jornada escolar diária é de 04 (quatro) horas de trabalho efetivo. A freqüência mínima exigida é de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas efetivas para aprovação, a escola utiliza o sistema de aprovação parcial (dependência), com até 04 (quatro) disciplinas. Sendo assegurada matriculas de alunos e formação de turmas de acordo com a Resolução 150/99 – CEE/MT e demais legislação em vigor.

Sabe-se que a missão é ter um programa educacional que incremente o desempenho do sistema de ensino público, fortalecendo a escola e a capacidade pedagógica para uma participação mais ativa e social na vida escolar. O plano de trabalho tem como estratégia aperfeiçoar o trabalho, elevar o grau de conhecimento, o compromisso de professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais. A atuação do plano de trabalho visa o desenvolvimento institucional da escola buscando apoio público ao seu desenvolvimento, para que sua atuação alcance um ingrediente essencial para assegurar um clima político sustentável na expansão do processo de desenvolvimento da educação.

 

Estrutura da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8° Ano do período Matutino, onde são matriculados 26 alunos, sendo 12 provenientes da zona rural com faixa etária entre 13 e 15 anos. Participaram da pesquisa somente os alunos que moram na zona rural.

No primeiro dia da pesquisa, houve uma apresentação da pesquisa à diretora, à professora de ciências, e aos alunos, momento em que foi apresentada a equipe de pesquisa,  as informações básicas sobre o trabalho a ser realizado e por fim a disponibilidade dos mesmos a participarem.

Com a resposta positiva, foi organizado um veículo para transportar os estudantes de suas casas, na zona rural, para a cidade no dia da realização da atividade, no período vespertino (13:00 às 17:00h),  dando-se início a pesquisa.

Foi desenvolvida atividade para identificação dos conhecimentos relacionados à ecologia e cadeia alimentar. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre cadeia alimentar, começou com a aplicação de um questionário com três questões dissertativas com perguntas sobre desequilíbrios ambientais e cadeia alimentar.

Para a elaboração do questionário tomou-se o cuidado de elaborar perguntas que não induzissem as respostas. Antes da aplicação do questionário foi explicado aos alunos que não se tratava de uma prova, e sim uma atividade para a sondagem dos seus conhecimentos, deixando claro que poderiam responder de acordo com o que eles entendiam do assunto com suas próprias palavras. Após todos responderem o questionário, foi realizada uma intervenção didática sobre o tema, esclarecendo dúvidas e mediando informações, sendo que esta intervenção didática foi realizada com exposição de figuras e imagens.

A intervenção didática busca realizar e promover atividades que sejam vistas como alternativas que motivem os alunos para os desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula, realizando uma intermediação entre o conhecimento atual do aluno e o adquirido de acordo com a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um individuo sobre outros como forma de promover o desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o individuo interagem com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992, p.33)

As respostas foram analisadas, no intuito de conhecer os conceitos dos alunos a respeito da ecologia.

 

RESULTADOS

As respostas aos questionários foram analisadas sob um ponto de vista crítico adequado ao nível de ensino dos discentes que compõem esta pesquisa, pois está não tem como objetivo avaliar um nível e excelência de conhecimentos de ecologia, mas sim observar se discentes que tem uma convivência ecológica maior, pois vivem numa zona rural, conseguem relacionar esta vivencia com os conceitos ecológicos desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os estudantes responderam ao questionário utilizando conhecimentos constituídos no dia-dia, de sua vivência e também de suas experiências escolares. Pode-se avaliar pelas respostas que a maioria infelizmente não consegue compreender e relacionar as verdadeiras relações ecológicas das cadeias alimentares, alguns até demonstraram uma leve noção, mas a grande maioria forneceu uma resposta incompatível com os conceitos estabelecidos a respeito da ecologia. Os alunos mostraram nas respostas grande preocupação com meio ambiente e os desequilíbrios ambientais, mas apenas uma das respostas se aproximou dos padrões de respostas encontradas em livros didáticos, usados na rede publica municipal da cidade de São Pedro da Cipa. Os fatores que motivaram estes resultados podem ser diversos, mas nestes observamos uma necessidade de promover um processo de ensino e aprendizagem que estimulem os alunos a olharem mais para si mesmos e para o ambiente que os cerca, a observarem os processos ecológicos desenvolvidos nas comunidades rurais em que vivem; o que pode ser desenvolvido por aulas de campo; analise de sementes florestais; cultura de espécies florestais de maior importância ecológica num pequeno viveiro dentro da própria escola; analise de imagens ou “in loco” das características das arvores em épocas de cheia e de seca; construções de maquetes que demonstrem e expliquem conceitos com grande importância ecologia como a cadeia alimentar, a fotossíntese, os resultados drásticos do desequilíbrio alimentar causado por uma queimada; todos esses recursos didáticos auxiliariam muito o processo de ensino aprendizagem e são de construção relativamente fácil, pois os materiais estão na comunidade onde os discentes residem, convivem: sementes, arvores, folhas, cobertura vegetal, solo, dentre outros que não vem sendo adotados como auxílios pedagógicos na escola, mas que foram apresentados aos professores da unidade escolar como alternativas motivadoras para o desenvolvimentos dos conceitos ecológicos em sala de aula.

 

CONCLUSÃO

Ao avaliar a percepção dos alunos sobre os conceitos ecológicos, sabendo a importância desta para o desenvolvimento de atividades sobre o meio ambiente e educação ambiental, considerando que para tanto é necessário que o professor desenvolva nos alunos o pensamento critico, que os auxilia a desenvolver mudanças de atitudes em relação ao meio que vive, concluiu-se neste trabalho que este pensamento crítico não vem sendo desenvolvido com os discentes atores desta pesquisa no que concerne aos conceitos ecológicos. A pesquisa mostra que é necessária muita atenção, estimulação e motivação durante o processo de ensino aprendizagem, pois os estudantes apresentam diversos equívocos sobre ecologia e cadeias alimentares e ate mesmo sobre o meio ambiente. Os alunos conhecem os problemas existentes no meio ambiente, mas sem saber o seu verdadeiro significado, suas verdadeiras relações de dependência, dominância e co-dominancia, eles recebem informações  obtidas através da televisão, internet, jornais e revistas sobre o que acontece mundialmente, mas não enxergam a real proporção local, e muito menos percebem que os conceitos de ecologia e os problemas ambientais está bem próximo, e afeta a vida deles. É necessária uma intervenção didática mais próxima da realidade rural dos discentes, que leve em consideração suas práticas agrícolas, pecuárias como os cultivares de diversos vegetais, a ordenha de animais, a produção de alimentos de origem vegetal (doces, conservas, temperos, rapadura, poupa de frutas) e de alimentos de origem animal (queijos, iogurtes, embutidos cárneos), os conhecimentos tradicionais transferidos por seus antepassados, suas festas, tradições, enfim; são diversas as oportunidades que os alunos do campo tem para absorver melhor os conceitos ecológicos desenvolvidos na escola e relacionarem estes conhecimentos com sua realidade em comunidade, e assim formar cidadãos críticos, cientes de sua importância na defesa do meio ambiente, atores para a construção de uma sociedade agroecológica sustentável.

 

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