Escrito por:

Débora Machado Ribeiro Lima

Maria Valentina Gonçalves

INTRODUÇÃO

Existem muitas correntes pedagógicas que estudam a relevância da utilização da ludicidade no contexto da Educação Infantil. Buscando uma observação literal, identifica-se que o dicionário irá definir ludicidade como a “qualidade do que é lúdico”; essa compreensão, no âmbito da pedagogia assume outra percepção. Afinal, de acordo com Carmo e colaboradores (2017), a realização do lúdico em classes engloba as mais diversas atividades que são prazerosas para as crianças e que podem ser realizadas em jogos coletivos ou individuais, que são dotadas de objetivos educacionais e possuem como premissa básica para seu exercício a liberdade e o respeito a autonomia.

Estudar a ludicidade é essencial, uma vez que desde os primeiros momentos em que nascem as crianças estão inseridas em uma sociedade diversa e multifacetada, cujas práticas irão influenciar diretamente ou indiretamente os seus comportamentos. As brincadeiras fazem parte desse contexto social de inter-relacionamento, estando dentro da cultura; por isso, ao brincar, entende-se que as crianças irão aprender as regras de convivência social e os modos como as pessoas se relacionam em sociedade. Para a educação isso é extremamente valioso, uma vez que se sabe que a utilização do lúdico de maneira apropriada, torna o processo de ensino extremamente prazeroso para os infantes e possibilita que o ensino seja atrativo, interessante e eficaz (GASPARIN, 2015).

Compreendendo este contexto, identificaram-se as seguintes problematizações que guiam a realização da pesquisa: De que forma a ludicidade pode contribuir para o desenvolvimento infantil? Como os professores podem incorporar o lúdico em seus planos de aula?

A escolha pela temática da ludicidade foi realizada pela ludicidade ser de imensa contribuição para o desenvolvimento infantil e nem sempre ser utilizada de maneira adequada nas escolas. Sabe-se que a utilização do lúdico de maneira apropriada, torna o processo de ensino extremamente prazeroso para os infantes e possibilita que o ensino seja atrativo, interessante e eficaz. Compreendendo essas questões, foi necessário realizar a escolha por esse tema.

 É preciso compreender que o educando é sujeito e principal atuante no seu aprendizado, por isso deverá ser preferenciada a adoção de metodologias mais espontâneas e criativas. Portanto, acredita-se que a construção de um artigo com esse tema pode ser de extrema importância para a valorização dessa dimensão no processo de ensino na Educação Infantil, melhoria do ensino-aprendizagem e valorização da espontaneidade e criatividade dos alunos. Para conseguir contemplar estes aspectos serão realizadas leituras com o objetivo de construir uma perspectiva ampla sobre o tema, uma vez que se identificou o estado da arte como diverso; uma vez que se tem diversos teóricos discutindo o tema sob diferentes perspectivas e opiniões.

Definiu-se que o objetivo principal dessa pesquisa é investigar as possibilidades de utilização teórico-práticas da ludicidade ao longo da Educação Infantil. Já os objetivos específicos são: a) compreender a participação da ludicidade no desenvolvimento; b) investigar a aplicação de atividades lúdicas no processo de ensino; c) identificar como a ludicidade é vista pelos docentes.

Para atingir esses objetivos foi realizada uma pesquisa qualitativa que irá almejar aprofundar os conhecimentos sobre a aplicação da ludicidade no contexto da Educação Infantil, compreendendo esse fenômeno social de maneira mais ampla. É possível definir que a mesma possui objetivos descritivos que irão possibilitar uma investigação do conteúdo, baseando-se na literatura disponível.

Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a fim de identificar na literatura informações relevantes em livros e artigos que possibilitam a ampliação do referencial teórico sobre o tema. Para isso, foram realizadas pesquisas no site “Google Acadêmico” e “Scielo”, selecionando materiais que tenham sido publicados em português, entre 2010-2020 e abordem a temática principal. Os descritores escolhidos para a realização da pesquisa foram “Educação Infantil”, “Ensino” e “Ludicidade”. Além disso, foram incluídos livros e artigos que, apesar de publicados em períodos anteriores, são extremamente relevantes para a discussão da temática.

Para conseguir contemplar estes aspectos serão realizadas leituras de diferentes teóricos com o objetivo de construir uma perspectiva ampla sobre o tema utilizando os seguintes autores para sustentar o debate sobre a temática:  Abreu e Oliveira (2014), Almeida, Almeida e Sousa (2017), Vygotsky (2001), Carmo (2017) e Gasparine (2015).

DESENVOLVIMENTO

Uma das principais formas de possibilitar o compartilhamento e a continuidade da cultura entre as gerações é através dos jogos e brincadeiras. Afinal, estando situados em um contexto histórico-social são capazes de mobilizar valores, significados e atividades que são compartilhados em sociedade e referem-se as experiências das gerações anteriores; sendo conhecimento necessários para o enriquecimento cultural e desenvolvimento integral de todos os infantes (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Analisando a origem etimológica da palavra “lúdico” constata-se que deriva da palavra latina “ludus” que pode ser traduzida, no sentido literal, como “jogo”. Nesse contexto, analisa-se uma crítica importante feita por Almeida, Almeida e Sousa (2017), os primeiros teóricos entendiam o lúdico apenas como atrelado aos jogos e brincadeiras; desconsiderando os movimentos espontâneos produzidos pelas crianças.

O reconhecimento da necessidade do lúdico origina-se nas publicações sobre estudo do comportamento humano, sendo visto de maneira interdisciplinar entre a Educação, Psicologia e Medicina. Através dessas abordagens teóricas notou-se que a necessidade do brincar é inerente a qualquer ser humano, em qualquer cultura e contexto e podem ultrapassar a visão simplista do lúdico como apenas jogos, mas como uma atividade criativa e sensível dotada de compreensão de mundo e senso da realidade (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Santos, Costa e Martins (2015) realizam uma retomada histórica afirmando que desde a Grécia Antiga já havia discussões sobre a necessidade de o aluno assumir a autonomia no seu processo de desenvolvimento educacional, tais aspectos são visualizados nos escritos de Sócrates, Santo Agostinho e Montaigne. Já no livro, “A República”, Platão surge com uma ideia inovadora para o momento histórico ao descrever que as brincadeiras podem possuir um valor importante para o processo de aprendizagem infantil.

De acordo com Oliveira (2011) essas ideias irão ser fortalecidas ao longo do século XVIII, onde irão se opor ao modelo de aprendizagem estabelecido na educação básica. Por ser uma questão complexa é necessário que em sua abordagem sejam apresentadas contribuições de autores de diferentes áreas, elaborando investigações teóricas que favorecer o desenvolvimento da educação em conjunto com a ludicidade e quais seriam as vantagens apresentadas.

Um dos primeiros a abordar com aprofundamento teórico as possibilidades lúdicas que podem ser exploradas no contexto de ensino e aprendizagem foi Comênio que era um Checo, bispo e professor. O educador compreendia que os responsáveis pela criança, são responsáveis pelo primeiro contato com a educação infantil que deveria ser prestada no seio do lar. Inovou ainda ao elaborar materiais que utilizavam recursos audiovisuais diversos, disponíveis na metade do século XVII, para educar as crianças (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Uma outra contribuição de relevância foi dada por Jean Jacques Rousseau (1712-1778), um filósofo responsável pela criação de uma proposta de educação inovadora e libertadora para as crianças. Ele combatia veementemente a delegação da educação totalmente para os professores, uma vez que cabiam aos pais – em especial a mãe, vista como “educadora natural da criança” - assumirem a responsabilidade pelo desenvolvimento do infantil (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Contribuiu também ao propor que a educação não fosse desenvolvida voltando-se apenas para a preparação dos infantes para a vida adulta, afinal seria também uma fase única de aprendizado. Para Rosseu, o professor não deveria assumir uma postura autoritária e que se limita as atividades das crianças; mas deveria permitir que as mesmas agissem de acordo com a sua natureza humana, dando a oportunidade de viver de maneira plena e integral a sua infância (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

De acordo com Oliveira (2011) pode realizar uma interpretação da filosofia de Rosseu como um defensor da educação não designada pelos adultos – no sentido de apenas estudar o que seria importante para eles –, mas uma proposta que partisse do exercício da capacidade infantil em buscar os conhecimentos que lhes são importantes e verdadeiramente significativos.

Pestalozzi, na Itália, também promoveu uma mudança na visão sobre a educação considerando que a mesma estava atrelada ao amor e a bondade, devendo as crianças serem introduzidas em atividades direcionadas ao desenvolvimento afetivo desde o momento do seu nascimento. Logo as atividades educativas devem ser realizadas em um contexto natural, visando um desenvolvimento do caráter e preparando as crianças para possuir habilidades manuais (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Piaget (1998), mais contemporâneo, afirma que as brincadeiras modificam o sentido do real por compreensão dos interesses das crianças, de modo que através da utilização do cognitivo elas irão interpretar as mensagens e interpretá-las de acordo com a sua realidade. Ademais é possível notar que o brincar é a linguagem típica da criança, sendo natural pois é a forma como ela consegue se expressar mais naturalmente. Logo, o jogo representa a fantasia e o uma representação interna de uma situação que foi vivida ou experienciada, através da utilização de símbolos (SANTOS; COSTA; MARTINS, 2015).

Ademais, outro educador contemporâneo de grande estima, Vygotsky (2001), reafirma que os educadores devem se dispor a utilizar com maior frequência os jogos e brincadeiras, pois contribuem para o relacionamento social e desenvolvimento integral do estudante.  A infância é o momento propício para o acesso das crianças as brincadeiras, descoberta de mundo. E para que isso ocorra de maneira plena, as práticas sociais devem estar alicerçadas em valores de acesso a saúde, educação, alimentação e qualidade de vida questões fundamentais para que possa ocorrer um estímulo pleno a criatividade e sensibilidade (CARMO et al., 2017).

 Entende-se que, infelizmente, nem todas as crianças podem usufruir dessas condições devidos as iniquidades sociais existentes no Brasil, apesar da garantia legal feita pelo Estado. Mas é também importante que os professores, pais e responsáveis compreendam a relevância de que as crianças tenham acesso a essas oportunidades; afinal a presença das atividades lúdicas ao longo de toda a história humana é necessária por sermos inerente lúdicos, ela é parte integrante da nossa identidade, história e cultura (CARMO et al., 2017).

As crianças são vistas legalmente como sujeitos de direitos e deveres, devendo ter sua infância protegida pelo Estado e a sociedade. Apesar dos aparatos legais – como a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente e a própria Constituição Federal – é notável que ainda existem muitos avanços no âmbito social a serem realizados para cumprir com esse direito.

Analisando as dificuldades ainda existentes para cumprir com os direitos da infância, é necessário que os educadores observem no processo educacional como as metodologias de ensino empregadas vêm colaborando para o cumprimento da lei.

Ferronato, Bianchini, Proscêncio (2017) destacam que na contemporaneidade é reconhecido pelo Brasil que as crianças possuem tanto a educação quanto o lazer como direitos fundamentais. Sendo princípios que podem guiar a maneira como o Estado pode organizar a vida em sociedade, por isso é fundamental que os docentes visualizem que as brincadeiras não podem ser colocadas como um momento a parte, mas como etapa fundamental na construção do conhecimento na infância.

A brincadeira pode favorecer o desenvolvimento da aprendizagem permitindo que ela conheça tanto o mundo exterior quando consiga desenvolver sua personalidade, potencialidades e habilidades. Dando liberdade para as crianças consigam serem elas mesmas, estimulando a sua criatividade e permitindo que elas se conheçam (FERRONATO; BIANCHINI; PROSCÊNCIO, 2017).

Sabe-se que a brincadeira é uma atividade que proporciona prazer, quando é realizada de maneira voluntária pode – além de divertir- proporcionar o aprendizado espontâneo. O momento de brincar é um dos mais importantes para o desenvolvimento infantil, permitindo com que a criança crie uma situação imaginária e desenvolvam a comunicação.

Ao organizar os espaços educativos deve ser considerada a importância do brincar para o desenvolvimento integral da criança. A construção de brinquedotecas escolares permite a manifestação do lúdico e sua presença é uma manifestação a favor da saúde mental infantil e do reconhecimento das diversas possibilidades de aprendizado.

Rosa, Kravchychyn e Viera (2010) descrevem que a brinquedoteca é um espaço desenvolvido especialmente para estimular as crianças a brincarem, permitindo o contato com uma diversidade de brinquedos, esse é um ambiente desenvolvido essencialmente para ser lúdico. Podendo assim descrever a brinquedoteca como um ambiente físico especial, a parte da sala de aula, construída com a finalidade de possibilitar com que as crianças consigam construir conhecimentos sobre o mundo. As autoras ainda complementam que esse ambiente pode proporcionar o desenvolvimento da criticidade e autonomia, “além de promover o trabalho em equipe, a socialização, o desenvolvimento infantil, a comunicação, a criatividade, a imaginação e o desenvolvimento de atividades lúdicas” (ROSA; KRAVCHYCHYN; VIERA, 2010, p. 61).

Por isso ao considerar a construção do currículo para a Educação Infantil é necessário que os professores e gestores reúnam-se pesquisando e elaborando meios de integrar conteúdos com o brincar, proporcionando aos estudantes uma experiência de ensino-aprendizado rica e significativa que possa propor uma aquisição real do conhecimento.

Para tanto, é necessária uma transformação do currículo escolar considerando o contexto em que a escola se encontra e a faixa etária dos alunos. Na sociedade contemporânea é necessário que os professores podem desenvolver atividades lúdicas mantendo-se atentos as brincadeiras realizadas pelas crianças, atuando como mediadores nas brincadeiras desenvolvidas em classe. Os docentes podem ser uma fonte de interação lúdica rica para os jovens e ao mesmo tempo podem conseguir observar a maneira como os alunos significam os brinquedos e interpretam os jogos, utilizando aquelas informações para pensar em como elaborar planos de aula significativos (SILVESTRE; FERREIRA; ARAUJO, 2016).

É necessário também fugir da percepção de que o momento reservado para as brincadeiras é somente o dos intervalos. Ao pensar dessa forma o docente acaba deixando implícito que as atividades em sala de aula necessitam seguir de maneira rígida e rigorosa, não sendo prazerosas para o estudante. É necessária uma capacitação profissional e uma busca pela elaboração de planos de aula mais horizontais, que não dispensem a ludicidade, são diversos os exemplos de projetos disponíveis na Internet que envolvem jogos na aprendizagem de conteúdos na Educação Infantil.

Entende-se que a ludicidade é a estratégia utilizada para que o aprendizado da cultura seja interessante e significativo, podendo se apropriar dela de modo prazeroso. Por isso, não cabe aos adultos impor as atividades que serão realizadas; afinal quando assim o fazem as atividades perdem o sentido e o interesse (CARMO et al., 2017).

A premissa supracitada precisa ser entendida pelos docentes da Educação Infantil que acabam projetando a realização de tarefas desprovidas de significado e envolvendo a utilização de cores, sendo compreendida como uma maneira dos alunos “passarem o tempo”. Logo, os pequenos discentes têm uma autonomia reduzida para informar o que gostariam de fazer e sentem-se presos a atividades impostas pelos adultos.

Abreu e Oliveira (2014) afirmam que através do brincar as crianças exercem a liberdade para criar uma situação imaginária e atribuir uma interpretação para ela, reproduzindo um comportamento que ela costuma a observar em seu cotidiano; ou seja além de imaginar elas imitam comportamentos humanos que observam nos relacionamentos.

Uma exemplificação são as tentativas de se comportar como adultos, repetindo frases ou atitudes dos pais ou interpretando, a sua lógica, profissões como bombeiros, policiais, professoras, brincadeiras de casinha, de escolinha, “mãe e filha” e super-heróis.

Cabem aos educadores e pais compreenderem estas funções e desenvolver algumas atividades orientadas ao interesse do infantil. É necessário estimular a utilização dessa prática no desenvolvimento infantil, afinal o direito a brincar é garantido a todos aos educandos e é fundamental que as mesmas possuam um amplo repertório de socialização e possam adquirir elementos da sua cultura (ABREU; OLIVEIRA, 2014)

Ao longo desse período da Educação Infantil cabe aos pedagogos se aprimorar e ter a oportunidade de se reeducar, afinal as DCN’s para a Educação Básica afirmam que:

Atividades realizadas pela professora ou professor de brincar com a criança, contar-lhe histórias, ou conversar com ela sobre uma infinidade de temas, tanto promovem o desenvolvimento da capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo, de sua autoconfiança e a formação de motivos e interesses pessoais, quanto ampliam as possibilidades da professora ou professor de compreender e responder às iniciativas infantis. (BRASIL, 2013, p. 87).

A crianças deverá ser estimulada a conseguir aprender mais, tendo curiosidade. Isso somente será possível se os professores assumirem uma postura muito atenta potencializando as experiências possíveis e incentivando para que elas possam aprender de modo lúdico e, consequentemente, livre.

Os educadores devem compreender que a educação vai além da simples transmissão de informações e conteúdo de maneira desprovida de sentido. O professor é um agente transformador, por isso sua principal intenção é que os alunos possam tomar consciência da realidade ao seu entorno e de si mesmo como um ser social, ofertando ferramentas para que eles possam escolher, no futuro, atitudes compatíveis com a sua visão pessoal de mundo dos alunos, as circunstâncias adversas que irão esbarrar e os valores que admiram (ALMEIDA; ALMEIDA, SOUSA, 2017).

Analisando Almeida, Almeida e Sousa (2017) entende-se que uma atividade que dialogue com o lúdico com a educação deverá possuir uma intencionalidade e objetivos claros, a construção deverá ser coletiva, permitindo que os alunos contribuam para a escolha do tema e oportunize um aprendizado de habilidades cotidianas.

Afinal, de acordo com a legislação (Lei 9.394/96) a Educação Infantil é um dos primeiros períodos da educação básica que possui como principal finalidade o desenvolvimento integral da criança, em todas as suas dimensões; essa atividade não é somente de responsabilidade de escola, mas também deverá ser compartilhada com a ação da comunidade e da família (BRASIL, 1996).

Carmo et al. (2017) analisam que é pertinente uma mudança nos cursos de graduação em licenciatura possibilitando uma reflexão sobre como devem ser colocadas as atividades lúdicas, permitindo uma mudança da visão de brincar como “perda de tempo” ou “futilidade”. Cabe aos professores valorizarem o período da infância defendendo que elas possam ter acesso ao brincar, ao lazer e a educação como transformação social.

CONCLUSÃO

A escola é um espaço privilegiado para ocorrerem mudanças, que ocorra a existência de erros, diferenças, contradições, para que se realizam atividade de colaboração mútua e que se possa expressar a criatividade. Cabe aos professores construírem uma nova escola, onde o conhecimento científico não seja trabalhado em uma perspectiva dogmática e esvaziado de significado.

A construção desse artigo foi de uma enorme relevância para o aprofundamento sobre as contribuições da ludicidade para o desenvolvimento infantil, permitindo realizar o cruzamento de informações obtidas de diferentes referenciais teóricos para construir um arcabouço de conteúdo mais sistemático sobre a temática em estudo.

Dessa forma, avalia-se que os objetivos foram alcançados especialmente através da motivação de escolhas teóricas significativas que debatessem o tema sob diferentes pontos de vista, enriquecendo o desenvolvimento desse trabalho de conclusão de curso.

REFERÊNCIAS

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