RESENHA: Conceito de tempo

 

Por: Prof. Francisco Carlos

 

Conceito de tempo

Quando colocados o conceito de tempo da ciência representada pela física e o conceito de tempo representado pela filosofia, temos um distanciamento natural, pois o primeiro trata uma questão externa do ser humano, ou seja, é como nos diz Reis (2006, p. 179), “um tempo supra lunar, mortal”. Já quando falamos do tempo da filosofia é o oposto, o conceito é inerente ao ente, ou seja, é uma abstração, esta no intelecto, e, por conseguinte fala da imortalidade, não tem como mensurar.

Agora, podemos conjecturar de forma análoga, a questão da mutabilidade e imutabilidade do ser, amparado no discurso de Heráclito e Parmênides, como uma forma de pensarmos e entendermos melhor esta questão. Existe segundo a visão dos Annales, uma distorção do conceito de tempo utilizado pelos historiadores, pois por intermédio de uma medida global o calendário, segundo os Annales é uma questão de dedução, não tem um embasamento sustentável. Para os Annales o calendário social, imposto pelos atos sociais é que da conta de explicar e configurar o tempo em eventos que interferem diretamente no cotidiano da vida em sociedade. Na discussão da perspectiva da história, com um divisor de períodos: presente, futuro e passado, estes temas foram pensados ou repensados a partir da Revolução Francesa, que data do século XIX. O divisor de águas nesta questão foi o nascimento do dogma das pessoas que pensavam a história como produção do futuro e reconstituição do passado, segundo nos diz Reis (2006, p. 207). Na vanguarda destes conceitos ficam os revolucionários com seu pensamento do futuro, digamos modificado e os conservadores com seu estudo do passado, como forma de explicar o presente.

BIBLIOGRAFIA

REIS, José Carlos

História & Teoria: historicismo, modernidade, temporalidade e verdade/ José Carlos Reis. – 3 ed. – Rio de Janeiro : Editora FGV, 2006.